"Eveline Kannenberg é uma vampira de 225 anos. Quando humana era uma pessoa completamente sorridente, alegre e sonhadora. Mas após ter tido seus sonhos arrancados, ela se tornou um monstro. Já não se tinha mais esperanças quando se tratava da vampir...
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Katrina Lerman continuou imóvel no mesmo lugar depois que os outros haviam saído. Apenas olhando para cada um de nós repetidas vezes em silêncio. Séria e calada.
— Vocês sabem como isso é ridículo, não é? — disse pela primeira vez. — Por que estão fazendo essa loucura?
— Bom, você e o Leonel nunca aceitariam o amor de um vampiro com um humano... É por isso que estamos aqui. Se não fossem do jeito que são, isso não estaria acontecendo. — Eddie disse.
— Fazemos isso pela proteção da nossa existência... Já imaginaram como seria o mundo se os humanos soubessem que existem vampiros entre eles? Iriam nos caçar. E por mais que sejamos fortes... Não podemos ir contra milhões de humanos. — a ruiva disse. — Quando o meu marido os transformou, imaginei que seriam bons seguidores... Que saberiam o que é o correto. E realmente foi assim. Aradia era, digamos, o nosso orgulho... Ela sim agia como uma vampira... Até o dia em que infelizmente pegou Eveline nos braços. Você, Eddie... No começo agia de uma forma aceitável... Caçou bruxas, que sempre foram um perigo para nós, matou e matou... Você também foi motivo de orgulho. Vocês dois até mesmo tomaram esse castelo... Destruíram um reino. Infelizmente eu e Leonel nos interessamos por ele e tivemos que tomá-los de vocês...
— Eu não me orgulho do meu passado, Katrina. Não me orgulho de absolutamente nada... — disse. — Gostaria de pedir que pare de falar da minha vida e a da minha irmã como um motivo de orgulho.
— Mas é um motivo de orgulho, Kannenberg. Eu sei qual é a história de vocês... A dor que sentiram. A perda de uma pessoa muito querida, a qual te fez ser essa pessoa tão protetora, Aradia... A perda que com certeza te fere até hoje. Por isso você tomou tantas decisões consideradas absurdas pela sua filha, decisões que te fez ganhar o ódio dela. — eu não sabia do que eles poderiam estar falando. Se nem Eveline e Laurine conhecem eles direito... Imagine eu... — Deveriam ter orgulho sim de quem foram. Vocês sobreviveram ao passado.
— Cale-se. — Aradia disse baixo. — Você não tem o direito de falar sobre a nossa vida. A minha vida! — ela fez menção de ir até Katrina, mas Eddie a impediu colocando a mão sobre o ombro da irmã. — Nem pense em citar sobre... — sua voz de repente ficou trêmula, como se estivesse prestes a chorar. — Não permito que abra a boca para falar sobre ele.
— Acalme-se, Aradia. — Eddie disse baixo. A vampira virou a cabeça e pude ver seus olhos se enchendo de lágrimas. Ela deu as costas e se afastou do irmão e de Katrina.
— Vê como se tornaram fracos? — a ruiva continuou. — Vocês ainda são pessoas boas mesmo depois de tudo o que aconteceu... Mas eu me pergunto uma coisa... Por que nunca contaram a verdade para suas filhas? Eveline te odeia, Aradia. E bom, Laurine... Certamente passará te odiar, Eddie. Mas no fim ela tem um excelente motivo para isso... Agora a Eveline... Ela também tem motivos para isso, não é Aradia? Só que... Você sabe que as coisas poderiam ser muito diferentes caso tivesse contado sua história à ela... — os dois continuaram em silêncio e então Katrina voltou a falar. — De qualquer forma, a dor do passado continua os ferindo ao ponto de nem quererem falar sobre para suas filhas. Vocês como pais... Foram e são péssimos. Sinceramente, acho que eu e o Leonel teríamos sido melhores pais do que vocês... Isso caso tivéssemos encontrado uma criança.
