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Cecile acordou no dia seguinte com dores, francamente beber estava sendo algo muito ruim a ela ultimamente.

" Antes, eu nunca tinha essas dores" a jovem se sentou na cama e colocou a mão sobre a cabeça.

Erik estava deitado em seu lado ainda dormindo, olhando para o relógio Cecile viu que ainda era de manhã.

" Eu acho que dormir mais um pouco não me fará mal" deitando a jovem fica frente a frente com Erik, que dormia sem sua máscara.

Ser discreta nunca foi um dos pontos positivos de Cecile e por estar tão fixada em observar o homem, sem perceber elevou a mão sobre a sua face com as cicatrizes.

Erik num gesto de proteção abre os olhos e agarra o braço da jovem que grita.

- Merda! Erik, me solta! Cecile a olhava irritada, nem por um momento ela poderia tocar nele sem causar uma confusão?

O homem ainda sonolento solta o braço da jovem e fecha os olhos, era apenas Cecile. Talvez ela ainda estivesse com ressaca ou talvez estivesse sonhando ... Só que naquele instante ele apenas queria ter evitado aquela reação, queria que ela o tocasse.

- Você sempre tão insuportável. E estranho... Você abriu os olhos e já está dormindo? De novo? Cecile se deitou e sussurrou ao ver o homem fechar os olhos.

" E ainda dizem que eu sou a estranha... Ele é tão difícil de se ler"

Os dias se passaram, Cecile estava animada por ver que todas as empresas que ela estava administrando estavam dando lucro, todos estavam felizes. Erik tinha a ajudado em muitas decisões, e a jovem sabia que ele era o único homem que conhecerá que sempre a elogiava por ser inteligente nos negócios.

" Ele é perfeito... Parece que foi feito para mim..." A jovem numa tarde se pegou pensando enquanto revisava um relatório financeiro.

Erik tinha assinado todas as documentações, tinha pegado a ela um chá e ajudado a senhora Diego a buscar alguns novos maquinários na estação.

Chateada e irritada em ter aqueles pensamentos, Cecile não se lembrava de ter se confessado para Erik dias antes, apenas sentiu que seu "marido" estava demostrando mais carinho em público.
Sobretudo, quando Leslie a visitava para planejar o baile, Erik beijava Cecile sem pudor na presença da amiga. Hugh até se admirou em ver um casal que tivesse aquelas reações tão abertas em público.

O baile seria no mês seguinte, Leslie pode trazer os melhores fornecedores para a festa. A música ficou com Erik que tinha contatos com grandes orquestras.
Hugh pode ajudar na decoração, mesmo escondendo para os demais o homem tinha um certo amor por jardinagem, o que Leslie achava muito sexy nele.

Cecile queria apresentar seu marido, tinha plena certeza de que toda a sociedade estava a falar sobre o casamento às pressas dela. E em como Erik era um mistério, a jovem queria acabar com qualquer fofoca, e iniciar sua introdução a sociedade novamente, depois da morte de seu pai.

- Ceci, nós temos aqui a lista de convidados. Acho que todas as famílias importantes estão aqui. Devemos revisar mais uma vez. Leslie estava dedicada em fazer aquela festa ser perfeita.

- Todos os esnobes... Todas as mulherzinhas insuportáveis... Sim, estão todos aqui. Cecile olha rapidamente para cada sobrenome.

- Amiga, eu sei que se fosse depender de você. A festa seria apenas para você, seu marido, eu e Hugh. E seus empregados. Mas devemos recepcionar todos e mostrar que também podemos dar grandes festas. Leslie fechava um envelope e colocava nas dezenas de convites já feitos.

Cecile riu daquele comentário, seria tão divertido e agradável ter só quem ela se importava e amava. Nunca foi boa em ficar com aquelas famílias esnobes.

- Você me conhece tão bem! Mas... Cai entre nós, a Duquesa Portia e seu marido, são tão insuportáveis!! E aquelas gêmeas deles? Deus, são duas sem-vergonhas! Cecile tomou um pouco de chá e se esparramou no sofá.

- Pois é... As gêmeas são problema em dobro. Mas, você vai estar com o seu marido. Ele tem muito jogo de cintura, certamente vai colocar todos em seus devidos lugares. E você, Cecile... Não faça nenhum escândalo. Leslie cutuca a amiga que ri debochada.

- Eu? Escândalo? Imagina. Sou um anjo de candura. Vou ser uma anfitriã muito educada.

Ambas riem e continuam a escrever os convites. Erik estava preparando os instrumentos para a banda que ele tinha contratado. Cecile não queria nada muito grandioso, seria apenas uma banda para deixar o ambiente menos pesado, como a jovem mesmo disse.

" Música para deixar os convidados distraídos e sem ter que ouvir as dezenas de reclamações frívolas deles"

Erik pode estar com Cecile por aqueles dias e de modo geral a jovem tinha ficado mais focada em trabalhar, às vezes o homem a pegava com uma caixinha de artesanato e lidando com dobraduras tão delicadas.
Em outra vez, a viu com uma máscara branca na mão, sem o ver Cecile sorria e costurava com cuidado ao lado da máscara.

Ver aquele lado doce de Cecile, fazia Erik duvidar que a jovem fosse de todo ruim. Não que ela fosse malvada, ela era bondosa. Só que não demostrava o carinho que tinha guardado para muitas pessoas.
Não sóbria, pois ela confessou a Erik que estava gostando dele, e o homem queria admitir também que estava gostando dela.

O problema era sempre o momento certo, Erik tentou em diversas vezes contar sobre seus sentimentos. Um misto de sensações tomou conta dele, e mesmo relutando ele queria tirar aquilo de seu peito.

Porém sempre que ele queria tocar no assunto, Cecile estava com alguém. Era difícil estar sozinhos depois de voltar a Paris, os empregados da casa viviam vigiando cada passo da jovem, mesmo que Erik tenha jurado que não iria fazer mal a jovem, todos zelavam por Cecile.

Erik decidiu-se então, que depois do baile seria o momento perfeito para declarar seus sentimentos. Assim, iria mantê-la longe de confusão durante a festa e ainda mais longe de garrafas de champanhe.

" Não quero lidar com Cecile bêbada, não essa noite... Eu a quero sóbria e feliz, realizada ... E depois, irei confessar meus sentimentos" o homem tinha quase proibido qualquer bebida na festa, mas com um sábio conselho de Hugh, ele manteve, seria apenas difícil manter Cecile longe de sua tão amada taça de champanhe.

Me liberteOnde histórias criam vida. Descubra agora