— Vocês duas podem esperar aqui fora. Quero conversar apenas com o casal. — Leonel disse se virando em nossa direção, passando o olhar entre Laurine e Selene.
— Estão de acordo? — Laurine nos perguntou.
— Sim. Qualquer coisa, entrem. — respondi. E as duas assentiram com as cabeças. Leonel, Leonardo e eu passamos por duas portas grandes e pesadas, adentrando um sala menor, com sofás e poltronas de um lado, estantes e livros espalhados por todo o cômodo. Não haviam janelas e as lamparinas e velas não iluminavam muito o local. As portas ao se fecharem com força atrás de nós fizeram um estrondoso barulho.
— Fiquem à vontade, garotos. — Leonel caminhou até um dos sofás e se sentou, cruzando as pernas em seguida.
— Diga logo o que você quer tanto conversar. — Leonardo disse, continuando parado ao meu lado, enquanto nossos olhos não saiam de cima do Lerman.
— Quero que me digam a história de vocês. — nos encarou sério. — Me convençam a não matá-los.
— Talvez seja você que devesse nos convencer a não matá-lo, Leonel. Você certamente já sabe toda a nossa história... — comecei. — Sempre sabe de tudo, não é?
— Você é tão parecida com sua irmã. Será que todos os Kannenberg são desse jeito? Tão desrespeitosos... — disse baixo a última frase. — Eu não gosto muito de repetir as mesmas coisas mas bom... Direi mais uma vez, é impossível que consigam me matar. Vejam bem quem eu sou.
— Quem você é... Um maluco? Um completo maluco? — falei e ele sorriu sarcasticamente.
— Ah, Eveline... Se soubesse quantas vezes fui chamado de louco ao longo da minha vida... Mas não. Eu não sou nenhum louco. Sou uma boa pessoa, tanto que estou dando a oportunidade de talvez deixá-los vivos.
— Uma boa pessoa? — dei alguns passos em sua direção mas Leonardo segurou o meu braço, impedindo de avançar mais. — Você é desprezível, Leonel.
— Como você pode dizer ser uma boa pessoa? Realmente sabe o que significa isso? — Leonardo perguntou.
— Sim, sei exatamente o que significa... E sim, sou uma boa pessoa. Agora... Eu gostaria de saber o que sentem um pelo outro. É realmente amor?
— Sim, Leonel. É amor. Sabe o que é isso? — perguntei.
— Eu sei exatamente o que é o amor, Eveline. Acredite... Eu amo minha esposa e um dia, amei minha família. Não sou contra o amor, nunca fui. Até nos meus piores dias, eu via o amor como a solução desse mundo tão cruel. O que eu quero saber... E se vocês realmente sabem o que é o amor. Já pensaram que tudo isso não pode ser uma simples paixão? Que estão fazendo tudo isso por algo que não valerá a pena?
— O que você quer dizer? — Leonardo perguntou.
— Você realmente ama alguém?! Não acha que sua visão do amor seja distorcida?
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Eveline
Vampiro"Eveline Kannenberg é uma vampira de 225 anos. Quando humana era uma pessoa completamente sorridente, alegre e sonhadora. Mas após ter tido seus sonhos arrancados, ela se tornou um monstro. Já não se tinha mais esperanças quando se tratava da vampir...