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No mesmo dia, às 8:20...
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Mari POV:

Mari: Bom diaaaaaaannn, dona LúciaAaaaa! - cheguei sorrindo na cozinha, junto da Letícia, e ela veio logo nos abraçar.

O cheiro delicioso que vinha da cozinha já havia se espalhado pela casa inteira. E só ficou melhor quando viemos pra mais perto.

Estômago tava chorando já.

Dona Lúcia: Opa, bom dia, minhas menina. Tão com fome? Senta aí que eu acabei de fazer um bolin de cenoura pra nois. Tá ó! - beijou os dedos, abrindo o forno e eu olhei pra Letícia, assentindo.

Aí, juro. Essa mulher é uma deusa.

Bolinho de cenoura logo de manhã... hmmmmmm...

Sem condições de resistir.

Tão querendo me engordar, em. E olha que vao conseguir fácil, se depender de mim.

Mari: Poxa, dona Lúcia. Queria nem aceitar. Tô de dieta, sabe... mas já que a senhora insiste...- neguei, pondo a mão no peito em uma falsa tristeza e ela gargalhou, botando a forma na mesa.- Num dá pra fazer uma desfeita dessas, né? Jamais.- neguei, franzindo o cenho, e Letícia fez o mesmo, concordando.

Dona Lúcia: Que dieta o quê, boba. Uma menina linda dessa, um corpo perfeito desse, parece até uma boneca. Eu em.- franziu o cenho, pondo o pano de prato nos ombros.- Tem mais é que comer mermo! É igual minha finada irmã Rosa sempre dizia: A coisa mais importante que Deus deu pra nois fazer nesse mundo, é comer. Porque comida é a única coisa que nois leva pro caixão, o resto fica tudo aí.- falou firme, seria, colocando a garrafa de café na mesa e eu assenti, de pronto.

Uma mulher de filosofias, senhores.

Dona Lúcia filosofagens. Vou fazer um livro de coletânea com todas as pérolas. Me aguardem.

Lançarei neste mundo um novo Nietzsche e ninguém vai entender naaaaaaaada.

Leticia: Isso é verdade, dona Lúcia. Concordo plenamente. Não existe coisa melhor nessa vida do que encher o bucho. - assentiu, gulosa, já cortando o pedaço dela.

Pedaço não né, metade conteúdo da forma foi com Deus numa cortada só.

Eu em, nunca vi tanto apetite.

Mari: Que ignorância é essa, menina? - franzi o cenho, olhando o quilo de bolo que ela pôs no prato.- Olha que eu tô ficando com sérias suspeitas de que tu num tem só um nessa tua barriga aí não, em.- coloquei as mãos na cintura, desconfiada, e ela arregalou os olhos, me dando um tapa.

Leticia: tá doida, menina. Vira essa boca pra lá. Eu em. Se so um já tá me dando trabalho, com dois então...- franziu o cenho, batendo três vezes na mesa e eu neguei, pegando um prato.

Mas seria só o que faltava mesmo.

Uma raça ruim feito a do Grego, alem de se procriar, ainda o faria em dose dupla. Misericórdia.

Mari: Pois você tome cuidado, que do jeito que tá comendo, tu vai ter que criar logo dois: um bebê e uma solitária.- arregalei os olhos, cortando meu pedaço e ela riu, negando.

Tô mentindo?

Dona Lúcia só ouvia, morrendo de rir no canto dela.

Dona Lúcia: Ah, meu Deus. Ces num tem um pó de juízo nessas cabeça.- negou rindo, enquanto colocava xícaras na mesa, e eu assenti, enfiando uma garfada na boca.

No alto do morro...Onde histórias criam vida. Descubra agora