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Arcanjo POV
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No mei do caminho, eu já tava me arrependendo de ter aceitado a merda que essa doida propôs.

Mas toda vez que eu olhava pra minha perna no estado que tava, eu tinha certeza que não tinha pra onde correr, literalmente.

Por onde nois passava, ia deixando um rastro de sangue, e a cada segundo, a perna só doía cada vez mais.

Paramo ainda um monte de vez pra descansar quando eu não aguentava mais a dor, e ela ficava falando merda pela demora e pela vagareza, mas era só eu dar um grito de ódio e ela calava a boca.

Calava mais ou menos. Ainda ficava resmungando igual uma veia chata, do meu lado, mas eu tava com dor demais pra me preocupar com as merda que sai da boca dela.

Enfim, ela é chata pra caralho, mas tá até me ajudando, então num vou reclamar.

Mari: É aqui? - perguntou olhando pra casa e eu assenti já vendo tudo dar umas girada ao meu redor.- Caralho...é bem grande. Não parece em nada as outras casas daqui.- falou espantada e eu revirei os olho.

Beleza, eu aqui botando até as tripa pra fora com esse buraco na minha perna e esse no ombro, e ela REPARANDO NOS METRO QUE A MINHA CASA TEM.

BELEZA.

Arcanjo: Porra, só toca o caralho da campainha logo! - falei quase em um sussurro, já passado de dor, sem paciência, e ela assentiu rápido enfiando o dedo no bagui.

Mari: Fala direito, zé mané.- mandou, batendo pézinho e eu revirei os olho.

Eu mereço!

Além da espera pra alguém vir atender a porra da porta, eu ainda tenho que ficar escutando patriceba dando ordem em mim.

Obs: enquanto minha perna tá aqui, esfarelada.

Sifudê!

Arcanjo: Caralho, mano... Viviane vai atender essa porra hoje não, mano? - resmunguei fechando os olho, já sem força.

Sim, eu poderia só entrar e foda-se, porque, enfim, é minha casa né.

Mas eu treinei a Viviane, carai.

Ela a essas hora tá com a porra de um fuzil do tamanho do corpo dela apontado pra porta, só esperando algum inimigo entrar pra meter bala.

Invasão do morro é a única situação que eu deixo ela pegar em arma. Mas só em casa. Até porquê, ela precisa se proteger quando eu num tô.

E em outros dias, teria uns quatro soldado aqui na frente fazendo a guarda dela e da Lúcia. Mas como hoje tá uma guerra sem limite, precisa de todos os soldado no fronte.

Então, aquela magrela deve tá só de segundinha esperando qualquer nego ao menos encostar na maçaneta pra ela meter bala.

E, se eu fosse lá e ela fizesse isso, com mais uma bala no meu corpo eu ia virar um chuveiro.

Então, melhor esperar mermo.

Num tá com a porra que ela não venha.

Depois de muito tocar, viviane botou a cara na porta.

Deve ter olhado pelo buraco da fechadura antes e visto que era eu.

Ou, o que sobrou de mim pelo menos.

Viviane: ARCANJO???? O QUE HOUVE??? MEU DEUS DO CÉU! - gritou, pondo o fuzil nas costas, correndo pro portão, desesperada.

Até que enfim...
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Mari POV

Logo, além da menina, apareceu também uma senhora na porta.

Aparentava ter seus cinquenta anos; corpo gorduchinho; pele negra e olhar forte. Ela começou a observar tudo tensa, mas não tão desesperada quanto a menina que veio atender. Essa, gritava e perguntava a todo instante o que tinha acontecido.

No alto do morro...Onde histórias criam vida. Descubra agora