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Letícia POV

Mari: Grávida? - perguntou quase em um sussurro, olhando atentamente o "+3" em sua mão.

Sua expressão perplexa e sem reação ao mesmo tempo, me fez explodir em choro novamente.

Caralho....eu sabia!

Que merda! Que MERDAAAAAA!

Porra, o que eu fiz com a minha vida?

O que eu fiz com todos os meus planos? Com todos os planos da minha família pra mim?

Meu Deus... O que eu fui fazer...?

Mari: Grávida, Letícia? Grávida? - perguntou baixinho, de olhos marejados, finalmente tirando os olhos do teste e mirando-os em mim, que já queimava em vergonha e tristeza, deixando que meu corpo deslizasse pela parede até me sentar no chão gelado do banheiro.

Assenti já embebida em lágrimas, de olhos fechados, ouvindo seu choro se juntar ao meu.

Seu choro foi mais uma facada em meu peito e eu só consegui chorar mais.

Letícia: Me desculpa...me desculpa...- sussurrei entre o choro, ainda de olhos fechados.

Mari: Caralho...- sussurrou também, entre suas lágrimas, obviamente menos intensas que as minhas, se juntando a mim no chão gélido.- Grávida, Letícia? - perguntou novamente, com voz triste, virando seu rosto na minha direção.

Neguei pondo minhas mãos no rosto, desesperada, e logo senti suas mãos também me envolverem e me puxarem contra seu corpo, em um abraço apertado.

Mari: Calma...calma...- falou baixinho, acariciando meus cabelos.- A gente vai dar um jeito nisso.... Só não sei qual.- beijou minha cabeça e suspirou, enquanto eu só sentia mais e mais lágrimas saírem de mim.

Puta que pariu...

Que angústia, meu Deus.

Que desespero...

Que ódio de mim!

Tanta coisa junta, sabe? Que raiva.

Lê: Eu tô com tanto medo, Mari...- sussurrei entre soluços, deitando em seu colo enquanto ela passava suas mãos em meus cabelos.

Mari: Eu sei, meu amor... Eu também tô.- falou calma, mas com voz de choro.- Mas... Olha, independentemente de QUALQUER COISA QUE ACONTEÇA, não importa o que seja, você vai sempre poder contar comigo, tá? Pra tudo, até que seja pra contar de uma gravidez inesperada. Eu nunca vou te julgar, muito menos brigar com você porquê eu sei que você já tá se martirizando o suficiente e eu não preciso te empurrar mais pro fundo desse poço.- dá de ombros fazendo carinho na minha bochecha.

Porra, que sorte que eu tenho de ter ela como irmã.

Pqp.

Como eu amo essa mulher, sério.

Meu anjo da guarda... Sempre foi e sempre vai ser.

Mari: Mas, agora a gente tem que agir com a cabeça e começar a pensar na racionalidade disso tudo.- fala limpando as minhas lagrimas e as dela também, ficando séria.- Só chorar aqui não vai resolver nada. Então, vamo lá: primeiro de tudo, o que você quer fazer com essa criança? - perguntou pegando nas minhas mãos enquanto eu me sentava novamente.

Suspirei, tentando me acalmar e pensar direito por alguns momentos, mas absolutamente nada vinha à minha cabeça.

Então, eu decidi o que era mais óbvio.

Lê: Eu não quero essa criança.- falei firme, mirando meus olhos inchados nela, que respirou fundo assentindo.

Ela sabe o que eu quero dizer, e não se opõe a isso.

No alto do morro...Onde histórias criam vida. Descubra agora