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Grego POV

É mais de cinco da tarde, meu plantão tá só começando e a boca tá um tédio total a essas hora.

Arcanjo foi falar com o gerente da sete e disse que só voltava à noite. E eu preso aqui, vê se pode?

Ah, foda-se!

Não tem movimento nenhum agora; morrão tá palmeado, tudo suave, e eu vou ficar aqui nessa sala morrendo de calor e de tédio? Meu cu que eu vou.

Pqp, vou é dar um rolê pelo morro. Essas hora ta tudo bonitão por causa do sol, fi.

Pego meu fuzil que tava encostado na parede, pego a bandoleira em cima da mesa e saio da salinha vendo varios menó daqui conversando, uns fumando um, e vejo também o Pilão sentado na porta do muro.

Hmmm....

Ele é um dos muleque mais responsa daqui, acho que ele ficaria mec aqui sem mim por uns minutin.

É, ele vai ser meu passe livre.

Grego: Ô pilão! - falo alto e ele se vira logo, olhando pra mim.- chega aí, menó.- falo calmo e ele desce do muro num pulo.

Pilão: Fala, chefe.- olha pra mim calmo pondo o fuzil nas costas.

Grego: Seguinte, vou dar uma volta por aí, fazer uma ronda e pá.- ele acente.- Cuida de tudo aqui pra mim e ó, QUALQUER COISA, qualquer uma mermo, me chama no radin que eu venho voando, fechou? - falo e ele acente firme.

Pilão: Pode deixar, chefe. Fica mec que eu cuido das parada por aqui.- fala calmo e eu acinto fazendo toque com ele e falando com os outros enquanto saio.

Oooh, jesus.... solzão foda que tá fazendo hoje....

As novinha deve tá tudo fazendo aquela porra com fita preta nas laje essas hora. Delícia demais.

Desço a ladeira central com a camisa no ombro atravessando a bandoleira no fuzil, mas sou atrapalhado pelo barulho do radinho na minha cintura.

Puta que pariu, um segundo de paz eu num tenho nessa merda, nunca vi!

Bufo pegando o rádio no bolso pensando já ser b.o na boca e paro numa calçada.

Grego: Fala, arrombado.- aperto o botão.

Guga: Chefe, seguinte....tem duas patriceba aqui na entrada, parecem tá procurando aquele carro que tava parado aqui a uma cota já. É as que tu falou pra nois avisar se brotasse? - pergunta calmo e eu solto o fuzil na bandoleira sorrindo de lado.

Sabia que elas ía voltar...sabia!

Grego: É essas mermo. Não deixa elas sair daí, mas só encosta se elas for sair, beleza? To indo já.- respondo sorrindo voltando a andar.

Guga: Mec, chefia.- responde e desliga.

Puta merda....sabia que aquele carro ia me ajudar a ver aquela magrela de novo...sabia.

Depois daquele furdunço naquela noite, depois que o baile acabou, eu fui com o Arcanjo até o postinho saber como tava a mina machucada, ta ligado? Mas quando eu cheguei lá só soube que elas já tinha vazado.

Porra, num vou negar que bateu bad.

Sei lá, eu sabia que tinha vacilado com a loirinha de ter deixado ela sozinha segurando a barra que o lezado do meu irmão causou, e ele sabia que tinha vacilado exagerando a dose com ela. Queria ter encontrado ela de novo só pra pedir desculpas talvez, mas não deu.

O Arcanjo eu sei que não ia falar uma palavra que desse ao menos a entender que ele tava arrependido ou se desculpando, mas eu queria pelo menos tentar conseguir o numero daquela mina.

Não sei...o beijo dela me deixou maluco naquela noite e, diferente de muitas que eu peguei, ela me deu um fogo tão grande num beijo só que se eu tivesse ficado me pegando com ela por mais uns dois minuto, ela ía sentar em mim alí mermo, foda-se.

A carinha era de santa, mas a pegada era de diaba e eu só sabia pensar que eu precisava ouvir ela gemendo pra mim, nem que fosse só uma vez.

Até porquê, meu plano era fuder ela desde a trocada de olhar no baile mermo.

Eu não seguiria ela atoa até aquele bêco, viado.

Quando ela foi embora junto da outra, eu fiquei puto porque achei que nunca mais ia conseguir encontrar ela e realizar o que eu queria. Mas, quando os muleque contou que elas tinha ido e deixado aquele carro, eu sabia que ele ia ser minha única chance de ver ela denovo.

Porra, ninguém abandona um carro daquele preço, viado.

Então, essa chance é única e eu vou valorizar.

Enfim, se ela me quereria ainda? Eu não sei, mas eu sei que eu vou fazer de tudo pra conseguir pelo menos o número dela, e depois, quem sabe, uma noite com aquela pequena.
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Depois de uns cinco minuto andando, chego na ladeira da entrada e de longe já vejo as duas do outro lado da pista.

Caralho...a irmã dela também é bem gostosinha, em...

Mas ela é meio séria, parece chata. A loirinha não, é toda gostosa! Até séria ela tem cara de gente boa, carinha que ficaria ainda mais linda se...... ai ai...

Guga: Aê, Chefe....as duas aê. Já tão maluca por não ter achado o carro onde deixaram.- fala quando me vê chegar ao seu lado, rindo e eu acinto sorrindo de lado.

É...eu não ia deixar a única chance que eu teria de ver ela de novo, dando sopa por aí.

Tinha que deixar no meu domínio pra dar tempo de saber quando ela viesse buscar.

Eu sabia que elas ía vir só pelo carro, porque vir pra um baile...uh, nunca mais, certeza.

Grego: Tão procurando alguma coisa, princesas? - falo alto descendo mais a ladeira e elas se viram rápido olhando pra mim, talvez reconhecendo minha voz.

Na hora a loirinha arregala mais os olhos e a outra faz uma cara de azeda me olhando de cima à baixo.

Iiih, alá.

No alto do morro...Onde histórias criam vida. Descubra agora