98

3.4K 169 263
                                    

Arcanjo pov:

Eu percebi que tinha feito merda.

Assim que as palavra saiu da minha boca e eu olhei pra cara da Lúcia, já soube que tinha me denunciado.

Foi assinar o atestado de ciúmes na cara dura.

Minha cara foi no chão.

Por isso memo que eu já saí logo.

Se ficasse, só ia piorar as coisa e me acusar mais ainda.

E também, fiquei com vergonha pelo jeito que falei com a Lúcia.

Fui idiota.

Não podia ter falado com ela daquele jeito.
Não foi justo. Eu sei.
Não pensei no que tava dizendo, só queria negar que o que eu sentia fosse aquilo que ela disse, a qualquer custo.

Mas, acabei só confirmando ainda mais o óbvio.

Desgraça.

Burro do carai.

A raiva e o impulso, foi mais forte que a razão.

E aí, só me fudi.

Sei que devo tudo que sou hoje, à essa mulher.

Devo a criação dos meus irmão, devo o cuidado que ela tem com nois e com essa casa até hoje....

Tô ligado nisso tudo muito bem.

Mas quando perco a cabeça, ainda mais quando o motivo pra isso acontecer é a marrenta, nada mais importa. Nada mais passa pela minha cabeça além das merda que a raiva me faz pensar.

É sempre assim.

E, quando elas tava falando daquele mauricinho, eu quase explodi de ódio.

Não dava mais nem pra disfarçar.

Tava sentindo minha pele rachar de raiva e, com certeza, minha cara já denunciava.

So que, quando ela me disse o óbvio, eu me senti ridículo por sentir tudo aquilo.

Me senti o idiota, que eu sou, por gostar dessa patricinha marrenta.

Aí... não deu mais pra segurar.

A bomba estourou.

E agora eu tô me sentindo um lixo. É isso.

Assim que coloquei a mão no portão, ouvi a porta da sala se abrir, pra revelar um grito da voz mais irritante e gostosa desse mundo, e parei, já sentindo que ia dar merda.

Mari: Arcanjo! - me chamou, entre dentes, e eu fechei os olho, me virando pra ela, devagar.

Pronto, agora deu o carai mermo.

Arcanjo: Qual foi? - respondi seco, olhando pra aquela cara de ódio dela, e ela bufou.

Engraçado...

Ela braba, parece aqueles cachorro rebaixado, que late que só o carai e morde a canela da gente.

Igualzinha.

Levar essa cachorra rebaixada pra me morder depois...

É só saber irritar direito.

Mari: Que merda foi aquela? Que showzinho ridículo foi esse que tu acabou de dar ali dentro? - cruzou os braço, vindo na minha direção, e eu respirei fundo.

Lá vem.

Arcanjo: Mariana, eu...- fui responder, mas ela me interrompeu, putassa.

Mari: Quem você pensa que é pra falar daquele jeito com a sua tia? - perguntou devagar, passivo-agressiva, levantando as sobrancelha e eu bufei.- Tá achando que pode tratar ela igual você trata todos os outros que estão à sua volta? - cerrou o olhar, colocando o indicador no meu peito e eu neguei.

No alto do morro...Onde histórias criam vida. Descubra agora