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Momentos antes...

Grego POV

Era isso...

Ela tava bem longe já, e eles tinham percebido o que eu tinha feito: que eu tinha preferido a vida dela à minha.

Tiveram ódio de si mesmos naquele momento por não terem metido uma bala na cabeça dela quando podiam. Sabiam que ia ser pior pra mim.

Mas já que eu tinha estragado tudo, eles iam me dar um sofrimento melhor... Um sofrimento eterno.

Iam me mandar queimar no inferno, descer de tobogã direto pro colo do capeta.

Só restava isso a eles.

Barão: Olha só, que bonitinho... Salvando a vida da patricinha namoradinha dele, oowwn.- debocha fazendo o resto das hiena rir atrás dele.- Ta mudado, em, Grego?! Ou essa ninfetinha te deixou arriado por ela de verdade, ou ela deve ser muito gostosinha na cama pra tu fazer uma merda dessas.- me olha debochado, apontando a arma pra mim e eu sorrio mais debochado ainda.

Grego: Que nada, ô bucho de lama. Eu só não ía dar o gostinho de vocês tentar me atingir com a morte dela. Ela era inocente, caralho. Ao contrário de vocês, eu tenho ética, porra.- falo com nojo olhando bem nos olho dele.- Eu sou bandido de verdade, num sou ladrãozinho de galinha sem postura igual vocês não, pança de meteoro.- falo com raiva, sentindo até meu beiço tremer de ódio e os olho dele fica vermelho, mostrando a vontade que ele tá de enfiar uma bala goela a baixo em mim.

E pra mim, que se foda.

Barão: VOU TE MOSTRAR OS LADRÃO DE GALINHA, SEU FILHO DA PUT...- grita destravando o revólver, apontando pra minha cabeça e eu até fecho os olho esperando só a chuva de bala em cima de mim e papai capeta esticar só o bracinho aqui e me puxar pra baixo, mas ele é interrompido.

Arcanjo: Cala a porra da boca, gordo chato do caralho! - ouço sua voz ao longe, com um ódio e uma força que só o Arcanjo tem.

Puta que pariu!

É nada??!

Abri meus olhos.

Assim que tudo clareou, vi todos se virarem na direção de onde a voz dele tava vindo, e logo depois...

Dez disparos. Oito deles, certeiros nas cabeças. Dois deles, bem no meio da barriga do gordo fela da puta que tava na minha frente, e seu sangue me deu quase um banho.

Ô desgraça!

Todos caíram no chão.

O gordo agonizava, tinha soltado a arma e só gritava por ajuda.

Tava chamando atenção demais.

Numa área de bacana dessa, a polícia ia brotar rapidinho. Tava na hora de acabar o serviço por alí já.

Grego: Ih caralho.... E num é que tu nem explodiu? É uma surpreendencia esse mininu.- nego sorrindo debochado, me abaixando até o chão, olhando pra cara gorda e pálida dele que só expressava dor.

Acho é pouco.

Arrombado do caralho!

O Arcanjo logo brotou do meu lado.

Me deu um olhar tão matador que arrepiou até onde num tem cabelo no meu corpo.

Mas logo virou esse olhar pro papa mundo.

Eles tinham uma rixa antiga.
Nunca soube ao certo como isso tudo começou, mas eu sei que o ódio deles sempre foi mortal. Literalmente.

A guerra deles já tinha matado vários dos nossos e dos deles também. Uma hora teria que acabar, e só dava pra acabar na morte de um deles.

Nesse caso, foi do Barão.

Arcanjo também se abaixou no chão, olhou pra ele agonizando por cinco segundos e aproximou o rosto do ouvido dele. Sussurrou algo que fez ele arregalar os olho mais do que já tava, e puxou lentamente a adaga do inferno, que ele sempre leva pra todo canto.

Eu sabia o que ele ia fazer, já vi ele fazendo, e por isso mesmo, não queria ver de novo.

O Barão pode ser um porco, estuprador, torturador, assassino do caralho, mas o que aquela faca fazia....puta merda, me dá arrepio só em pensar.

Por isso, assim que vi ela saindo da cintura do Arcanjo, tentei me sair dali o mais rápido possível. Porém...
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Arcanjo POV

Arcanjo: Não não não, pode voltar pro lugar que tu tava, seu muleque.- falo firme, cheio de ódio, bufando de raiva, sem nem olhar pra ele, e ele entende o recado, voltando pianinho.

O Grego nunca gostou do jeito que um corte dessa adaga deixa a pessoa que agoniza na morte causada por ela, por isso, ele sempre fica bem longe quando eu puxo ela.

Só que... Depois de tudo isso, de tanto perigo que ele colocou não só a vida dele mesmo, mas a minha vida e a dos muleque que tava procurando ele, me sinto no direito de dar uma liçãozinha nesse imbecil.

Grego: Porra, Arcanjo. Eu detesto ver essas parada, mano...- faz corpo mole do meu lado e eu acabo sorrindo olhando pro quase difunto na nossa frente.

Alá, ele acha que quem vai fazer esse serviçinho sou eu... Coitado.

Arcanjo: E quem disse que tu só vai olhar? - pergunto virando meu olhar bem devagar pra ele e sua cara na hora já fica pálida.

Que bom que entendeu o recado.

Grego: Arcanjo...- fala exitando, engolindo em sêco, respirando fundo, e eu apenas estendo a faca a ele.

Ele não tem coragem de pegar ela, então eu pego sua mão com força, abro e coloco a faca no meio dela, a fechando com firmeza enquanto olho nos seus olhos.

Arcanjo: Você vai, caralho. É uma ordem. Cinco segundos pra você dividir a garganta desse filho da puta e fazer ele sufocar com o próprio sangue até a morte.- falo entre dentes e ele me olha com raiva misturada com medo.

Alguns segundos de silêncio.

Ele me encara, exita...parece pensar no que dizer e não ter coragem de falar.

Nunca teve culhão pra me peitar, não vai ser agora que vai ter, né.

Grego: E se eu não cumprir? - pergunta firme, numa firmeza que até me surpreendeu.

Olha só, se fingindo de homem. Nem parece essa criança irresponsável que ele é.

Sorrio irônico, passando meu polegar pela minha boca e depois o observo de novo.

Arcanjo: Aí tudo bem, claro. Só que cê vai ter que fazer uma escolha: tu prefere a garganta dele ou a sua? - falo fechando o sorriso, falando em ar sombrio e ele falha o olhar firme que me fitava antes.

Ele tá mermo achando que vai escapar dessa de boa? Ai ai...

Depois de alguns segundos olhando pra faca e depois pro gordo, ele respira fundo enchendo o olhar de ódio e pegando firme na faca.

Ele aperta sua mão no pescoço do verme e, de uma vez só, faz o corte enorme na garganta do filho da puta que já começa a sufocar.

Ele fecha os olho com força e dá a adaga na minha mão, saindo logo em seguida sem nem olhar na minha cara.

Hmm, tá homi todo.

Mas se ele pensa que só isso vai pagar a conta dele dessa noite, ele tá muito enganado.

Olho ainda pro verme na minha frente e observo todo aquele sangue escorrendo da sua garganta, com calma.

Arcanjo: É...foi bom enquanto durou, Barão. Mas você tinha o ego do tamanho da tua barriga e já tava ficando chato.- falo frio olhando bem pra ele.- Agora acabou. Te vejo no inferno, seu filho da puta.- falo com nojo dando um murrão bem na cara dele, e me levanto indo logo pra onde tava as moto.

Não dá mais pra moscar aqui. Tá visado demais e daqui a pouco os cana chega.

Vumbora antes que mele até pá nois.

No alto do morro...Onde histórias criam vida. Descubra agora