Capítulo 67 - Circe não quer deixar a gente entrar

966 136 53
                                    

NOTAS INICIAIS

HEY, Batatinhas ambulantes o/

No capítulo de hoje - a ida ao terceiro andar x.x

Tenham uma boa leitura o/

-------------------

Respirei fundo ao descer da carruagem com a minha pequena trouxa de roupas em mãos. Bianca desceu em seguida e juntas seguimos para o portão onde duas Guerreiras nos cumprimentaram e permitiram a nossa entrada — até porque eu ainda usava o brasão da princesa no braço direito como símbolo da minha importância.

Ando pelos corredores, cumprimentando tanto as empregadas quanto as Guerreiras que vigiavam a parte interna do castelo. Várias delas passam por nós com bolsas atravessadas em seus corpos. As mesmas bolsas usadas pelas Guerreiras para guardar os papelzinhos de divulgação do projeto de expansão. A princesa realmente estava investindo nisso.

Deixo Bianca no corredor antes de seguir sozinha ao escritório da princesa. Comprimo os lábios e dou umas três batidas. Tenho um leve sobressalto quando não é ela quem me atende, mas sim uma Guerreira. Não reconhecia seu rosto, mas sua expressão séria não parecia muito amigável.

— Oficial Abbott, o que deseja?

No início da minha carreira como braço direito da princesa, as Guerreiras no primeiro instante insistiram em me chamar de "oficial Astéria" por causa do meu alto cargo, porém, tive de "educa-las" a não me tratarem dessa forma. Não me sentia superior a elas, ainda mais por causa da minha idade. Em alguns dias elas apenas me chamavam de Acácia ou algo derivado — ou sequer usavam meu nome para me cumprimentar.

Então, para eu não reconhecer aquela moça — pois não eram todas as Guerreiras que se tornavam oficiais — era porque tinha acabado de se tornar. Achava estranho isso. Eu não estava há tanto tempo como oficial e por isso não deveria haver motivo para ela simplesmente nomear outra.

— Eu gostaria de falar com a princesa Marilene.

— Sinto muito, ela está ocupada.

Quando a suposta oficial tenta fechar a porta, coloco meu pé, impedindo ela de fechá-la. Sinto uma leve pontada de dor por causa disso, contudo a oficial não parece gostar muito do meu gesto. Ganho uma cara feia e mesmo assim não recuo.

— Eu preciso mesmo ir falar com a princesa — insisto.

— Vossa Alteza me deu ordens para não deixar ninguém entrar. Agora nos dê licença.

— Diga ao menos a ela que é importante.

— Tenha uma boa tarde — diz numa cortesia forçada.

A oficial forçou a porta contra meu pé e para eu não acabar me envolvendo em acidentes maiores, segurei a porta, querendo abrir a força. Era eu contra ela.

— O que está acontecendo? — ouço a voz da princesa lá dentro, parecendo incomodada com a movimentação na sua porta.

— Uma mulher está violando o seu pedido, querendo vê-la mesmo sem a sua autorização.

A princesa não responde, apenas se aproxima da porta e a abre, me encarando numa expressão séria que se alivia ao ver realmente de quem se tratava. Fico internamente mais tranquila. Talvez aquilo fosse um bom sinal.

— Boa tarde, Acácia. O que posso fazer para ajudar você?

— Quero discutir sobre o projeto de expansão. Até porque vi que você já começou a divulga-lo e...

— Sinto dizer que não tem mais a obrigação de discutir este projeto. Enquanto esteve fora, tomei a decisão de nomear outra Guerreira para ficar em seu lugar. Precisávamos andar com aquele projeto e eu não podia ficar esperando você voltar. Esclareci suas dúvidas?

A Guardiã da Noite - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora