Capítulo 18

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Eu nasci em 1793

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Eu nasci em 1793. Em uma pequena vila dos Estados Unidos. Sou descendente de alemãos, sou uma teuto-americana. Mas cresci sozinha, abandonada aos 2 anos de idade junto com a minha irmã recém-nascida que foi levada.

Eu era muito nova mas já era inteligente, inteligente demais para uma criança de 2 anos de idade. Me perguntava: "Por que eu fui abandonada? E por que só quiseram levar a minha irmã?"

A mulher se aproximou de nós. Era um dia nublado e parecia tão triste. Fazia pouco tempo que tínhamos sido deixadas ali pela nossa mãe. E aquela mulher logo se aproximou... Ela me olhou nos olhos e perguntou se eu sabia o meu nome e sobrenome. E sim, eu sabia dizer o meu nome completo, como eu disse, já era muito inteligente para alguém da minha idade.

Quando a mulher de cabelos longos e olhos pretos ouviu a minha resposta, balançou a cabeça e disse que sendo assim, não iria me querer e levaria apenas a minha irmã recém-nascida. Eu não entendi. Eu era inteligente, já estava aprendendo pronunciar as palavras e até mesmo escrever algumas letras. Eu era forte e esperta. Por que ela preferiu a minha irmã que só sabia chorar?

Mas quem chorou naquela primeira noite sozinha em uma estrada vazia, foi eu.

A minha mãe me abandonou. E a outra mulher não me quis levar junto. Eu corri atrás dela, corri muito. Mas quando percebi, ela tinha simplesmente desaparecido e eu apenas chorava.

Cresci sozinha. Eu era uma mendiga em uma outra vila, todos tinham nojo de mim e me desprezavam. Eu era magrela, suja, e estava ficando fraca. Implorava por migalhas de pães ou um pouco de água, e mesmo assim, às vezes não recebia nada.

A imagem da minha mãe e da outra mulher nunca sumiram da minha mente. Eu as odiava com o passar dos anos e desejava que nunca mais as encontrassem. Mas não pensava com maldade em minha irmã, pra ela eu desejava que estivesse bem, que aquela mulher tivesse cuidado dela. Era uma bebê muito chorona, teriam que ter paciência.

Eu contava os dias, sempre sabia quando era um ano novo e quando era meu aniversário. Completei 20 anos e ainda estava vivendo de migalhas, e com o desprezo dos outros. Eu odiava todos daquele lugar. Com aquela idade eu já estava doente, mais fraca, mais faminta, eu não conseguia nem mesmo me defender.

Em uma noite eu estava procurando outro canto para dormir mas fui atacada por um outro mendigo. Ele segurava meu braço e tentava me puxar para outro lugar. Eu gritava por ajuda mas um homem qualquer que passava pelo lugar não fez nada.

Eu não tinha forças para me defender.

Mas de repente um homem apareceu, eu não sabia de onde surgiu, ele não fez barulho nenhum. Ele pegou aquele mendigo e o puxou pelo pescoço, me olhou em seguida e na minha frente o mordeu. Eu fiquei apavorada e comecei a gritar, cai no chão e comecei a me rastejar. Quando olhei para o homem que estava com o rosto cheio de sangue, ele permanecia parado com as mãos nos bolsos das calças. O cabelo ia até a altura de seu queixo, era ondulado e castanho, ele não expressava nenhuma reação mesmo tendo acabado de matar um homem, arrancando um pedaço do pescoço dele.

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