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Arcanjo pov:

Aquele filho da puta!

Como esse arrombado tem a cara de pau de vir na MINHA CASA só pra dar em cima daquela magrela desgraçada?

Tá achando que minha casa é o quê? Um cabaré? Apaporra.

E ela é outra quenga.

Parece que só usa a cabeça pra pensar em estudo. Será que num percebe o Zé ruela que é o Fidélis?

Que ódio.

Menina burra do carai.

Mas pelo menos eu consegui estragar o momentinho dos dois pombo.

Pombo não, que aquele lá tá mais pra frango, e ela, uma galinha de macumba.

Se merecem!

Tomara que entre um no cu do outro e vão junto pa puta que pariu!

Sifude.

Aproveitei o ódio que eu tava, o fato de já ter sido acordado logo cedo, e a desgraça de ter aquele merda de baixo do meu teto, e vim logo pra boca.

Num tenho direito a nenhum dia de descanso mermo, nessa porra!

Caralho.

Buceta.

Desgraça.

Arcanjo: Mas também, quê que ela tinha que ter dado bola pra ele naquele INFERNO de sequestro? Oia o b.o que me traz.- resmunguei, virando na esquina da boca, no puro ódio.

Agora eu vou ter que tá aturando aquele arrombado dia e noite gadeando ela lá.

Putaria, viu.

Parei a moto de baixo do pé de pau da dona Paulina, que fica em frente à boca, e corri pra lá, rezando pra ter algum b.o pra resolver com bala.

Ou com cacete. Que era melhor ainda.

Posso tá com as mão bichada, mas ainda tem cabo de vassoura sobrando nesse morro.

E eu tava doido pra quebrar um na cabeça de malandro.

Assim que cheguei na porta, franzi as sobrancelha quando vi a puta da Gabriela fazendo show com os vapor.

Mas que porra essa doida tá fazendo aqui?

Será que num bastou o cacete que levou da mulher do KL?

Gala Sêca: Porra, vaza daqui e num me arruma problema, carai. Tu ouviu o que o chefe disse daquela vez lá, po. Se ele ver tu...- calou a boca assim que eu entrei pelo portão, e me olhou meio tenso.

Arcanjo: Tá fazendo o quê aqui, Gabriela? - falei sério, vendo ela se virar pra mim.- Já falei que num quero tu de conversa com meus soldado. Por que ainda vem encher o saco? Tá esperando eu te botar pra fora pelos cabelo? - falei com tédio, passando por ela sem olhar na cara, indo direto pra salinha. Mas, parei na porta, me virando.- Ah, esqueci. A mulher do KL mandou raspar. Issaí é só peruca.- sorri de lado, com deboche, e ela cerrou o olhar.

Não aguentei. Foi mal.

Gabriela: Arcanjo...- respirou fundo.- Eu sei que eu vacilei naquela vez, e eu entendo que seja a lei do morro. Eu errei e tinha que pagar. Mas, EU JA PAGUEI.- falou alto, com ar de desesperada, e eu fechei a cara.- Agora eu preciso que tu volte a me dar as cargas de novo. Eu preciso do dinheiro. Por favor.- repetiu, fechando os olho, e eu respirei fundo, olhando bem pra cara dela.

Deu o carai agora.

Eu devo tá com cara de palhaço hoje, tá com condição não.

É Fidélis, é Chaveirinho, e agora essa doida.

No alto do morro...Onde histórias criam vida. Descubra agora