Capítulo 84

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— Descanse em paz, Katrina Lerman

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Descanse em paz, Katrina Lerman. Seja lá pra onde você for... — sussurrei. Colocando a última pedra no lugar onde a enterramos. Ao lado, estava um conjunto de pedras e uma cruz. É onde o bebê de Katrina foi enterrado.

— Venha, querida. — Eddie tocou o meu ombro e me levantei. — Temos que cuidar de muitas coisas ainda... — ele olhou ao redor. Atrás de nós, um pouco mais distante, tinha uma casa, era grande e estava praticamente caindo aos pedaços. Era onde os Lerman deviam viver inicialmente, então já é uma casa muito antiga. — Quer esperar amanhecer? Você precisa descansar.

— Apenas eu, Eddie? — o olhei. Ele desviou o olhar e abaixou a cabeça. — Como está sua mente, tio? Admito que a minha não está excelente. Eu perdi uma pessoa que foi meu melhor amigo por anos duas vezes, e perdi minha mãe. E você... — fui interrompida.

— Eu perdi minha irmã... E acho que também perdi a minha filha. Laurine não vai me perdoar depois de ter descoberto a verdade sobre a história dela. — me olhou.

— Vamos entrar... — toquei o seu ombro e viramos em direção a casa. — Você sempre me ouviu e sempre me ajudou, Eddie. Acho que está na hora de você ser ouvido...

— Não sei se sou bom em falar de mim mesmo, sobrinha. — me olhou.

— Temos isso em comum, tio.

Entramos na casa. Apesar do estado deplorável e do péssimo cheiro, dava para ficarmos ali até o amanhecer e poderíamos descansar nossas mentes um pouco.

Meu tio estava com um semblante de tristeza e cansaço, e eu tentei dar o meu melhor... Mas era difícil. Ganhamos uma batalha para conquistarmos a paz, mas perdemos pessoas importantes.

O primeiro abraço que dei na Aradia depois de 2 séculos, foi também o último. E o John? O qual tentamos salvar mas acabamos o perdendo por conta de um deslize... 

— Tio? — ele estava de costas, olhando a floresta da região por uma janela quebrada. — Tudo irá ficar bem... 

— Eu não tenho certeza disso, Eveline.  — virou-se para me olhar. — Eu e minha irmã passamos por muitas coisas... Durante muitos anos só tínhamos um ao outro. Eu prometi que sempre iria a proteger de qualquer mal. E agora ela está morta.

— Sabe que isso não foi sua culpa, não é?

— Eu sei. — seu olhos se encheram de lágrimas — Mas... Eu queria ter a protegido... Queria ter salvado ela... Eu não sei como vou poder continuar vivendo sem minha irmã e minha filha, Eveline. Elas sempre foram tudo pra mim.

— Tio Eddie... Pense que Aradia esteja em um lugar melhor... Eu sempre soube do laço forte que vocês possuíam, e acho que ela não gostaria de vê-lo assim. Você cuidou dela e a protegeu por quase 4 séculos... Ela com certeza era muito grata por tudo o que você fez. — me aproximei.

— Sim... Ela sempre dizia ser grata a mim. Dizia que eu era o melhor irmão e que me amava infinitamente. Me pedia desculpas pelas vezes que ela agia sem pensar... Me mostrava seu lado mais fraco e frágil, e me pedia conselhos. — as lágrimas começaram a descer pelo seu rosto. — Falava tanto de você... E como sentia sua falta...

— Eu queria voltar no tempo e ter a oportunidade de conversar com ela sobre tudo... Desperdicei muitos anos. — falei em voz baixa.

— Ela te amava, Eveline. Ela te amava muito. Você era e sempre foi a filha dela. Não foi à toa que ela deu a vida por você...

— Me contará tudo o que sabe sobre Aradia?

— É claro. Mas em outra ocasião, quando tivermos resolvidos as outras coisas. — secou as lágrimas. Nunca havia visto meu tio daquele jeito... Com aquele semblante tão triste.

— Tudo bem... Eu não sei o que aconteceu... Mas eu me sinto tão arrependida... Por não ter aproveitado todo esse tempo. Demorei muito pra entender que guardar mágoas, ódio e rancor não me traria o bem. Eu deveria ter engolido meu orgulho e ter esclarecido tudo com a Aradia. — abaixei minha cabeça.

— Ninguém pode te julgar, Eveline. Também foi um erro meu e da minha irmã por não termos te dito tudo. Ter dito o que tornou ela tão protetora... O que levou ela a ser chamada de louca e a ser odiada sem dizer nada pela própria filha. O que posso te dizer por enquanto... É que ela realmente nunca quis o seu mal e que te amava. — levantei minha cabeça e o olhei.

— Obrigada. — sussurrei e avancei para abraçá-lo fortemente. — Obrigada por tudo, tio Eddie. — sussurrei novamente.

— Minha sobrinha... Não me agradeça por nada. — retribuiu o abraço.

— É melhor descansar um pouco... — me afastei. — Logo irá amanhecer.

— Sim... — se afastou e se sentou no chão, encostado em uma parede. Ele fitou as mãos e em seguida me olhou parada em pé. — Eve... Você acha que a Laurine irá me perdoar? — franziu a testa suavemente.

— Tio... Eu acredito que sim. Laurine sempre foi a de coração mais puro entre nós... E te ama muito. Então creio que por mais que seja difícil... Ela vai te ouvir, não digo que ela possa entender ou aceitar essa situação. Mas com certeza vocês terão uma oportunidade para conversar melhor sobre tudo isso. — me aproximei para sentar ao seu lado.

— Eu não quero perdê-la...

— Você não irá... Vai tudo ficar bem, Eddie. — toquei o seu ombro.

Era perceptível a tristeza e preocupação de Eddie... Nunca achei que o veria assim. Sempre foi sério e o que ajudava os outros. Mas agora quem precisa de um apoio e de ser ouvido é ele.

Eu também não me sinto bem. Por um lado, feliz por tudo isso ter acabado. E por outro... A dor.

Ainda existem tantas coisas para serem explicadas... E o que isso irá trazer? Mais dor? Paz?

O que hoje sei, é que me sinto uma pessoa melhor... Acredito que mudei meu interior. Não tenho e não temos mais os meus demônios. Fiz amigos que se tornaram minha família. Tenho um grande amor... E com ele irei me casar. E estou forte o suficiente para não deixar que a tristeza me domine.

Conseguimos derrotar o Rei do mundo vampiro. Ninguém irá mais sofrer nas mãos de Leonel. E isso me traz tanta calma...

A partir de agora tudo será melhor... Tudo enfim estará bem.

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