Capítulo 62 - Eu preciso das minhas memórias

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NOTAS INICIAIS

HEY, Batatinhas Ambulantes o/

Tem um monte de gente me perguntando quantos capítulos têm EDR KKKK gente, calma que o efeito surpresa é sempre mais legal hehe

No capítulo de hoje - a agressão ;-;

Tenham uma boa leitura o/

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A cena apareceu bem rápida diante dos meus olhos, mas foi como se tivesse sido exposta por uma eternidade. No mesmo instante senti vergonha de mim mesma e ainda mais traidora do que a minha irmã havia sido naquele momento. Eu tinha ficado com o príncipe de gelo. Ele era o maior inimigo da princesa Marilene e ela é quem eu sirvo.

Algo estava muito errado.

Só acordei desse choque quando o Trevor caiu no chão desacordado e com bastante sangue escorrendo do nariz. Bianca correu até ele, alarmada enquanto eu encarei o teto de madeira, pensando na loucura que eu havia feito. Eu beijei o príncipe de gelo. Não me lembrava o motivo e tinha medo de descobri-lo, afinal, o que tinha me motivado a uma atitude tão extrema?

A pior coisa era não se lembrar disso.

Balanço a cabeça levemente, passando a me sentar no chão, empurrando o pedaço de madeira para o lado, ainda transtornada comigo mesma. Minha irmã se ergue apressada e pega um pedaço de pano na cozinha para enxugar o sangue do nariz do Trevor. Ele parecia ter realmente perdido a consciência e num instante atribuí isso a um uso de... poderes.

Nunca imaginei alguém além de mim tendo poderes. Ele estava acessando as minhas memórias e me dando um pedaço daquilo que perdi sem saber o motivo. Internamente passei a me perguntar se mais alguém tinha poderes espalhados por toda Yancey.

Logo me lembrei do motivo de estar no chão. Ele tinha me impedido de matar tanto ele quanto a minha irmã. Olhei para ela, cuidando tão fervorosamente dele e senti náuseas. O que haviam feito com ela? Aquele maldito deve ter lhe feito uma lavagem cerebral. Se estava conseguindo acessar as minhas memórias trancafiadas, quem garante que não a estava manipulando?

E se ele estiver tentando me manipular? E se aquelas cenas nunca existiram?, esses pensamentos apenas me deixavam mais confusa e transtornada. Entretanto, sabia que possivelmente não podia ser em vão a familiaridade que me ocorreu ao ouvir o seu nome. Eu o conhecia de alguma maneira e se não era daquela forma que havia me mostrado, deve ter sido em alguma ocasião.

Alguém tinha de me dar alguma resposta.

Bianca terminou de lhe enxugar o sangue do nariz e passou a acariciar seus cabelos, utilizando o pano ensanguentado para lhe servir de travesseiro. Levanto-me do chão, novamente pegando o pedaço de madeira. Por mais que eu tenha tentado ser discreta, ela percebe e se levanta de supetão, tentando agarrar a madeira das minhas mãos. Seguro firmemente e logo estamos disputando aquilo.

— Acácia, pare de ser tão infantil. O Trevor nunca nos faria mal — ela argumenta. — Não sei o que a princesa Marilene fez com você, mas não é mais a garotinha que eu conheci.

Fiquei tão ofendida que soltei a madeira para lhe encarar de maneira séria.

— Quem é você para dizer algo assim?

Ela joga a madeira para longe de nós duas e vocifera:

— Eu sou a sua irmã. Vi você crescer. Sabe tão bem como eu de que nossa mãe nunca confiou na princesa Marilene e você não devia se deixar cair tão cegamente nas armadilhas dela. — Uma pausa. — Eu e a mamãe servimos a princesa, sim, mas isso só provou o quanto estávamos certas sobre a maldade que corre em volta daquela mulher.

A Guardiã da Noite - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora