22,

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Lê: Vai, deita aí...isso, com calma.- falo devagar ajudando ela a se deitar na cama depois de um belo banho gelado.

Já eram umas nove da noite. Depois de muita explicação e sermão da Ger, finalmente pudemos cuidar um pouco da Mari que, a aquela altura, já tava voltando ao normal.

Ainda tava abalada, assustada, mas tava melhor pelo alívio de saber que tudo acabou.

Dei um banho bem frio nela e enrolei ela num roupão mesmo, pra não ficar pesada com roupas e relaxar mais.

Mari: Ai, obrigada, meu amor...- suspira cansada enquanto eu a cubro com o edredom e eu sorrio negando.- E desculpa, tá? Eu não devia ter te deixado praticamente sozinha com todos aqueles bandidos.- nega passando a mão em sua testa, atordoada, e eu franzo o cenho.- É que.... não sei, quando eu ouvi aquele tiro, eu...- a interrompo.

Porra, até quando ela é a única a se ferrar de fato, ela ainda se culpa. Meu deus!

Lê: Não precisa falar mais nada! - falo calma pegando em suas mãos.- Isso não tem nada a ver. Você ficou mal, porra. Tu não teve culpa de nada. Quem fez merda foram aqueles otários e a gente já tá bem longe deles agora.- reviro os olhos e ela acente sorrindo fraco.- E agora ta tudo bem, já passou. Tu só se preocupe em descansar bastante e só acordar amanhã, mocinha.- falo fingindo brabeza e ela ri assentindo.

Mari: Tá bom, cê que manda.- faz continência e eu rio beijando sua testa.- Boa noite, meu amor.- beija meu rosto e eu sorrio beijando o seu também.

Lê: Boa noite.- sussurro levantando e caminho pra porta, desligando o abajour que fica perto dela.

Ai Deus...nem acredito que ela tá bem agora.

Aliás, não acredito que não teremos mais de nos preocupar com aqueles idiotas...

Pqp, parece um sonho que toda aquela preocupação, aos trancos e barrancos, acabou.

Lê: Enfim...o fim! - suspiro me jogando no sofá fechando os olhos, cansada.

Que dia, meus amigos...que dia!

Ger já deve ter ido dormir, Mari tá indo também, e eu...bem, não tô com um pingo de sono ainda.

Acho que a adrenalina ainda não baixou. Meu deus...

Ligo a tv e ponho em uns canais de desenho estranhos que aparecem, mas, nem dá tempo de assistir.

Do nada, o interfone toca e eu me assusto olhando pro relógio.

Gente, 22:12 da noite...o que pode ser??

Que saco, só pra me fazer levantar.

- Alô? - atendo com estranheza.

- Oi, dona Letícia. Então, perdão pela hora, mas é que tem um....um rapaz aqui na portaria que disse que queria falar com a senhora.- o porteiro fala com um tom de medo misturado com confusão e eu só fico mais encucada.

Um moço querendo falar comigo?? Comigo?

Ué, não tô esperando ninguém...
E nem amigos homens eu tenho...

- O senhor tem certeza que é COMIGO?? Certeza? - pergunto ainda confusa.

- É sim senhora. Ele falou Letícia, irmã de "uma tal de Mariana", a única moradora com essas referências é a senhora.- fala já mais normal e eu suspiro cruzando os braços.

Poxa, que estranho...ué.

Me conhecer, ele conhece. Mas de onde EU conheço ele?

- Mas, qual o nome desse rapaz? - pergunto desconfiada e ele demora uns segundos pra me responder.

No alto do morro...Onde histórias criam vida. Descubra agora