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Mari POV

Enquanto tentava controlar o tremor das minhas mãos e a falta de força nas minhas pernas, pra me vestir o mais rápido possível e ir logo levar a toalha ao banheiro antes que ele terminasse o banho, as lágrimas ainda rolavam pelo meu rosto.

Eu sentia um desgosto, uma tristeza, uma coisa ruim... sem tamanho.

Não sabia ao certo o motivo, mas suspeitava ter a ver com o que acabava de dizer ao Arcanjo.

Ah, mas que droga.

Por que me parece tão errado, se é apenas a verdade?

A culpa foi dele, ué.

Não deveria ter me confrontado daquela maneira.

Não podia.

Por que não apenas aceitou que eu não queria?

Mesmo que estivesse na cara que era mentira...

Ah....

Que ódio.

Me sinto injusta.

Falei todas aquelas coisas pra provar que ele estava errado, mesmo não estando.

Eu sei bem o quanto pesa na minha vida cada dogma, cada preconceito, cada princípio extremista plantado em mim. Mas eu não posso mudá-los de uma hora pra outra.

Não por ele.

Não por causa de uma foda com ele.

Não consigo.

Não é assim que as coisas funcionam.

Não pra mim.

Suspirei, finalmente terminando de vestir meu pijama, e caminhei até o armário pra pegar uma toalha limpa porque, depois de tudo que eu o fiz ouvir, acho que o mínimo que posso fazer é não deixar ele atravessar um corredor inteiro pelado.

Já é um começo, né?

....

Mari: Arcanjo...- bati na porta três vezes, e não obtive resposta. Franzi o cenho, bati mais duas, e nada.- Olha que eu tô entrando em.- falei baixo, estranhando, e pressionei a maçaneta pra baixo, devagar.

Ai Deus.

Só espero que ele não tenha feito alguma besteira.

Quando a porta se abriu, não consegui manter minha expressão serena ao ver ele COMPLENTAMENTE PELADO, Secando os cabelos com uma toalha de rosto, em frente ao espelho.

Puta que pariu...

Meu caralinho avuante...

Minha nossa senhora da bicicletinha sem freio.

Juro que não quis olhar, mas era inevitável.

Se, só sem camisa, ele já é um pecado... sem nada, ele é a própria sodoma e gomorra.

Puta que pariu.

E, pior....

Ainda era ainda mais grave porque...

Ele não tava "normal".

Não sei como explicar, mas NÃO TAVA.

Digamos que, os efeitos do que tinha acontecido aqui, ainda não tinham passado completamente.

E, digamos também, que eu sou péssima em disfarçar olhares descarados.

Defeito de fábrica.

Arcanjo: O que eu falei sobre manjar minha rola, carai? - falou serio, tomando a toalha das minhas mãos com rapidez, e eu me assustei, saindo dos meus pensamentos.

No alto do morro...Onde histórias criam vida. Descubra agora