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Era uma tarde de domingo na comunidade, todo mundo tava nos bares, jogando sinuca ou bebendo, batendo uma bola ou simplesmente sentado na calçada conversando com os vizinhos enquanto via os últimos raios de sol daquele dia.

Na quadra, crianças jogavam bola despreocupadas, incluindo o Matheus.

Menino franzino de 15 anos que amava jogar! Era todo domingo, de lei.

Ele é o protagonista desta história, e pra começar a história dele, temos que partir do dia em que sua vida mudou completamente...

No caso, esse dia...
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Matheus POV

Luan: Aê, namoral, Julin é um perna de pau do caraaalho, menó! - gasta e os muleke ri concordando.

Porra, só decepção com esse pivete namoral.

Num fez a porra de um gol e quando fez, foi contra.

Só Jesus na causa, viado.

Só num apanhou porque eu fiquei com pena e num deixei, porque senão....

Matheus: Não, pô. Vai lá ficar no banco que é melh...- começo a falar com ele mas sou interrompido por um grito chamando meu nome e me viro procurando quem é.

Gu: MATHEUS! - grita de novo parando na grade da quadra ofegante.- Tua mãe tá mandando tu ir pra casa AGORA! E ela falou que se tu num for, ela vem te buscar. E falou com um cinto na mão, menó.- põe a mão na cintura e eu sorrio amarelo tirando as chuteira.

Iiih, moiô pra mim, viado.

Eu em, eu vou, eu vou, pra casa agora eu vou! To nem maluco.

Ultima cintada que ela me deu, ficou a marca da fivela na minha costela um mês, viado.

Cê tá doido.

Matheus: Aê, tô vazando. Mas domingo nois continua, valeu? - faço toque com os muleke e eles acente voltando a organizar o jogo enquanto eu saio.

Porra, mãe sempre faz isso. Cinco e meia ela me manda tá em casa, mas cinco e meia é sempre a hora mais foda que o sol num tá quente, nem o dia tá tão frio. Perfeito pra fazer gol e fazer poze de jogador caro, viado.

Só que se eu num for, o cinto acha minhas costela.

Então, partiu.
...

Rosa: Até que enfim, garoto. Ja tava procurando a chinela pra ir te pegar, em.- aponta pra mim, calma e vai até a pia lavar o resto da louça.- Parece que num tem casa, eu em...- nega.

Tô falando. Doidona no azeite, essa muié.

Matheus: E cadê os pioiento? - pergunto tirando a camisa soada e ela cerra os olho pelo xingamento.

Rosa: Tão dormindo. Acordaram cedo demais hoje e foram coxilar.- acinto abrindo a porta da cozinha.

Matheus: E o cu de cana? - pergunto com tédio e ela ja muda a expressão pra séria.

Rosa: Já falei que não gosto de você chamando seu pai assim, muleke! - aponta pra mim com a mão cheia de sabão e eu reviro os zói.

Ah, minha mãe adora um drama quando se trata daquele arrombado.

Matheus: Se ele passa a vida bebendo, ele é oq?? Consumidor acíduo? - debocho sentando no batente e ela faz cara de tédio.

Rosa: Tu é muito injusto com ele, Matheus...- nega lavando uma panela e eu levanto as sobrancelha desacreditado.

Matheus: Injusto? Injusto é dar porrada em cego, eu tô falando a verdade. Ele só gasta todo o dinheiro dessa casa pra beber, fumar e cheirar. E quando ele faz isso, ele chega em casa e enche a senhora de porrada. E quando eu tento me meter pra impedir, a senhora briga é comigo. Putaria da porra! - cruzo os braço mei puto e ela respira fundo.

No alto do morro...Onde histórias criam vida. Descubra agora