Arcanjo POV
Já era mais de uma hora da madrugada quando escutei a escada ranger atrás de mim porque um vulto preto, magrelo e manco vinha andando sobre ela.
Tá com o carai. Essa desgraça dorme mais não?
Arcanjo: Tá fazendo o quê zanzando pela casa a essa hora? - perguntei sério, olhando pra TV, e ouvi ela suspirar, vindo na direção do sofá.
Mari: Não consigo dormir...- choramingou, vindo sentar do meu lado e eu arqueei a sobrancelha.
Arcanjo: Tem certeza? - sorri de lado, olhando pro sofá, e ela me olhou confusa.
Lerdeza.
Segundos depois, fez careta e foi sentar na poltrona.
Frescurenta do carai.
Mari: Eca.- resmungou, tirando a almofada pra sentar e eu neguei, revirando os olho.
Eca a minha pika.
Não sei pra quê esse drama todo so por causa daquele dia.
Eu comi a mina, não o sofá que nois tava em cima.
Arcanjo: Mas e aí? Num tá conseguindo dormir por quê? Insônia de novo? - respirei fundo abaixando o volume da TV e ela negou, levantando a pata.
Mari: Tá doendo.- falou baixinho, com a voz dengosa, e eu me arrepiei, fechando os olho.
Caralho, eu odeio a minha mente.
E mais ainda o que ela é capaz de imaginar só com duas palavra.
Vai se fuder.
Papo sério e eu pensando merda.
Puta merda.
Arcanjo: Tu né médica, carai? Faz tuas macumba aí pra essa porra parar.- neguei, dando de ombro, e ela revirou os olho, jogando a almofada em mim.
Mari: Quero saber como é que eu vou fazer parar se acabou todos os anti inflamatórios que existiam nessa casa.- falou mei puta, bufando, e eu levantei a sobrancelha.
Oxe.
E o que isso tem a ver?
Arcanjo: Toma uma dipirona, carai.- dei de ombro. - Teu bagulho num é dor? Então.- negou, fechando os olho.
Mari: Não...minhas dores de machucado nunca passam só com remédio pra dor. Tem que ser anti inflamatório. - choramingou outra vez, balançando a perna, e eu revirei os olho.
Oh meu Deus.
Agora pronto.
Até nisso essa rapariga tem frescura.
Era só o que faltava.
Arcanjo: Apois tá ruim.- neguei, sem paciência, e deitei no sofá, aumentando o volume da TV.
Eu vou lá esquentar minha cabeça com essa doida.
Se tivesse sentindo dor memo tava tomando o que tivesse em casa.
Se ainda tá podendo escolher, é porque dá pra suportar.
Porra de drama do carai.
.
.
.
Mari POVGemi de dor mais uma vez, sentindo minha perna latejar e fechei os olhos, apertando ao redor do machucado.
Tava feio.
Eu sabia que tava.
Demorei muito pra fazer o curativo e talvez ele não tenha sido limpo corretamente.
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No alto do morro...
RomanceAos 14, 10 e 5 anos, Matheus e seus dois irmãos, Eduardo e Viviane, vivem a maior tragédia das suas vidas: A morte de Rosa, sua mãe, vitima de feminicídio, assassinada pelas mãos de seu próprio marido e pai dos seus três filhos. Matheus, tomado pelo...