Capítulo 61 - O homem das minhas lembranças

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NOTAS INICIAIS

HEY, Batatinhas Ambulantes o/

No capítulo de hoje - os fragmentos de memória da Cia o.o

Tenham uma boa leitura o/

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A minha primeira reação ao ver a cena foi entrar simplesmente em choque. Eu nunca esperaria isso da minha irmã, até porque ela chegou a ser o braço direito da princesa Marilene e isso demandava uma enorme responsabilidade, principalmente em obedecer as regras feitas pela própria princesa. E a principal delas, a mais forte de todas, dizia claramente que homens e mulheres nasceram para ficarem separados.

E isso era algo bem diferente do visto por mim naquele momento.

Pisquei algumas vezes antes de ser tomada por uma onda de ódio muito forte que atingiu meus batimentos cardíacos e os acelerou, ocasionando em minhas mãos de repente cerradas. Logo peguei o objeto mais próximo de mim — um pedaço de madeira — e me aproximei dos dois, não sabendo com qual dos dois acabar primeiro. Com a traidora ou com o homem.

— TRAIDORA DO INFERNO! — berrei, para minha irmã.

Internamente eu me sentia extremamente traída. Afinal, ela não estava só me traindo. Isso envolvia toda a população de Mariah, envolvia a princesa Marilene e principalmente a minha mãe, morta por causa desses malditos homens. Não entendia como a minha irmã tinha sido capaz de fazer algo parecido.

Quando dei por mim, já estava usando o pedaço de madeira utilizado para amassar massas para tentar atingir Bianca de alguma forma. O primeiro golpe lhe acertou o braço, coisa que lhe fez gritar por eu ter usado força.

— Cia? Cia, calma — o homem pede.

— Se afasta da minha irmã! — vocifero, usando a madeira para bater nele também. Ele segura o pedaço dessa madeira, me impedindo de realmente agredi-lo. — SOLTA!

Rapidamente o pensamento de como ele sabia meu nome me ocorreu pela cabeça. Isso me fez hesitar por um momento. O suficiente para ele retirar o pedaço de madeira das minhas mãos enquanto minha irmã segurou meus braços.

— Acácia, se acalme, está bem? — Bianca pediu.

Virei-me e apenas empurrei ela para que me soltasse. Minha expressão em nada havia mudado. Continuei carrancuda, ainda sem conseguir acreditar na traição dela a todas nós. Uma eternidade pareceu se estender quando nosso olhar se encontrou.

— Como acha que eu posso me acalmar sabendo o que você fez? — questionei num claro tom de indignação.

— Cia, por que está agindo dessa forma? — o homem parecia confuso com a minha reação.

— Ela não se lembra de você — explicou calmamente a Bianca.

Encarei o homem, ainda séria. Não tinha ideia de como ele sabia meu nome. A Bianca deve ter contado. Até nisso ela havia errado. Além da traição estava o defendendo e revelara a minha identidade como se não fosse algo importante.

— E por que eu deveria me lembrar? — vociferei novamente.

— Cia, se acalme, por favor. — Apesar de estar sério, ainda mantinha uma voz serena.

— Quem é você para me mandar o que fazer?

— Cuidei de você por um bom tempo, Cia. Realmente me surpreende que não consiga se lembrar de mim.

Neguei com a cabeça, me recusando a acreditar nele. Então numa surpresa, decidi avançar na minha irmã, querendo que sofresse algum tipo de punição pelo que havia feito. Agora duvidava dos seus sentimentos em relação à morte da nossa mãe. Quem sabe ela até não ajudou a acobertar o crime cometido por esses homens?, o pensamento maldoso correu pela minha cabeça.

A Guardiã da Noite - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora