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Grego POV

Arcanjo: Então quer dizer que a patricinha queria ir rebolar a bunda junto das favelada no baile? Boto fé não num negócio desse.- negou rindo, botando os malotes num saco e eu revirei os olho, passando a bucha no meu fuzil.

Grego: Queria... Não sei como e nem de onde ela tirou essa ideia, mas queria.- respirei fundo, ainda meio puto e ele riu mais.

Arcanjo: E por que tu num deixou, carai? Tá com medo da bonequinha de porcelana quebrar com o estrondo do paredão? Que porra é essa? - provocou pegando outro malote e eu bufei.

Grego: Tu sabe muito bem que baile não é lugar pra gente como ela, Arcanjo.- neguei puto.- Droga, arma, música estourando, gente drogada... Porra, Ela não faz parte dessa vida, e tu sabe disso.- falei firme, sem paciência.- Eu não quero ela lá, e ponto final.- neguei firme pegando outro fuzil e ele negou, respirando fundo.

Arcanjo: Porra, até quando tu vai ficar nessa, Grego? - perguntou negando e eu virei minha cara pra olhar pra ele, sem entender.- Ela é adulta já, carai. É meia avoada, mas sabe o que tá fazendo. Sabia muito bem a vida que ia levar quando resolveu vir pra cá junto de tu. Agora, tu deixa de frescura e faz dela a tua mulher logo, caralho. Faz a treta toda que foi pra vocês ficar junto, valer a pena, porra.- fechou a cara, apontando pra mim com um bolo de cem na mão.- Foi arrumar uma patricinha porque quis, agora faz dela a tua primeira dama e tira ela desse conto de fada que tu tá inventando pra ela. Essa porra aqui não é a Disney, e tu não é a porra do Mickey, cuzão.- franziu as sobrancelha, perdendo a paciência e eu neguei.

É, ninguém vai entender meus motivo.

Só quem sabe da minha mente sou eu.

Grego: Não é, mas ela levava uma vida de princesa antes de me conhecer. E, saber que ela teve que trocar de vida por minha causa, só me faz ter mais certeza de que eu preciso amortecer o choque de realidade que tá sendo isso tudo pra ela.- neguei, suspirando.- A única coisa que eu posso fazer pra não me sentir tão filho da puta agora, é deixar ela o mais longe possível dessa merda toda que eu vivo.- dei de ombros, cansado e ele revirou os olho.

Arcanjo: Larga a mão de ser baitola, Grego.- negou, franzindo o cenho, com a voz calma.- Prepara essa mina pra vida que ela vai levar logo, carai. Para de frescura, man. Começa a agir feito homem e para de querer proteger ela da realidade, caralho. Ou tu faz isso, ou a vida mermo vai fazer. E eu te garanto, vai ser mil vez pior. Tu sabe disso.- apontou pra mim abaixando o tom e eu bufei, jogando a bucha na parede.

AAAH! Que merda!

Eu já tenho ódio do Arcanjo normalmente. Mas quando ele tá certo, eu odeio mil vezes mais.

Grego: Não sei, Arcanjo... Não sei, porra.- neguei sem paciência, botando as mão na cara e ele revirou os olho, só voltando a fazer o que tava fazendo.

Preciso pensar... E pensar bem.

Minha cabeça ta confusa demais pra tomar uma decisão agora.

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Mari POV

02:30 da madrugada...

Mari: Letícia...? Letícia...- chamei seu nome, ainda sonolenta, me sentando na cama sem saber como eu tinha pego no sono.- Letícia... Cadê você? - perguntei coçando os olhos, vendo que ela não estava mais ao meu lado na cama.- Ué...- franzi o cenho confusa, levantando, e arregalei meus olhos, ao ouvir o barulho do baile ecoando pelo morro, me lembrando...

Eita.

Não quis acreditar.

Ela não teria coragem pra fazer isso.

No alto do morro...Onde histórias criam vida. Descubra agora