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Caio POV

Mas que droga! QUE DROGA!

Não acredito que a deixei escapar.

Não quando estava prestes a matar toda a saudade acumulada durante todos esses anos.

Como posso ter sido tão burro? Como?

Por que, justo hoje, eu tinha que esquecer aquelas merdas?

Não é possível!

Não posso acreditar nisso.

Não posso!

Joguei minha última chance no lixo.

Tudo por causa de uma camisinha desgraçada!

Ah, mas da próxima ela não escapa.

Nem que eu tenha que comprar uma farmácia inteira, mas ela vai ser minha.

Não posso ir embora sem sentir ela pela última vez.

Não vou conseguir voltar pra casa sem terminar o que começamos hoje.

Não entro em nenhum avião antes de ouvir meu nome ser gemido por ela.

Nenhum.

Não importa o que aconteça, eu não saio do Brasil antes disso.

Assim que estacionei em frente à minha casa, ouvi um telefone tocar e acendi a luz, procurando onde estava o aparelho.

Tava em baixo do banco do carona, e não era meu.

Caio: Mariana...- sussurrei seu nome, sorrindo instantaneamente ao perceber que ela tinha esquecido não só o celular, mas também todas as suas coisas comigo.

Deus é bom o tempo todo.

Aleluia.

Caio: Alô? - atendi ao número salvo com o nome da Letícia e, como eu já esperava, não foi ela que atendeu.

Mari: Caio?? Oi, boa noite.- sua voz estava nervosa e parecia repleta de vergonha.- Olha, desculpa tá te ligando a essa hora, mas é que cê já deve ter notado que eu simplesmente larguei tudo que tava junto comigo aí no seu carro.- sorria, envergonhada, e eu ri, me encostando novamente no banco.

Oh se notei.

Caio: Sim sim. Acabei de ver isso. Onde ce tava com a cabeça, em?? - perguntei em tom de brincadeira e pude ouvir o som da sua risada no outro lado.

Mari: Também não sei. Mas, se não for muito incômodo, cê poderia deixar tudo na portaria da facul amanhã? - fechei o sorriso.

O quê?

Como assim?

Por que ela quer facilitar isso, ao envés de usar como desculpa pra gente se encontrar?

Mas que porra.

Caio: Ué, mas por que eu só não te entrego pessoalmente depois da aula? Não é mais fácil? - perguntei confuso, tirando a chave da ignição.

Mari: Seria. Seria mais fácil. Mas é que houve um problema e eu não vou poder ir pra lá amanhã. Então eu mandaria um motoboy pegar pra mim na portaria e trazer até a minha casa.- respondeu meio incomodada e eu mutei a ligação, dando um murro no volante.

Desgraça!

Mas será possível?

Que azar!

Caio: Mas, o que foi que houve? Ce tá bem? Foi algo muito sério? - perguntei tentando manter a calma e ela suspirou.

No alto do morro...Onde histórias criam vida. Descubra agora