— J-John Bennett...
— Eu te encontrei finalmente... — me assustei com o seu toque no meu rosto. — Te encontrei, Eveline... — sussurrou e acariciou o meu rosto.
— Não... — me afastei. — Não, não pode ser! — sequei as minhas lágrimas e o encarei mais uma vez.
Era ele. Ele estava ali parado na minha frente me olhando como se não acreditasse que eu fosse real.
Os olhos castanhos... Esses olhos pelos quais já fui tão apaixonada. O cabelo ondulado mais agora mais curto. Tatuagens na mão e no braço. Uma rosa. Parecia estar mais alto e não era mais o garoto magricelo que eu me lembrava... Mas era ele, é ele...
— Não, não, não, não! — coloquei as mãos na minha cabeça e a abaixei novamente. — Não, John, não...
— Estou aqui, Eveline... Eu te procurei a minha vida inteira... — se aproximou de mim e tentou me tocar novamente, mas me afastei mais ainda.
— Não! Não me toque... — quase gritei e o olhei. — Não me toque... Fique longe de mim... — o semblante dele parecia triste.
— Oh, Eveline! — Laurine saiu da loja e se colocou na minha frente. — Só pode ser você... — sussurou. — Fique longe dela!
— Laurine... — minha voz começava a falhar. — Por favor, vamos embora. — segurei o seu braço e evitei olhar para o homem parado ali.
— Fique longe... — ela levantou a mão enquanto falava com ele. Eu podia sentir seu olhar em mim, ele não desviava por nada. Ignorava a presença de Laurine e continuava me encarando.
Ela se virou pra mim e fez com que eu me virasse também, colocando a mão nas minhas costas enquanto segurava a minha outra mão.
Eu não saberia nem responder onde estou. Sinto-me flutuador no ar. Entre as lágrimas que voltavam a descer e o choque de ter visto o rosto de John.
Olhei rapidamente para trás e ele continuava lá. Parado, encarando as minhas costas enquanto eu me distanciava. Eu o conheço, conheço aquele olhar... Ele estava triste. Vi aquele semblante de tristeza muitas vezes quando éramos mais novos...
As coisas ao meu redor pareceram mais distantes. Os barulhos também, a voz de Laurine me perguntando se eu estava bem era a mais distante de tudo. Eu andei encarando o chão, enquanto meus pensamentos só se voltavam a imagem de John, a sua voz, seu toque e ao seu cheiro que parecia ser o mesmo de anos atrás.
Laurine abriu a porta do carro e me colocou no banco do carona, enquanto ela passava para o do motorista. Não sei se ela ainda tentava falar comigo... Só sei que eu deixei de chorar e fitei a janela do carro, voltando a ficar longe do mundo real.
Ela dirigia com pressa, o que não era normal vindo dela. Ela sabe que John provavelmente irá seguir o nosso cheiro... Não temos como evitar. Logo estará em uma das casas.
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Eveline
Vampire"Eveline Kannenberg é uma vampira de 225 anos. Quando humana era uma pessoa completamente sorridente, alegre e sonhadora. Mas após ter tido seus sonhos arrancados, ela se tornou um monstro. Já não se tinha mais esperanças quando se tratava da vampir...