Capítulo 23

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Depois da minha discussão com Aradia, Eddie e Laurine surgiram no meu quarto

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Depois da minha discussão com Aradia, Eddie e Laurine surgiram no meu quarto. Eu expulsei os dois e desde então não tenho falado com eles. Ouvi o choro da vampira por muitos minutos, era uma novidade ela chorar. Sempre foi muito séria. Não sei pelo o que chorava. Raiva?

Me perguntava onde estava Selene, quem ela realmente era e como poderia saber sobre a minha mãe biológica. Mas não a vi outra vez depois daquilo.

Eu fui para o colégio, poderia ser uma distração e ver Leonardo com certeza iria me acalmar. Mas infelizmente, a primeira pessoa que vi assim que entrei foi Susan. Ela não estava acompanhada das amigas e eu a ignorei, passando por seu lado sem a olhar. Mas pude ouvir seus passos atrás de mim e ela se atreveu a puxar meu braço.

— Qual é o seu problema?! — perguntei puxando meu braço de volta e a encarando. — Você não dá medo em ninguém com essa carinha de idiota. — a olhei dos pés a cabeça.

— Você é muito invejosa, não é? Ficou com o garoto que eu gosto... — revirei os olhos e suspirei.

— Isso é pelo meu namorado?! Você tem problemas sérios! — ela ficou boquiaberta e desfez os braços cruzados.

— Namorado?! Eu não acredito que ele possa namorar alguém como você... — se aproximou mais de mim.

— Já disse que você não coloca medo em ninguém com essa cara de idiota, Susan. Eu não vou discutir com você por isso... Não é da sua conta mesmo. — me virei e ela me deu um puxão de cabelo. O que foi a gota d'água pra mim.

Em poucos segundos a minha mão estava no pescoço de Susan, a empurrei contra um armário e ela soltou um pequeno gemido por conta do impacto. Ela chutava o ar quando comecei a levantá-la. O corredor estava vazio, a escola parecia completamente vazia e ali não era um ponto que estava no alcance das câmeras. Era perfeito para acabar com essa humana.

— Me... Solte... — os olhos estavam arregalados e o rosto vermelho. Quase não tinha mais ar.

— Você escolheu um péssimo dia para me encher o saco, Susan. — apertei mais ainda o pescoço. — Duvido muito que exista alguém que sentiria sua falta... — coloquei mais força e pude sentir os arranhões dela no meu braço ficando mais fracos.

— Eveline, pare! — ouvi uma voz familiar e soltei Susan imediatamente. Que caiu no chão passando as mãos no pescoço e tossindo. — O que você estava fazendo?! — ele se aproximou e ajudou a humana a se levantar.

— Ela... É louca... — ela disse enquanto recuperava o ar.

— Me perdoe por isso, Leonardo. — a minha consciência voltou e olhei para as minhas mãos. Eu estava prestes a me descontrolar e matar mais um humano.

— É para a Susan que precisa pedir perdão... — ela se apoiou nele. O rosto ainda estava vermelho e o pescoço mais ainda. — Você está bem? — perguntou a ela enquanto eu apenas os olhava.

— Sim... Contarei ao diretor, providências terão que ser tomadas! — me olhou e pude ver que estava espantada.

— Não, Susan. Não conte a ele, por favor. Vá tomar um pouco de ar fresco e água. Falo com você depois. — ela o olhou e apenas assentiu passando por mim em seguida sem me olhar. — Eveline... O que aconteceu? — ele se aproximou de mim e tocou os meus braços.

— Me desculpa... Eu não queria que visse isso... Eu só... — senti a minha voz trêmula e meus olhos marejados. — Eu não sei, Leonardo... — ele me abraçou com força.

— Fique calma. Quando se sentir melhor a gente conversa... — beijou o topo da minha cabeça. — Não acha melhor ir para casa?

— Não. Eu não quero ir para lá. — ele secou as lágrimas que começavam a descer pelo meu rosto.

— Então vamos para a minha. Não tem ninguém lá. Você não está bem e cuidarei de você. — olhou em meus olhos. — Fique calma. — repetiu e me abraçou novamente.

Saímos até o estacionamento e Leonardo me levou até o carro dele, enquanto ele ia até Susan que nos fuzilou com o olhar, encostada no carro logo atrás dela. Eu só conseguia pensar no que quase fiz. Me senti uma idiota, e um monstro outra vez. O que me surpreendeu foi Leonardo não se assustar comigo ou algo assim. Ele estava tentando me ajudar, pedindo para a humana que não fizesse nada. Ela não concordou no começo mas ele conseguiu convencê-la e então entrou no carro saindo do estacionamento. E ele logo entrou no dele, o ligando e também saindo em completo silêncio.

Notei que ele me olhava de soslaio, e eu permanecia de cabeça baixa, fitando as minhas mãos... Essas mãos que já estiveram com tanto sangue de inocentes. Não posso deixar as coisas me afetarem, não posso me sentir sobrecarregada com meus pensamentos... Se não simplesmente tenho outro descontrole.

Seguimos a estrada em silêncio até a casa de Leonardo. Ele abriu a porta para mim e pegou o meu sobretudo. Continuava me olhando com muito carinho... Eu observei a casa, era aconchegante e bonita. Ele depois de alguns minutos surgiu com um pouco de água e me entregou. Bebi poucos goles e subimos para o quarto dele. Eu não tinha reação apenas sabia olhar para tudo menos pra ele, me sentia envergonhada.

— Eve, sente-se. — me guiou até a cama e se agachou na minha frente. — Não precisa falar nada por enquanto... Descanse essa sua cabeça, tá bom? — segurou as minhas mãos.

— Não deve me achar uma boa pessoa depois do que viu, não é? — sussurei e ele sentou ao meu lado, passando o braço pelos meus ombros e me mantendo em um abraço. — Eu sinto muito.

— Shh... Você continua sendo a mesma pra mim. Agora já disse, descanse. Ficarei aqui. — o olhei.

— Obrigada... — sussurei e ele se levantou, me fazendo me deitar em sua cama e me cobrindo com um cobertor. — Fique comigo. — ele ouviu e apenas se deitou ao meu lado, me puxando mais para si, deitei a minha cabeça em seu peito, sentindo a sua mão acariciando meu cabelo.

— Sempre vou estar com você. — ouvi ele sussurrar antes que eu fechasse meus olhos e dormisse.

Eu precisava daquilo. Precisava sentir o carinho e o calor do corpo dele que parecia esquentar o meu que era tão gelado. Precisava ouvir as batidas de seu coração que pareciam ser o melhor som que já ouvi, enquanto o meu não batia.

Ele não pareceu chocado ao ver minha força quando ainda estava segurando Susan no ar, não como ficou nítido que ela estava. Qualquer pessoa se assustaria... Mas ele não pareceu nenhum um pouco assustado ou surpreso. Por quê não? Eu sei que ele me ama mas... Mesmo assim... Não era a reação que eu esperava.

Eu dormi e descansei a minha mente como ele havia pedido, precisava mesmo daquilo. A noite passada ainda estava me perturbando, o rosto de Selene tão parecido com o meu, a forma como ela me segurou no colo antes que eu caísse no chão e como foi procurar sangue pra mim, como se tivesse preocupada. O que ela me disse sobre a Anelise... O que a Aradia me disse, a minha irmã que foi deixada junto comigo e que a vampira simplesmente a deixou sozinha ali mais uma vez enquanto me levava... Os Lerman que a qualquer momento irão surgir, a mãe bruxa de Leonardo... Eu não posso continuar escondendo tudo dele. Não. Não vou aguentar.

 Não vou aguentar

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