Capítulo 69

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— Aradia

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Aradia. Eu ando pensando nela... Me sinto diferente em relação ao ódio que senti praticamente a vida inteira. — falei o mais baixo possível, olhando para a vampira nem tanto distante na sala, de costas olhando para uma das janelas. — Eu não sei... Não sei o que está acontecendo comigo.

— Você não quer conversar com ela? Talvez te fizesse se sentir melhor... — Leonardo disse no mesmo tom de voz que o meu.

— Não... — o olhei. — Eu não conseguiria. Sinto essa vontade, eu admito. Uma sensação estranha... Quero saber o que aconteceu com ela, como ela se tornou o que é... Mas eu não consigo. Eu nem sei qual o motivo de querer isso.

— Eve... — o interrompi.

— Eu sei o que você vai falar... E não, eu não vou tentar. Aliás, não temos tempo para pensar nisso. Algo mudou, mas isso não significa que a Aradia seja a minha mamãe querida... No fundo, eu ainda a odeio mais do que qualquer coisa. — voltei a olhar para Aradia do outro lado da sala. E me surpreendi ao vê-la me olhando de volta. Ela baixou o olhar e o desviou em seguida. — Ela ouviu...

— Agora ela sabe que você quer conversar com ela... Isso não te ajuda? — ele disse também a olhando.

— Leo... — voltei a olhá-lo e fui interrompida no mesmo instante pela presença de Aradia surgindo ao nosso lado.

— Diga o que quer saber exatamente. — Aradia disse. Leonardo continuava a encarando, enquanto eu evitei por alguns instantes.

— Vou deixá-las sozinhas... — Leonardo disse dando alguns passos para trás.

— Não... — segurei em seu braço. — Não vai. Não tenho o que conversar com essa vampira. — a encarei enfim.

— Não vamos começar uma discussão aqui... Perto de todos os outros, Eveline. Sabe que nem sempre é possível controlar a nossa audição, podemos ouvir sem nem mesmo querer... E eles já estão com as mentes muito ocupadas nesse momento. Não quero que se preocupem com a discussão de mãe e filha também... — soltei o braço do Leonardo e foquei meu olhar nos vampiros atrás de Aradia. Eddie concentrado em uma conversa com Laurine e Josephine, enquanto Selene continuava no telefone. Estavam realmente concentrados, se não já teriam percebido o que está acontecendo aqui. — Eu posso te dizer o que você quiser, Eveline... Basta me perguntar.

— Eveline, vocês devem conversar... — abaixei o meu olhar e fiquei em silêncio.

— Não seja orgulhosa. Eu não me considero uma boa pessoa... Errei muitas vezes porém... Posso te explicar os motivos pelos quais não me arrependo nunca desses erros. — levantei meu olhar, a encarando... Eu odiei ouvir aquilo.

EvelineOnde histórias criam vida. Descubra agora