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Mari POV

Estávamos subindo aquela ladeira imensa por uns cinco minutos já.

Continuávamos em silêncio.

Parecia que haviam coisas demais a serem discutidas e se alguém abrisse a boca, tudo explodiria naquele momento. E a gente, aparentemente, não tem tempo pra isso agora, pois, segundo eles, a polícia vai entrar aqui a qualquer momento.

Mas eu preciso falar.

Eu preciso entender isso tudo...

Minha cabeça tá uma confusão.

Um emaranhado de sentimentos; de pensamentos e, entre eles, só haviam pensamentos ruins.

Eu sabia o quanto a gente tava ferrada e o quanto essa situação não tem mais volta.

Então, que se foda!

A gente já tá fudida mesmo.

Durante a briga daqueles dois eu mal abri a boca, mas agora eu precisava esclarecer o absurdo que tá essa história.

Mari: Pra onde a gente tá indo? - perguntei séria, sêca, olhando pra frente.

Grego: Pra um lugar seguro. Onde os bota não consegue ir.- falou sêco também.

Mari: Hm... E isso é pra quê? Pra não explodirem nossa cabeça com uma bala perdida ou pra que eles não nos tirem desse lugar horrível que vocês nos trouxeram? Pra que não nos resgatem do poder de vocês? - cerrei o olhar e ouvi ele respirar fundo.

É, é por causa disso.

Quando que eles iriam se preocupar com a nossa segurança, né?

Letícia: Mariana... Por favor, não começa. Agora não é o momento.- falou calma, cansada, virando seu rosto pra mim e eu franzi o cenho.

Mari: Ah claro, como se você tivesse algum direito de ABRIR A BOCA agora.- falei putassa.- A culpa de tudo isso aqui é sua, Letícia. Não se intromete porque você é quem me meteu nessa merda! - falei com ódio e ela abaixou a cabeça.

Sim, eu odeio falar com ela desse jeito.

Mas hoje não dá.

Hoje foi a gota d'água das burradas que ela poderia ter feito.

Puta que pariu que ódio que eu to dessa menina!

Ele, ao ouvir o que eu disse, olhou pra ela e viu seu semblante triste, que o fez bufar com raiva e voltar a olhar pra mim.

Grego: Olha, patricinha chata do caralho...- respirou fundo, parando de andar.- A primeira lição do dia pra tu é: cala a porra da boca que tu não tá no teu condomínio fechado não, e nem tá falando com a tua mamãezinha.- falou devagar, sério, olhando bem nos meus olhos.- Aqui tu abaixa teu tom e fala com o povo igual gente, senão eu mermo te ensino a falar baixo.- deu um passo na minha direção e eu cruzei os braços o olhando com deboche.

Mari: Escuta aqui você! - levantei as sobrancelhas.- Eu não queria estar aqui. Eu não estou aqui porque eu amo olhar pra essa sua cara de bandido pé de xinelo, meu filho.- neguei.- Eu estou aqui porque a minha irmã é uma trouxa, burra do caralho que se entregou pro primeiro otário que apareceu e não teve nem o senso de usar uma merda de uma camisinha PRA ISSO.- gritei com raiva dando outro passo em sua direção e ele pareceu ficar ainda mais bravo, indo mais pra cima de mim.

Grego: "Otário" de cu é rola, sua...- começa a falar bem puto, olhando nos meus olhos, mas é interrompido pelo estouro de fogos no céu, que fizeram ele se virar imediatamente e pôr uma expressão assustada em seu rosto.

No alto do morro...Onde histórias criam vida. Descubra agora