Maratona: 1/5
Vivianne POV.
Arcanjo: Tá fazendo o quê aqui? - perguntou frio, me olhando com olhos cerrados, e eu tremi por inteiro só em perceber, no seu tom de voz, um preparo pra aumentar o tom.
Puta que pariu....
Ele vai fazer show, certeza.
Mas coragem, Vivianne... Cê num tá fazendo nada demais.
Vivianne: Eu.... Eu vim ver o Leléu. Ele tá aí? - tomei coragem e falei de uma vez, engolindo em sêco ao ver seus olhos se fecharem, junto de seus punhos.
Ok, fudeu.
Ele bufou, instantaneamente, enquanto quebrou o lápis que estava em sua mão com um só dedo.
Foi o lápis, mas eu tenho certeza que ele imaginou meu pescoço alí.
Arcanjo: Viviane....- respirou fundo, falando entre dentes, ainda de olhos fechados.- Eu vou te dar mais uma chance de responder essa merma pergunta e dessa vez eu não quero nem ouvir o nome desse cara saindo da tua boca.- seus olhos se abriram em um olhar matador, e eu engoli em sêco esperando o que viria.- Vivianne, o que tu veio fazer na minha boca de fumo à uma hora dessa da noite? - repetiu, respirando fundo, ao tentar manter a calma, e eu apertei minhas mãos, pensando se teria coragem de repetir o que falei.
Puta merda...
Eu acho incrível o jeito que o Arcanjo é de boa com todos os soldados dele, mas odeia quando eu falo do Leléu. Mesmo que ele seja um dos que ele é mais de boas.
Não entendo esse cara, sério.
E olha que faz uma vida inteira que eu tento traduzir quem ele é.
Mas, já que nunca consegui, pelo menos eu aprendi a como lidar com ele e com essa raiva incontrolável que habita neste ser humano da melhor maneira.
Vivianne: Cara, eu só vim ver o Leléu. Só preciso saber se ele tá aí. Não quero briga, sério.- respondi calma, mesmo que tensa, e ele se levantou da cadeira.
Arcanjo: Viviane, PUTA QUE PARIU! O que tu quer ver com esse cara? Me fala. O que tu tem a ver com ele? - cruzou os braços, puto, e eu revirei os olhos.
Vivianne: Não tenho nada, Arcanjo.- neguei, cansada, vendo ele cerrar o olhar.- É só que ele é meu amigo e eu não vi ele desde que vocês tiraram ele do hospital. Só queria saber como ele tá, porra.- dei de ombros, óbvia, e ele sorriu sádico, fechando os olhos.
Arcanjo: Pera aí, pera aí.... Tu é o quê? Amiga? Amiga DO LELÉU? - aumentou o tom, e eu fechei os olhos, tentando me manter calma.- Amizade de CU é rola, Vivianne! - gritou, negando, puto.- Homem safado não tem amizade com mulher sem segundas intenções, caralho. E pior, Traficante não tem amizade com mulher, sem ter a certeza de que uma hora VAI COMER ela, porra. Para de ser criança, caralho! Cresce! - gritou mais, olhando nos meus olhos.- Quando tu vai parar com essa merda de querer ter alguma coisa com esse cara? Porra, ELE NÃO VAI TE DAR A VIDA DE PRINCESA QUE VOCÊ TÁ PENSANDO QUE VAI! ACORDA! - negou gritando, saindo de trás da mesa e vindo na minha direção.
Começou....
Agora não vai parar mais.
Vivianne: Arcanjo, pelo amor de Deus. Não é nada disso que tu tá pensando, caralho. Eu só quero ver ele. Ele é só meu colega e eu quero ver como ele tá. Pronto, nada demais. Não existe nada entre eu e ele, porra! - neguei, falando rápido, fazendo gestos e ele negou, ainda vindo na minha direção.
Sim, eu menti.
Eu gosto sim do Leléu e ele disse que sente o mesmo por mim, só que não dá pra falar a verdade pro Arcanjo.
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No alto do morro...
RomanceAos 14, 10 e 5 anos, Matheus e seus dois irmãos, Eduardo e Viviane, vivem a maior tragédia das suas vidas: A morte de Rosa, sua mãe, vitima de feminicídio, assassinada pelas mãos de seu próprio marido e pai dos seus três filhos. Matheus, tomado pelo...