Capítulo 60 - As cidades longínquas

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NOTAS INICIAIS

HEY, Batatinhas Ambulantes o/

No capítulo de hoje - um sonho o.o

Tenham uma boa leitura o/

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Deitei na cama com o pequeno bilhete em mãos. Meu coração estava apertado no peito, pensando se aquele bilhete não tinha sido a última coisa a qual minha mãe teve o prazer de escrever. Comprimi os lábios, tentando reprimir o choro. Minha garganta ardeu e logo uma lágrima me escapou, escorrendo pelo meu rosto. Pensar que ela havia partido sem nem poder se despedir — e muito menos sem um enterro digno — era quase cruel.

Fechei os olhos, por um momento tentando imaginar aqueles homens imundos segurando-a e simplesmente lhe tirando a vida. Sabia que degolaria um homem se estivesse o vendo maltratar minha mãe daquela forma. Ao menos poderiam ter deixado o corpo dela em paz, pensei em desgosto.

Reli o bilhete deixado por ela para mim várias vezes. Queria poder me lembrar dessa época. Ficar com parte da memória enevoada estava começando a me incomodar de verdade. Entretanto, apenas suspirei conformada. Não havia muito que eu poderia fazer para reverter esse processo. O jeito era encher a Bianca de perguntas e torcer para ela me sanar pelo menos algumas dúvidas.

Fechei os olhos por um momento, tentando procurar alguma cena aleatória sem sentido na minha mente que denunciasse tudo o que eu passei durante o primeiro treinamento ou aos arredores. Nada me veio a mente e novamente tive a sensação que faltava algo na minha cabeça.

Porém, de tanto forçar a mente a pensar, acabei pegando no sono pouco tempo depois, tendo a esperança de que quando acordasse, pudesse ter todas as dúvidas sanadas enfim.

Aquela noite estava bastante fria — não que eu já não estivesse acostumada com o frio feito em Mariah. Abracei-me enquanto um cenário se desdobrava à minha frente. Uma pequena praça. Pouco mais a frente, no centro do local, pude ver uma mulher com longos cabelos negros estava no centro desta. Seu vestido esvoaçava com o forte vento. Arqueei uma sobrancelha, curiosa quanto ela estar bem ali, parada no centro da praça.

Devagar, caminhei na sua direção, sem ter noção alguma de quem se tratava. Apenas o vento fazia barulho naquele momento. Engoli em seco e continuei caminhando lentamente na sua direção curiosamente, querendo saber o motivo de ela estar ali. Além disso, meu estômago começou a pinicar levemente — já tinha sentido isso algumas vezes durante o tempo no castelo da princesa —, mas eu nunca soube o que significava. Marilene não costumava me explicar tudo.

— Olá, Acácia Astéria — a voz da mulher de repente apareceu.

Fiquei um pouco nervosa e senti meu coração acelerar levemente. Entretanto, me mantive firme, no lugar onde tinha parado. Estávamos há poucos metros de distância.

A mulher virou na minha direção devagar. Vi seus longos cabelos se movimentarem com auxílio do vento. Uma coroa brilhava tanto quanto a lua e chamava atenção para sua cabeça. Mais pinicadas no estômago. Algo nela me intrigava. Talvez o ar de superioridade que ela passava me fazia sentir muito pequena na sua presença, mesmo tendo praticamente a mesma altura.

— Quem é você? — questiono calmamente.

— Não consegue se lembrar? — vejo uma leve preocupação no seu tom de voz.

Nego com a cabeça devagar.

Vejo seus olhos me encararem por um grande momento. Nisso, noto o tom arroxeado de seus olhos e fico curiosa. Nunca tinha presenciado alguém com aquela cor.

A Guardiã da Noite - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora