59

4K 198 78
                                    

Mariana POV

Mari: Ei, dona Lúcia... Preparando o jantar? Precisa de ajuda? - me sentei na bancada, olhando pro que ela tava fazendo e ela logo me olhou sorrindo, com algumas batatas nas mãos.

Lúcia: Ah, fia... Se cê pudesse só cortar isso aqui pra mim, eu ficaria muito agradecida, minha flor...- falou docemente, me entregando as batatas, a tábua e a faca, e eu assenti, já amarrando meus cabelos pra começar.

Levantei, indo lavar as mãos na pia e logo voltei à mesa pra fazer o que ela havia me pedido.

Mari: A senhora vai fazer o quê pro jantar? Pelo cheirinho, já sei que é coisa boa em...- sorri olhando pras panelas que fumaçavam à frente dela no fogão e ela se virou, assentindo com um grande sorriso em seu rosto também.

Lúcia: Ah fia, vou fazer um prato chique hoje. Strogonoff de frango. Vai ficar daqui ó...- fez gestos de aprovação e eu ri assentindo.

Aaaai, eu imagino!

Nossa, minha barriga até roncou só em ouvir o nome...

Faz tempo que não como strogonoff de frango, mas ainda sim me lembro da água na boca que me dava.

Mari: Eu não tenho dúvidas disso.- neguei óbvia, sorrindo.

Lúcia; É. E, sabe que essa é uma receita da minha mã-....- parou sua fala, parecendo lembrar de algo que a fez se agoniar.- Ah meu Deus! Não acredito! - negou, levando a mão à cabeça e eu franzi o cenho, a olhando preocupada.

Eita, o que será que houve?

Mari: Dona Lúcia? Aconteceu alguma coisa? A senhora tá bem? - perguntei preocupada e ela assentiu, tirando seu avental com rapidez.

Lúcia: Comigo tá, mas se eu não correr agora alí no mercadinho, a comida é que vai ficar em apuros, minha filha.- negou atordoada, indo depressa até o armário, onde pegou uma pequena latinha em meio as panelas.- Olha, eu vou alí comprar um tempero que eu, burra, esqueci que tinha na receita e não comprei na hora de fazer o mercado. Daqui a pouco eu volto, mas enquanto isso, dá uma olhadinha na panela aqui pra mim, fia. Por favor...- falou rápida, tirando algumas notas da lata, vindo na minha direção, e eu assenti prontamente.

Mari: Não, claro claro... Pode ir. Eu olho tudo por aqui, não se preocupe.- neguei tranquila e ela assentiu agradecida, saindo rapidamente da cozinha, indo em direção à porta.

Olha, se ela não tivesse me dito que tá indo comprar um tempero, pelo desespero, eu poderia jurar que ela tinha esquecido era de comprar o frango.

Deve ser um tempero bem importante pra receita, porque olha...

Eram poucas batatas, então logo terminei de cortar. Assim que o fiz, levantei rápido e pus os cubinhos dentro da panela junto do frango, mexendo tudo logo em seguida.

O cheirinho que tava subindo, nossa...

Mari: Hmm, mas precisa de mais sal em...- falei calma, quando experimentei um pouco do caldo, e fui procurar o saleiro.

O difícil é achar, nesse armário enorme.

Mari: Nossa, mas aonde...? - falei baixo, franzindo o cenho enquanto abri mais duas portas.

Um mar de Tupperware, meu Deus...

E agora?

Arcanjo: No prego, do lado do fogão. Na tua cara aí.- ouvi a voz séria do dito cujo atrás de mim e logo senti aquele familiar arrepio me percorrer, ao sentir sua presença.

No alto do morro...Onde histórias criam vida. Descubra agora