Capítulo 37

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Na floresta sozinha

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Na floresta sozinha. Pensando, pensando e pensando. Quando eu iria sequer sonhar que John Bennett se tornou um vampiro e que está me procurando há dois séculos? Eu não consigo acreditar.

No fundo eu sempre me perguntei: "Como que alguém pode ser tão baixo como a mulher que me criou?". Nos últimos tempos ela tem conseguido me surpreender com todas as suas mentiras e invenções. Com toda a sua maldade e frieza ao me ver sofrer e não dizer absolutamente nada. Eu já fui muito ruim também. Já fiz muitos erros. Mas... Não, eu não chegaria à tudo o que Aradia fez. Toda a dor que sempre senti e guardei foi causada por ela. Por ela eu matei e fui cruel. Eu não sei se a mãe que tive quando era criança realmente existiu.

Quando eu soube da suposta morte do John, foi sem dúvidas um dos piores dias da minha vida. Eu era completamente apaixonada por ele, queria viver com ele... Tudo era ele. Oh, céus... Diga que isso não está acontecendo.

Josephine me olhou com tanta pena. Todos fizeram isso. Aradia pelo menos não se atreveu a dirigir qualquer palavra à mim. Eu desejava sumir daquela casa e acabei parando no meio da floresta.

Eu não tinha cabeça nem mesmo pra pensar nos Lerman e na segurança de Leonardo. Não conseguia pensar em nada, na verdade.

Olhando para o céu, quis gritar e pedir que tudo fosse uma brincadeira de mau-gosto. Mas só pude sentir as gotas de chuva chegando ao meu rosto... Não irei negar, lágrimas também desciam misturadas com a chuva.

— Eveline. — ouvi a voz de Laurine e a olhei lentamente.

— Eu disse que queria ficar sozinha... — sussurrei. — É algum problema? — sabia que ninguém iria interromper o meu momento sozinha atoa. Me conheciam e saberiam que isso me deixaria extremamente irritada.

— Não sei te dizer exatamente... — ela desviou o olhar e eu continuei a olhando. — Apareceu outra vampira... Ela disse que se chama Selene. E que você a conhece.

— S-Selene? — gaguejei e engoli em seco. Ora, mais essa agora?

— Sim. Ela está te esperando na sua casa... Disse que quer te ver com urgência... — falou enquanto passava por ela.

Cheguei em casa em poucos minutos. Primeiro, o que ela queria agora? E segundo, como ela descobriu onde era a casa que Eddie me deu? Parece que essa vampira simplesmente descobre tudo o que quer.

Eddie manteu Helene e Marie trancadas no quarto, afastadas de Josephine e agora de Selene. Mas é claro que Leonardo não aceitou ficar trancado e estava no meio da sala na presença de todos.

Josephine estava de braços cruzados em um canto, ela ficou, digamos que muito surpresa ao saber de tudo o que estava acontecendo. O seu olhar não saia de Selene, que estava sentada em uma poltrona com as pernas cruzadas e o semblante sério. Eddie desceu as escadas assim que sentiu a minha presença e a de Laurine chegando logo atrás de mim.

Leonardo me olhou. Seu olhar era de preocupação, eu sei disso. Senti vontade de ir até ele e o abraçar fortemente mas me contive. Precisava saber o que essa vampira queria agora.

— Você... — me aproximei. Molhando todo o chão e tudo ao meu redor com meus movimentos. — O que raios está fazendo aqui?! — franzi a testa.

— Olá, Eveline. Fico extremamente feliz por ter sido a primeira a chegar até você... — a olhei sem entender enquanto todos continuavam assistindo em silêncio.

— A primeira a chegar? O que quer dizer com isso? — ela suspirou e me encarou em seguida. Reconheço uma pessoa nervosa... E ela está. Mas por quê?

— Vendo que uma certa vampira está aqui... — olhou para Josephine que franziu a testa, parecendo não entender também. — Acredito que você já saiba que... Que...

— Fale logo! — ela suspirou novamente.

— John Bennett está vindo até você. — fechei meus olhos e me sentei no sofá. Josephine imediatamente se colocou na frente de Selene.

— Você conhece o meu irmão?! Como é seu nome mesmo...?

— Selene... E o seu irmão estava te procurando também, Josephine. Você é idiota em sair procurando por ele? Ou melhor, pelo jeito saiu procurando pela Eveline... — olhei para as duas e em seguida para Leonardo. Que com o olhar parecia me perguntar se eu estava bem.

— Selene! É claro! Você vive grudada com o meu irmão... Procurando pela sua irmã... — arregalei os olhos imediatamente e as encarei. — Ah! Espera aí... — Josephine fez uma expressão de surpresa. — Você é Selene Kannenberg! Eveline é a sua irmã!

— O quê?! — quase gritei e empurrei Josephine para olhar Selene frente a frente. — Não... Eu definitivamente devo estar em algum pesadelo. — ri ironicamente sem acreditar que tudo isso realmente estava acontecendo. — Não... Não mesmo...

— Kannenberg? — ouvi a voz de Eddie atrás de mim. — Como é possível você ser uma Kannenberg? Se isso for alguma brincadeira ou algum plano dos Lerman... É melhor parar. — ele segurou os meus braços e me afastou lentamente. Eu não tinha mais reação alguma.

— Não é brincadeira e eu não trabalho com os Lerman... Foi John que me transformou e ele foi transformado por um Lerman. — confirmando mais uma vez o que Josephine disse. — Nos dois procurávamos juntos por você... Há dois séculos. John se tornou obcecado por isso e então quando te encontrei não falei nada pra ele... Mas não adiantou... O próprio Leonel Lerman contou sua localização... John está à caminho. É por isso que estou extremamente feliz em te encontrar primeiro que ele... John está descontrolado. — tirei as mãos de Eddie de mim e me aproximei dela novamente.

— Por favor... Me fala que isso tudo é uma mentira. — o semblante dela estava triste. — É tanta coisa...

— Me perdoe... Mas é tudo verdade. — ela tocou o meu ombro e eu agarrei o seu pulso com força.

— Você é a minha irmã? — perguntei de cabeça baixa e sentindo a minha voz falhando mais uma vez.

— S-sim... Eveline. Eu sou a irmã que foi abandonada com você, quando eu tinha dois anos de idade e você era uma recém-nascida... — lágrimas começaram a descer pelo o meu rosto novamente e já me sentindo sem forças para continuar ouvindo qualquer palavra, cai de joelhos. Minhas mãos foram até o meu rosto e gritei com toda a força que ainda me restava. Selene também se ajoelhou imediatamente e me abraçou. Eu não conseguia retribuir.

A sala estava em silêncio e só podiam ouvir o meu choro e gritos. Por quê tanta coisa está acontecendo comigo? A minha vida está virando de cabeça pra baixo... Eu me sinto tão... Tão perdida, tão fraca... Tão frágil.

Selene... Selene... Como eu não pensei nisso? Nossa semelhança física... Ela saber da nossa mãe biológica... Eu fui tão burra.

John, por quê não procurei pelo o seu corpo mesmo a Aradia tendo dito que o jogou em um lugar impossível de ser localizado...? Por quê...?

Aradia, oh. Por quê fez tudo isso comigo? Eu te amava, você era a minha mãe... Eu confiava em você... Eu te amava tanto, mamãe...

 Eu te amava tanto, mamãe

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