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Vivianne POV

Ja passavam das três da manhã e nenhuma notícia até então.

Tia Lúcia tava ajoelhada no pé do altar dos santos dela, rezando e rezando, desde que saiu a notícia de que o Grego sumiu.

E sinceramente, eu já tava com vontade de ir rezar junto.

Mas num acredito muito nas reza dela. Coisa de macumba e os caralho.

O Arcanjo ja ameaçou de quebrar as imagens dessas entidades aí todas, mas o Grego sempre pega briga com ele quando ele fala isso.

Grego também num é dos mais religioso, mas acredita que tem que respeitar a crença alheia, e eu to junto com ele nessa idéia.

E nesse momento, eu até queria acreditar nisso tudo, só pra me sentir menos sozinha agora e menos angustiada também.

Seria mais fácil acreditar que ele taria sendo guardado por algum ser do outro lado.

Me tranquilizaria bem mais.

Mas agora eu só consigo pensar se ELE já não está do outro lado a essas horas.

Pqp.

Que merda de paranóias!

Fico andando na sala de um lado pro outro, olhando pro relógio que até ecoa seus tic tac's na sala, de tamanho silêncio que o morro e a nossa casa tava.

Todo mundo dormindo e a gente aqui na maior tensão.

Foda.

Do nada, ouvimos a moto do Arcanjo roncar lá fora e eu corro pra janela esperando ver o Grego na garupa.

Meu coração se enche de esperança, mas logo todas caem por terra.

Infelizmente, ele não tava lá.

Meu coração parou.

O Arcanjo jamais voltaria pra casa antes de encontrar o Grego. Morto ou vivo, ele traria ele de volta.

Então, por que ele ta aqui sem ele?

Meu deus....

Ele desce da moto rápido, com a cara confusa e inexpressiva de sempre.
Entra em casa e já é logo bombardeado com as perguntas da tia Lúcia e das minhas.

Lúcia: Cadê o Eduardo? Em? Acharam ele? Cadê ele? Ele tá bem? - pergunta nervosa, atropelando as palavras, balançando o Arcanjo pelos ombros, desesperada.

Porra, o pânico dela me corta o coração. E pior ainda: eu to com esse mesmo pânico.

Oq me trava de pedir calma a ela, porque nem eu mesma tô conseguindo ficar tranquila.

Vivianne: VAI, ARCANJO! FALA ALGUMA COISA, PORRA! - grito com raiva por ele só nos olhar sem falar nada e ele revira os olhos se soltando da gente, indo calmamente até a escada.

Filho da puta!

Que ódio que eu tenho desse arrombado! Aaaaaaaaaaaaa!

Parece que gosta de fazer os outros sofrer. Vai se fuder!

Lúcia: Matheus...se você subir mais um degrau sem falar pra gente o que houve....- fala entre dentes e eu arregalo meus olhos pelo jeito que ela chamou ele, que se vira rápido, com os olhos vermelhos de raiva.

Pronto, agora fudeu de vez.

Arcanjo: NÃO ME CHAMA POR ESSE NOME! - grita com ódio apontando pra ela que respira fundo o olhando bem nos olhos.

No alto do morro...Onde histórias criam vida. Descubra agora