Capítulo 32

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Eddie surgiu na entrada com o que parecia ser sacos com compras

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Eddie surgiu na entrada com o que parecia ser sacos com compras. Estava sério como sempre, talvez preocupado. Me cumprimentou e seguiu para a cozinha da casa.

— Eles ainda estão dormindo? Comprei algumas coisas pra eles. — colocou os sacos na bancada e me olhou.

— Sim. — respondi. — Onde está Laurine? Ela não iria vir? — perguntei abrindo as persianas da cozinha.

— Convenci ela à ficar. Não sei o que a bruxa Mellark pode dizer... E eu não gostaria que minha filha estivesse aqui para ouvir. — começou a pegar algumas coisas e preparar o café para os outros. — Vá namorar um pouco, Eveline. Quem sabe essa sua cara amarrada desapareça... — brincou e eu sorri.

— Ah, veja só quem fala... Bom, não fique tão preocupado, Eddie. A bruxa teve uma reação péssima comigo ontem mas olha só... Agora está lá em cima dormindo. — ele soltou uma risadinha e me aproximei da bancada. — Eddie... Obrigado. Por tudo. — ele parou o que estava fazendo para me olhar. — Você pode ter errado muito mas com certeza é uma pessoa incrível agora... Posso odiar a Aradia mas pelo menos ela me deu o melhor tio que eu poderia ter nessa vida. Nunca terei palavras o suficiente para te agradecer por tudo o que faz e já fez por mim.

— Ah, minha querida... — se aproximou de mim com um sorriso. — Não me agradeça. — me envolveu em um abraço rápido. — Você é a minha segunda filha, faria tudo por você.

— De qualquer forma obrigado... — sorri e passei a mão no braço dele. — Vou ver o Leonardo. — ele assentiu com a cabeça e saí andando até o outro andar.

Quando cheguei no quarto encontrei um humano dormindo tranquilamente. Enrolado nos lençóis e os fios do cabelo bagunçados como sempre. Eu me sentia tão bem só de olhá-lo.

Puxei as cortinas das paredes de vidro, deixando a luz do dia entrar no quarto. Leonardo se revirou e resmungou algo, incomodado com a claridade que invadia seus olhos agora.

O dia estava nublado como sempre. Mas a paisagem do rio e da floresta ao nosso redor era tranquilizador.

— Amor... — ouvi ele sussurrando e o olhei imediatamente. — Você não dormiu? — ele apoiou os cotovelos na cama e me olhou.

— Não. Não consegui. — me aproximei e sentei ao seu lado na cama.

— Está preocupada, não é? — disse com a voz rouca.

— Estou... A verdade é que não tem como não ficar. — desviei o olhar e abaixei a cabeça.

— Vai ficar tudo bem... — sentou na cama e me puxou para um abraço. — Vai ficar tudo bem... — repetiu em sussurro.

Me ajeitei nos braços dele e sentia que poderia ficar ali eternamente, sentindo o calor do seu corpo. Mas de repente ouvimos um grito vindo debaixo e eu saí correndo até lá. Obviamente cheguei mais rápido que ele.

— O que foi isso?! — Helene tinha deixado cair uma xícara de café no chão, enquanto apontava em uma direção. Me aproximei mais dela e vi Eddie. Ah, droga. Ela sabe que foi ele.

— Mãe?! Está tudo bem? — Leonardo chegou logo atrás de mim e tocou no ombro de Helene.

— Esse maldito! Foi ele! Ele que matou as bruxas da nossa família! — ela apontava pra ele enquanto Eddie permanecia parado com as mãos nos bolsos da calça.

— Senhora Mellark, eu me arrependo muito por tudo o que fiz aos seus antepassados... — disse sério e a encarando.

— Eu achei que você deveria ter sido assassinado ou algo assim... Mas essas características, esse nome... É claro que é você. Desgraçado! Você levou centenas de nós para a fogueira e ainda continuou nos perseguindo depois! Maldito, maldito, maldito! — ela correu até ele e começou a dar socos no peitoral de Eddie. O que não fazia efeito nenhum, ele nem sequer se mexia.

— Acalme-se, Mellark. — ele a afastou cuidadosamente, Leonardo iria até ela mas o impedi. É necessário que troquem algumas palavras. — Eu fiz coisas horríveis... Entendo que me odeie. Mas por favor, agora precisamos pensar em outra coisa. — olhou pra mim e Leonardo.

— Onde eu estava com a cabeça quando aceitei isso... — sussurrou encarando Eddie.

— Na segurança dos seus filhos. — respondeu. — Eu não farei mal nenhum... Evitarei até mesmo à ficar muito próximo da senhora, não quero que se sinta incomodada. — ela se afastou lentamente.

— Mais incomodada do que estar em uma casa com dois vampiros? Uma que namora o meu filho, outro que aterrorizou minha avó, minha bisavó e centenas de outras bruxas da minha família... Além do que... Mais poderam aparecer a qualquer momento... — balançou a cabeça. — Não se atreva a nem mesmo olhar pra mim! Você como todos os outros é um monstro... Depois que isso acabar, não quero nunca mais ouvir o sobrenome Kannenberg. — subiu as escadas lentamente e olhando para o chão.

— Eddie... Desculpe por isso... — Leonardo sussurrou desajeitado. — Minha mãe sofreu muito...

— Tudo bem. Eu até esperava uma reação mais agressiva... — disse fitando o café e a xícara quebrada no chão. — Eu merecia de qualquer forma... Te peço desculpas também, Leonardo. Afinal, também eram da sua família.

— Está bem... — ele sussurrou e os olhei.

— Vou limpar isso. Cadê a sua irmã? Venham tomar café. — mudou de assunto e andou até a cozinha. Leonardo subiu para chamar Marie e eu fique encarando Eddie enquanto limpava o chão e recolhia os cacos agora.

— Você está bem? — perguntei.

— Estou, Eveline. Não se preocupe... Eu já ouvi coisas piores e como disse... Esperava uma reação até mais agressiva. Não tem como julgar o ódio que ela sente por mim... Eu só me incomodo com o fato dela te odiar também porquê possui o mesmo sobrenome que o meu e pelo erro que eu cometi. Você nem teve nada a ver... — ele disse sem tirar os olhos do chão.

— Tudo bem... — sussurrei. — Diga ao Leonardo que fui caçar... E cuide dele por mim durante essas horas que ficarei longe.

— Claro, precisa tomar o seu café da manhã também... Eu cuido das coisas por aqui. — me olhou e sorriu gentilmente. — Ah, acha que consegue continuar no Theodore Wright normalmente?

— Sim. Pelo menos o Leonardo precisa continuar estudando... E com Laurine ficará mais fácil proteger ele por lá. Por enquanto precisamos fingir que tudo está normal... Amanhã voltamos. — ele assentiu com a cabeça e eu acenei com a mão antes de sair pela floresta à fora.

Talvez por enquanto dê para levar as coisas assim... Quero que Leonardo viva o ensino médio como um aluno normal ou que pelo menos uma parte da vida dele seja comum. Terei que ficar por perto o tempo inteiro mas tudo bem. Gosto de estar com ele mesmo.

 Gosto de estar com ele mesmo

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