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Mari POV

Mari: Então, doutor... Como ela tá? O que houve com ela? - cruzei os braços, nervosa, e ele fechou a porta da sala onde ela estava, vindo pra fora conosco.

Miguel: Olha, Mariana...- respirou fundo, meio sério.- Por hora, os quadros do bb e da mãe estão estáveis.- suspirei aliviada, jogando a cabeça pra trás.- No entanto, ela está com um caso grave de anemia. Seu corpo está fraco demais. Parece que não come a dias...- assenti fechando os olhos, com culpa.- O feto é muito novo ainda, obviamente precisa de nutrientes para se desenvolver e, portanto, não há chances da gestação continuar como está.- negou, sério.- Tudo na rotina dela tem que mudar drasticamente se ela quiser salvar a vida da criança.- falou em um tom franco.- Ela precisa estar comendo regradamente para conseguir suprir as necessidades de dois seres em um só. Caso contrário, não há nada a se esperar além da perda da criança.- deu de ombros, falando óbvio.- O bb esteve a ponto de morrer por conta da deficiência vitaminal e nutricional em que o corpo dela se encontra e... Na verdade, nem mesmo eu sei explicar como ele não morreu ainda, tamanho foi o descaso da paciente com a saúde da criança.- nos olhou, sem esperanças e eu olhei pra dona Lúcia, que assentiu, pegando na minha mão com firmeza.

Meu Deus.... Que situação!

Que perigo esses dois correram...

Aliás, que perigo ainda estão correndo.

E tudo por causa dessa confusão...

Mas que merda!

Mari: Mas, e agora, doutor? Como vai ser? O que ela precisa nesse momento pra ficar bem? - perguntei rápida, nervosa, e ele leu algo em sua prancheta para responder.

Miguel: Olha... No momento, ela precisará ficar aqui em observação por, pelo menos, quatro dias.- afirmou calmo, explicativo, e eu assenti.- Vamos dar a ela todas as vitaminas de que ela está precisando; daremos todos os remédio necessários para garantir que ela não sofra de um aborto espontâneo nas próximas horas; e o cardápio dela aqui no hospital também será específico às suas necessidades nutricionais. E, se ao final desses dias, seu quadro não tiver nenhum agravamento, haverá um risco muito menor em dar alta a ela.- assentiu tranquilo e eu respirei fundo, fazendo o mesmo.- Se tudo correr bem, em poucos dias ela poderá ir para casa e, acontecendo isso, precisará de repouso absoluto durante mais trinta dias, em uma rotina de cuidados inteiramente prescrita por mim. Só depois disso, eu a reavaliarei e verei se está fora de perigos. Ok? - assentimos, agradecendo seus cuidados e sua atenção logo depois.

Meu Deus... Que perigo...

Que preocupação... Que pânico eu senti.

E a cada palavra que ele dizia, meu coração ameaçava parar, esperando o pior.

Mal conseguia respirar de tanta tensão.

Mas ainda bem que ainda temos muitas chances de sair daqui com tudo sob controle.

Pelo amor de Deus, não podemos ter algo diferente disso.

Mari: Meu Deus.... Nem acredito.- suspirei aliviada.- Porra, Nunca senti tanto pânico em ver a Letícia, como senti hoje.- neguei, me sentando, tentando respirar normalmente e dona Lúcia fez o mesmo, pondo a mão nas minhas costas.

Lúcia: Calma, fia... Eu te disse que esse problema não era pra morte.- assentiu calma, passando a mão por meus cabelos.- Deus sabe o que faz e porquê o faz. Precisamos confiar nele daqui pra frente.- pegou firme nas minhas mãos e eu assenti, sorrindo de lado, deitando minha cabeça em seu ombro.

Caramba, quanto medo eu senti de perder ela hoje...

Todo aquele sangue... Aquele desespero....

Ah, gosto nem de lembrar!

No alto do morro...Onde histórias criam vida. Descubra agora