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Mari POV:

Mari: A-arcanjo, eu...- gaguejei, nervosa, sentindo minhas bochechas queimarem, e parei de falar, ao ser sufocada pelo zíper do colete sendo bruscamente fechado por ele.

Ah...

Era isso.

Ufa.

Puta que pariu, que susto.

Arcanjo: Aê, po. Até que ficou bonitinho fechado.- falou rindo, e eu suspirei, aliviada.- Mas ainda ficava melhor aberto.- o ouvi sussurrar, olhando descaradamente pra minha bunda, e novamente senti calores nas minhas bochechas.

Imbecil.

Tem nem vergonha na cara, uma desgraça dessas.

A vontade de dar uns tapa, foi grande. Muito grande. Afinal, já era a segunda vez que ele fazia isso.

No entanto, ainda sim, preferi fingir que não tinha visto nada, outra vez, pois não tava com saco pra discussão.

Até porque, ele era só um macho imbecil sendo safado.

Nada novo sob o sol.

Mari: Valeu. Não tinha visto que isso tava assim.- neguei, indiferente, voltando à minha cara de nojo, e ele assentiu, ainda rindo.

Arcanjo: É. Eu percebi.- arregalou os olhos, saindo de trás do meu corpo, e eu dei de ombros.

Nossa, mas, mudando de pau pra cacete: acho que agora eu realmente to MUITO atrasada.

Jesus amado.

Esse abusado me atentou tanto o juízo, que acabei esquecendo completamente das horas.

Misericórdia.

Mari: Xuxa, seja um bom menino e verifique as horas para mim.- falei calma, pegando minha bolsa, e ele riu, olhando o relógio enorme que tinha no seu pulso.

Arcanjo: Onze. Em ponto.- cruzou os braços outra vez, me olhando, e eu assenti, me virando pra ele.

Eita como tô pontual.

Mari: Iaê? Tô gostosa? Sim, ou pra caralho? - sorri falsa, pondo as mãos na cintura, e ele arqueou a sobrancelha, em deboche.

Arcanjo: Olha... Se tu tivesse com um pijama de vó e uma touca da dona Florinda, prontinha pra aquietar o cu e ficar em casa, estaria PA CARALHO.- fez um "legal" com a mão e eu revirei os olhos.- Mas, como tá toda empiriquitada pra ir ali dar moral pra vacilão...- fez careta.- Tá só....nhen.- fez vozinha e eu dei um tapa em seu braço

Idiota.

Moral pra vacilão eu tô dando só em estar trocando palavras com você.

Lezado.

Mari: Meu cacete, porra.- neguei, passando direto por ele, pra ir em direção à porta, mas, logo fui bruscamente impedida por sua mão, que puxou meu braço e meu corpo pra junto de si, rapidamente.

Eita Brasil.

Arcanjo: Se acontecer alguma coisa... qualquer coisa...- me olhou nos olhos, negando.- Tu vai me ligar.- apontou pra mim, e eu fiz cara de deboche.- Precisa nem falar nada. Só me dá um toque, e eu vou te buscar. Tá ouvindo? Aonde tu tiver, eu te acho.- cerrou o olhar, e eu assenti, com tédio.

Papai?

Quer que eu peça bença também? Tá agindo igualzinho a ele.

Meu Deus.

Agora eu sei o quão chato é ser a pessoa que leva o sermão.

Saudades de ser a que dá.

Será que Eu era tão chata assim na vida da Letícia?

No alto do morro...Onde histórias criam vida. Descubra agora