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Mari POV

01:45...

Mari POV:

Pela quinquagésima vez nessa noite, eu me revirava na cama, de um lado pro outro, sem parar, pedindo aos céus que me permitisse relaxar pra finalmente dormir.

Mas, infelizmente, nada era capaz de me fazer aquietar o rabo.

Que ódio.

Por sorte, a Letícia tava realmente capotada e não acordava por nada, mesmo com todo o alvoroço que eu fazia.

Obrigado, querid* sobrinh*, por todo o sono que concedeu à sua mãe nesses meses. Por sua causa, agora eu posso surtar a noite inteira enquanto ela hiberna.

Amém.

Enfim, saindo do sono da grávida e indo pro meu:

Infelizmente, eu não tinha o sossego que ela tinha agora.

Toda a paz que reinava em mim, antes da hora desse maldito jantar, foi completamente drenada por todos os acontecimentos posteriores a ele.

Graças a isso, minha cabeça tava um turbilhão.

Um verdadeiro cabaré.

Caio, Arcanjo e "Matheus" faziam uma verdadeira zona nos meus pensamentos e não havia previsão pra essa tempestade passar.

Ah...

Eram tantas coisas pra serem digeridas em tão poucas 24 horas de um dia, que eu nem sabia por onde começar.

Em meio a todo o caos que tá essa casa e a minha situação com aquele imbecil, ainda tinha de me preocupar com essa aparição repentina do Caio.

Afinal:

- Como diabos eu vou fazer pra esconder tudo isso dele?

- Será que eu sumo?

Seria uma opção. Assim, ele não teria chance de descobrir a zona que a minha vida se tornou nos últimos meses e, de quebra, ainda me esquecia de vez.

Bloquear ele em tudo, fugir dele se o encontrar andando pela faculdade... o plano perfeito.

Veremos se o executarei. Preciso analisar mais a fundo antes de tomar qualquer decisão.

E, mesmo que eu fizesse tudo isso mesmo, a efetividade desse plano ainda não estaria assegurada, devido a irritante característica do Caio de não deixar assuntos mal resolvidos de lado nem a pau. Não quando pode os resolver.

No entanto, ele também é educado o suficiente pra me dar espaço, se assim eu desejar.

Mas, daí a eu ter coragem de falar isso na cara dele, já é outra história.

Confesso que nunca consegui lidar muito bem com a carinha questionadora dele. Talvez não resista e abra a boca logo de uma vez, e aí já viu.

Então, por enquanto, deixemos tudo como está.

Tenho assuntos mais urgentes agora.

Afinal, ele eu posso evitar, mas não posso fugir de quem mora debaixo do mesmo teto que eu com essa mesma facilidade. E isso tava martelando a minha cabeça.

Arcanjo.
Que agora também é Matheus....

Quem é você? Qual das suas versões é a verdadeira?

Quem diria que há dois de você? Quem diria que o insensível nato não nasceu desse jeito?

Será possível?

Será possível que aquele ser, de modos cavalares, já tenha sido decente um dia?

Não posso acreditar. Definitivamente não posso.

No alto do morro...Onde histórias criam vida. Descubra agora