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Mari POV:

Seus lábios eram tão quentes...

E deslizavam pela minha pele com tanto desejo, que quase a umedeciam por inteiro, por onde passavam.

Eram tão macios e me faziam sentir tantos arrepios, que eu quase pude me esquecer de quem era seu dono.

Mas era ele....

Era ele.

Não podia negar. Mesmo querendo. 

A pior pessoa que eu já conheci em toda a minha vida, era a minha preferida no mundo agora.

Todo o tesão, todo o calor que queimava minha pele nesse momento, eram causados por ele.

E era tão bom...

Nossos corpos pareciam gêmeos.

Sua pele e a minha se acariciavam mesmo sem querer.

Aliás, elas pareciam já se conhecer há anos, e só nós é que não sabíamos.

Eu ainda não podia acreditar que estava realmente fazendo isso com o Arcanjo, mas também não queria pensar muito.

Até porque, mal conseguia formular um pensamento enquanto ele me tocava.

Estava em completo êxtase.

Só ele tomava conta da minha mente, e a única coisa que se passava por ela, era o fato de que eu precisava tê-lo dentro de mim o mais rápido possível.

E assim permaneci, por incontáveis segundos....

Por momentos infinitos, que pareciam fazer parte de um sonho, do qual eu não queria mais acordar.

Mas... uma hora, eu sabia que aquilo iria pesar na minha consciência.

E da forma mais pesada possível.

Não sabia quando, mas iria.

Me conhecia bem demais pra negar isso.

Só não esperava que fosse ser tão rápido.

Quando já estava em meio a um completo transe, gemendo baixinho ao sentir seus lábios traçarem uma trilha de beijos lentos e molhados até os meus peitos, fui surpreendida com um surto de lucidez.

O que eu tô fazendo?

Meu deus, o que eu tava pensando quando comecei essa loucura?

Não é possível.

Eu não posso fazer isso.

Eu não posso fazer o mesmo que a minha irmã.

Não.

E se acontecesse a mim o mesmo que aconteceu a ela?

Estaríamos as duas mergulhadas em desgraça. Muito mais do que já estamos.

Eu teria de abandonar meu sonho, minha faculdade, pra viver uma vida medíocre ao lado de um bandido como ele.

O que diria a nossa família com isso? O que diriam meus pais com isso?

Meu deus...

Tantas desgraças causadas por um simples momento de fraqueza.

Não. Não posso.

Como eu tinha chegado a isso?

Como achei essa cena aceitável?

Como pude?

Pra onde foram todas as minhas promessas de jamais permitir que isso acontecesse outra vez nas nossas vidas?

Não...

No alto do morro...Onde histórias criam vida. Descubra agora