Capítulo 85

16 2 0
                                    

— O que fizeram com as cinzas de Leonel? — perguntei ao sair do abraço de Leonardo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O que fizeram com as cinzas de Leonel? — perguntei ao sair do abraço de Leonardo.

— Encontramos algumas urnas, que foram feitas justamente para cinzas de uma cremação. Pelo que podemos entender... Talvez essas urnas provavelmente estavam reservadas para nós. — Laurine respondeu, trazendo duas urnas na mão. — Essa é do Lerman, não sei o que podemos fazer... — ela parou após ser interrompida.

— Eu fico com isso. — Selene disse, se levantando com um pouco de dificuldade. — Quero ter as cinzas desse maldito guardadas comigo. — deu alguns passos em direção a Laurine. — Se não forem se incomodar... — nos olhou.

— Se é o que você deseja, minha irmã... — respondi baixo.

— Aqui está. — Laurine entregou a urna na mão de Selene que ficou a encarando por alguns segundos. — E está... — virou-se em minha direção. — É a de Aradia. Eu recolhi e as coloquei aqui. — se aproximou de mim.

— Aradia... — sussurrei, tomando a urna dourada das mãos de Laurine. — Obrigada, Laurine. Mas não sei se sou eu que devo ficar com isso... — olhei para Eddie que estava encostado na parede, em silêncio e com o olhar distante desde que voltamos. — Tio...

— Não, Eveline. — respondeu e olhou para a urna em minhas mãos. — Não... Fique com ela. Minha irmã iria gostar... Não se preocupe. — sua voz saiu baixa e fraca.

— Pai... — ouvi a voz de Laurine. Ele a olhou e seus olhos pareceram brilhar, ela abaixou a cabeça e alguns segundos depois voltou a olhá-lo. — Eddie. — disse firme. Ela nunca o chamava pelo nome... — Depois que resolvermos tudo por aqui... Podemos conversar...? — Eddie apenas assentiu com a cabeça e a abaixou em seguida.

— Eu gostaria de enterrar o corpo de John agora. — ouvimos Josephine, que já estava de pé. — Alguém sabe algum lugar?

— Poderia ser aqui mesmo. Neste castelo... Alguns metros daqui existe uma clareira. É bom lugar para ele descansar... — Selene disse, Josephine a encarou não parecendo gostar muito da ideia.

— E ele ficaria aqui... Sem ninguém para vir visitá-lo? Deixar flores... — disse baixo abaixando a cabeça lentamente, percebi suas mãos tremerem. — Poderiam destruir o túmulo dele...

— Alguém de confiança teria que viver aqui. — Leonardo disse.

— Esse castelo é enorme... — comecei a pensar em voz alta. — Existem vampiros vivendo nele, vi muitos vultos por aqui. Seguidores de Leonel, por vontade própria ou não... Um deles pode tentar tomar o lugar dele. Querer ser um rei... — senti os olhares de todos em mim.

— Onde quer chegar? — Selene perguntou e a olhei.

— Selene, você conhece esse lugar... Conhece o país e muitos vampiros daqui. Sabe que provavelmente algum iria se revelar e querer se tornar o próximo rei desse castelo. Você, melhor do que ninguém, poderia viver aqui. — ela franziu a testa.

—Está me dizendo... Para que eu ficasse aqui... Sendo a Rainha dos vampiros? — sorriu sarcástica. — Eles não precisam de um rei ou de uma rainha.

— Não tenho certeza disso. — Eddie enfim começou a falar. — Durante anos estiveram sendo submissos à um rei, presos à ele... Talvez não saibam como é viver sem isso. Não estou dizendo para você ser igual aos Lerman, de forma alguma... Mas, Selene, você poderia cuidar desse lugar... Trazer mais humanidade a esses vampiros. Você é muito forte e inteligente, e eles já te conhecem. Além disso, você poderia cuidar do lugar de repouso de John. Estaria por perto.

— É verdade... — Josephine disse. — Não temos como levar o John para onde ele nasceu, não tem como atravessar o mar carregando o corpo dele e não chamarmos atenção. Meu irmão esteve preso nesse castelo durante muitos anos, eu preferia que ele fosse descansar em outro lugar... Mas se você estiver aqui, Selene... Eu vou poder ficar em paz e também vir visitá-lo. Você é muito capacitada para cuidar desse lugar...

— É uma grande responsabilidade, de qualquer forma. Eu estarei ocupando o lugar de Leonel... Irão me chamar de Rainha do mundo vampiro. Não sei nem se posso realmente tomar conta desses vampiros, para eles não fazerem merda por aí. — ela abaixou a cabeça. — Mas eu posso tentar. — voltou a nos olhar. — Pelo John e para de alguma forma está perto dele.

— Terá o nosso apoio, Selene. Vamos ajudá-la com o que for preciso. — Laurine disse.

— Obrigada. — ela sussurrou e em seguida seu olhar foi até o corpo de John. — Vamos até a clareira. — começou a caminhar em direção as portas do salão.

— Está bem. — Josephine caminhou até o corpo mas parou alguns poucos metros e olhou para uma outra direção. — É tão horrível ver isso... — sussurrou e se agachou para pegar a cabeça do irmão. — Quando que eu imaginei que... Estaria com a cabeça do John em minhas mãos? Vendo os seus olhos cinzas... — notei algumas lágrimas voltando a descer pelo seu rosto. — Eu não vou conseguir carregá-lo, carregar o corpo dele. — se levantou.

— Não se preocupe, Josephine. — Leonardo caminhou até ela. — Cuidamos disso.

— Eu ajudarei. — Eddie se colocou ao lado do corpo rapidamente, e ele e Leonardo se uniram para levar John com todo o cuidado.

— Podemos? — Selene sussurrou séria.

— Sim. — respondi.

Selene começou a caminhar na frente pelo corredor, Eddie e Leonardo com o corpo logo atrás, e mais atrás estávamos nós três.

Passando pelos corredores até a saída surgiram vampiros. Não tentaram nada, se distanciaram e abaixaram suas cabeças, como forma de respeito naquele momento. Nenhum deles aparentava ser realmente ruins, como os Lerman. Acredito que se sentiam gratos por também terem sido libertos.

Chegamos até a clareira, era um lugar bonito. As nuvens pesadas de chuva estavam desaparecendo e surgia um feixe da luz do sol entre elas, iluminando o local cercado de árvores enormes.

Com a ajuda de Laurine, abrimos rapidamente uma cova na clareira. A luz do sol, apesar de muito fraca era um incômodo e precisávamos ser rápidos.

— Adeus. — Selene sussurrou, jogando o punhado de terra sobre a cova, após todos terem feito o mesmo. — Bennett.

Josephine estava aos prantos, desolada e sendo apoiada por Laurine. Selene tentava se manter forte e não derramar lágrimas... Mas o seu olhar dizia tudo.

— Por favor... Me deixem um pouco sozinha? — ela pediu em sussurros.

— Mas o sol... — me interrompeu.

— Eu serei rápida. Por favor. — me olhou e eu assenti com a cabeça me retirando com os outros.

— Obrigada. — ouvi por último.

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
EvelineOnde histórias criam vida. Descubra agora