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Maratona: 2/5.

Letícia POV

Lê: Cê já vai? - perguntei franzindo o cenho, ligando a luz do abajour ao lado da nossa cama, ao vê-lo abrir a porta do quarto, silenciosamente, no meio da noite.

Ele pareceu se assustar, e logo se virou assentindo com uma cara estranha.

Tava arrumado.

Até perfume tinha passado.

Pra onde esse homem vai a essa hora todo cheio de frufru?

Grego: Vou.... Arcanjo me ligou. Falou que chegou um lote de fuzil novo e eu tenho que ir buscar com ele.- coçou a cabeça e eu assenti, suspirando triste.- Ma num se preocupa não... De Cinco horinha eu tô aqui de volta.- veio me beijar e eu assenti, o abraçando.

: Cuidado, tá? - falei baixinho e ele assentiu, beijando minha boca, saindo rápido logo em seguida.

Ele e seus chamados urgentes...

Ai que droga.

Desde que eu me mudei pra cá, nunca mais tive uma noite tranquila de sono. Puta que pariu!

Sempre me acordo quando ele vai sair, e não consigo mais dormir, preocupada.

Que bacana.

Fico morta de sono o dia todo, sempre que ele sai a essa hora...

Mas...

: Pelo menos eu já vou treinando pra quando você chegar né? - sorri fraco, passando a mão na barriga e me levantei.

Bom, já que não vou dormir, vou aproveitar e fazer uma boquinha.

Depois do susto que nós passamos antes, nunca mais consegui fechar a minha boca.

Em partes, por medo de acontecer de novo e botar a vida do meu filho em risco. Por outro lado, é só porque eu já era gulosa antes, e fiquei ainda mais depois da gravidez.

Até porque, tô comendo por dois. Dá um desconto.

Então, vamos ao assalto à geladeira.
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Vivianne POV

Vivi: Então... é isso...? - perguntei em um suspiro, parando na porta da casa dele, cruzando os braços.

Um silêncio tomou conta, ele nada respondeu e eu entendi o que a falta de palavras significava.

Viviane: Ok...- assenti sêca e dei um passo a frente, na intenção de ir embora, sem nem olhar pra ele, que estava atrás de mim. Mas, senti sua mão no meu braço e fui puxada pra trás, sendo obrigada a olhar pra ele, que me fitou sério.

Leléu: Não. Não acabou ainda.- negou calmo, soltando meu braço e eu levantei uma sobrancelha.- Tu ainda precisa tomar a pílula.- revirei os olhos.- Amanhã eu levo lá no teu colégio, pra ninguém do morro ver.- falou sério, olhando pro chão, e eu assenti, tentando esconder a frustração que as suas palavras me causaram.

Claro... Foda-se que essa foi a nossa última noite junto. O que importa é que eu tome uma pílula, porque eu, burra, deixei ele gozar dentro.

Ai ai, Vivianne... Por que tu tinha que ser tão idiota? Tão trouxa?

Vivianne: Era só isso? - perguntei com tédio e ele respirou fundo, assentindo.- Ótimo.- saí do bêco com rapidez, quase correndo, tudo pra estar o mais longe possível dele antes de deixar as lágrimas descerem pelo meu rosto.

Quando desceram, eu pude sentir que, realmente, aquele era o fim de nós dois.

Não era nada sério.

Nem era algo sólido também.

No alto do morro...Onde histórias criam vida. Descubra agora