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Grego POV

Eu e Arcanjo saímo de casa e tomamo um susto quando não encontramos elas na calçada.

Na hora, a gente soube que fudeu.

Desespero bateu e nois num sabia mais o que fazer.

Não tava nos plano que elas fosse ser tão louca de sair daqui sozinhas.

Mermo que a gente já soubesse que elas era sim.

Mas agora, a única coisa que eu pensava era: como caralhos nois ía achar elas? Elas podia tá em qualquer viela dessa, qualquer bêco... isso tudo é um labirinto quase inacabável de casa.

E aliás, elas nunca tinha andado direito por aqui. Provavelmente iam se perder.

E aí, pela segunda vez em menos de duas horas, nois teve que mobilizar os cara pra procurar as duas maluca.

Em menos de cinco minuto, o rádio tocou e avisaram nois que elas tava a menos de três rua de onde nois tava, então, só saltamo nas moto e fomos atrás delas.

Confesso que eu não sabia direito o que fazer, nem o que pensar, ou o que dizer pra Letícia quando encontrasse ela de novo.

Era muita vergonha que eu sentia. Minha cabeça tava lotada de coisa e o meu coração tava apertado.

Eu sentia culpa na mesma intensidade que tinha medo de ter perdido minha loirinha pra sempre.

E a todo instante eu me perguntava o porquê de ter feito tudo isso com ela.

Eu não precisava ter traído ela, ter procurado outra mulher.

E uma mulher feito aquela, que nem chega aos pés dela.

Mas sei lá, na hora me pareceu a única coisa que ía tirar a angústia e o medo que eu tava sentindo, de dentro do meu coração.

Eu amo tanto a Letícia que, a ideia de ela estar em perigo e eu não poder fazer nada, me fez entrar em pânico. Jurei que ia perder ela e, em uma tentativa de evitar que doesse tanto em mim se isso acontecesse, eu coloquei outra mulher entre eu e ela. Então, cada vez que eu tocava a outra, era como se tirasse um pouco do poder que meus sentimentos pela Letícia exerciam sobre mim.

E depois, quando eu percebi o que tinha feito, eu não consegui mais olhar pra cara da Letícia da mesma forma. Me sentia um lixo toda vez que encostava nela, então... Então eu preferi ir me afastando, deixando ela no canto dela, pra que assim, ela fosse me esquecendo pouco a pouco também.

Talvez, se eu visse que ela me amava menos depois de tudo isso, eu iria me sentir menos culpado.

Era difícil demais fazer isso, mas eu me consolava quando encontrava com a diaba lá.

Às vezes eu imaginava a Letícia no lugar dela e era menos doloroso o que eu fazia.

Só que quando ela mesma me disse tudo aquilo, eu percebi o quão filho da puta eu tava sendo e o quanto eu tinha vacilado com a minha mulher.

Eu percebi que eu não tinha agido feito um homem, e isso me destruiu.

Por isso que eu nem rebatia o que a Leticia falava, só escutava e deixava as palavra dela me rasgar inteiro, porque eu sabia que merecia cada uma delas.

E quando ela foi embora, eu nem fui atrás, porque soube alí que não merecia a mina foda que tinha nos braços.

Porra... Ela é demais pra mim e merece uma vida muito melhor do que a que eu posso dar. Merece mais do que todas as decepções que eu fiz pra ela e todas as desgraças que causei na vida dela.

No alto do morro...Onde histórias criam vida. Descubra agora