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Arcanjo POV.

23:40 da noite do mesmo dia...

Arcanjo: É o seguinte, cambada: todo mundo sabe que o Leléu foi baleado na última operação dos verme aqui na favela e, por sorte, foi na perna e não teve risco de vida.- falei calmo e todos assentiram.- Já faz uma semana que ele tá de molho naquele hospital e já me passaram o rádio de que ele tá pra ter alta depois de amanhã. Então, amanhã mermo vai ser o dia do resgate dele.- sentei na minha cadeira e cruzei os braços em cima da cabeça.- Depois de amanhã vai tá lotado de polícia lá pra levar ele pro presídio assim que ele recebesse alta, e num ia ter como fazer esse resgate de um jeito limpo. Já amanhã, vai ter só uns três guardinha lá e a gente resolve fácil.- dou de ombros e todos assentem.

Nada que um suborno e uma enfermeira gostosa não resolva.

Querido de Deus: Beleza... E nois vai que horas? - perguntou passando óleo no fuzil, perto da porta.

Arcanjo: Mei dia em ponto. Que é a hora que pelo menos uns dois dos guarda vão almoçar e vai tirar pela metade o risco de avisarem à alguém e em cinco minutos ter quarenta viatura e um águia na porra do hospital só pra pegar eu e o Grego.- reviro os olho.

Bando de filha da puta.

Faz cinco anos que me caçam igual um bicho.

Dia desses tinha até recompensa de 20 mil conto pela minha cabeça.

Pega nunca, bando de arrombado.

Peuzin: Sabe aonde é o quarto que ele tá? - perguntou acendendo um verde e eu levantei a sobrancelha me lembrando desse detalhe.

Puta merda.

Arcanjo: Ih, caralho. Verdade. Esqueci de mandar perguntar.- bufei batendo na mesa.- Mas foda-se. Com um cano de fuzil na testa, num tem atendente que num lembre o número da porra do quarto.- dei de ombros e todos concordaram.

Grego: Então amanhã é o dia, negada. Dez hora, quero todo mundo pronto aqui na boca. Pode mandar avisar ao resto.- tirou a camisa e botou no ombro, se levantando do sofá.- Vocês e mais uns vinte que se candidate até amanhã. Mas agora, tô partindo po meu baile. Valeu aê.- fez gesto e saiu despreocupado pra ir pra quadra, onde tava acontecendo o baile.

Fila da puta, nunca leva nada a sério esse corno.

Ainda vai se fuder...

Ficamo ajeitando o resto dos detalhe do resgate ainda, e depois de uns minuto, todo mundo partiu pro barulho.

Hoje é dia de festa, amanhã é dia de bala.

Como ninguém sabe se volta, vamo curtir enquanto os verme num tá comendo nossa carne.

Partiu!

No alto do morro...Onde histórias criam vida. Descubra agora