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5 dia ao mar...

Cecile estava enjoada de estar naquele quarto, os dias se passavam com ela deitada ou sentada próxima a janela de sua cabine a observar o mar. Raoul a visitava sempre e enchia de elogios e contava sobre sua vida de casada ao seu lado.

Nada daquilo a fazia querer seu contato, seu toque, nada que ele dizia fazia sentido a ela, tudo que ela queria era saber o motivo que ele a tinha levado a essa viagem, nada estava fazendo sentido.

- Amor, é claro que você está confusa ... sei que seu trauma foi grande, aquele maldito a feriu e te fez ficar deste jeito ..., mas saiba que se ele voltar a te ver eu irei matá-lo! Raoul estava com ela no convés, bebericava chá e a olhava de forma obcecada.

- Gostaria de voltar para Londres, sei que lá há muitas coisas que tenho que fazer ... eu não me lembro ..., mas ... Cecile suspirou, dentro dela algo a dizia que Londres era seu lar e não Paris.

- Minha querida, Londres não é mais seu lar .... sua bobinha, quando nos casamos você fez questão de se mudar comigo para Paris, temos um lindo casarão com dezenas de empregados ... e estamos indo para um lugar bom, tranquilo, lá você e eu poderemos finalmente ter um tempo sozinhos, como um casal que somos. Raoul se levanta e acaricia a jovem, a beijando na testa.

Era verdade que desde que ela acordara naquele navio ela não permitiu que Raoul a tocasse, não queria seus beijos e nada que ele estava tentando ... eles eram casados, era o que ele dizia, mas para ela ... nada daquilo era certo.

- Raoul, não quero ser mal-educada ..., mas, não sei se irei permitir o que você está pensando, não desde jeito que não me recordo de nada ... apenas tenho sua palavra para me guiar ... A jovem a olha com indecisão, ele não poderia a obrigar a nada.

- Querida, nós sempre fizemos amor em qualquer lugar, sua antiga forma iria amar este navio ... céus, eu não quero te ver deste jeito ... tendo medo de mim! Raoul se ofendeu, era para ela estar em seus braços o amando sem recusas.

- Eu não me recordo de nada, por favor me leve para o quarto estou cansada. A jovem não queria discutir, queria era estar sozinha dos olhares daquele homem.

Raoul a levou ao quarto, depois foi para a cabine que Oto estava e o esbofeteou.

- O que está acontecendo!! Porque está fazendo isso com ele!! Tamara foi até seu namorado e o ajudou a levantar.

- Você, sua vadia ... fique quieta, ou quer morrer! Raoul difere um tapa no rosto da jovem que cai no chão.

- Quero que você faça seu serviço, Cecile não quer que eu a toque! Achei que ela estaria disposta a acreditar em tudo que eu falo..., mas vejo que você é um inútil! Raoul gritou, estava furioso, nada estava saindo como ele pensara.

- A senhorita é forte... muitas pessoas têm uma mente muito persistente ... eu fiz o pude, ela esqueceu seu passado, ou pelo menos o que o visconde me pediu para esquecer..., mas ... Oto tentou se pôr em pé, mas é derrubado por Raoul.

- Você vai lá ... vai fazer com que ela me ame, me ache indispensável, que seja dependente de mim, apenas de mim! Raoul tira um revólver do casaco e aponta para a cabeça do jovem.

Tamara estava horrorizada, aquele homem era louco, cedo ou mais tarde ele iria matar ela e a Oto, se nada acontecesse eles estariam encrencados.

- C..Certo, eu irei lá, irei fazer o meu melhor ... por favor não me machuque ou a Tamara. Oto se levanta e vai até a cabine de Cecile que observava o mar novamente.

A jovem se assusta com a presença do homem que estava com o rosto ferido, atras dele Raoul que estava com o rosto assustador.

- Senhora Chagney... Com a sua licença. Oto se aproxima da jovem que não entendia o que estava acontecendo.

- Amor, ele irá te ajudar ... você será minha... Raoul se aproxima da jovem e a toma nos braços, sussurrando com ternura em seus ouvidos.

- Você me amara, tanto que não vai ter mais preocupações ... eu serei seu guia e seu único amor...

Cecile tentou se debater, aquilo era doente, porque ele estava falando aquelas coisas, por que ela estava ficando mole e fixada a olhar em Oto?

- Cecile, quero que você me ouça, atentamente ... Raoul é seu marido, e como cônjuge ele espera que você o satisfaça ... que você sinta novamente o toque dele, ele quer que você volte a ser a esposa perfeita ... que ele se apaixonou. Oto tentava não se arrepender daquilo, queria correr e se jogar no mar, aquele jovem estava sendo forçada a algo horrível.

Cecile estava quieta, seus olhos atentos a Oto e seus ouvidos apenas ouvia ao que ele dizia.

"Raoul é meu marido... eu devo ser a esposa perfeita" Cecile repetia aquilo milhares de vezes, mesmo que no fundo aquilo era completamente insano.

- A senhora Chagney se recordara de suas noites com seu marido... com carinho, ele sempre a amou, sempre a quis ... ele é obcecado por você. Oto falou com cuidado aquelas palavras, olhou no fundo nos olhos de Cecile e tentou colocar algo que a recordasse que aquilo era um erro.

- Raoul ...? Você está aqui? Cecile falou debilmente.

Raoul sorriu e fez um sinal para Oto sair, finalmente ela estava compreendendo sua nova vida ao seu lado.

- Amor, estou aqui ... sempre estarei ao seu lado, o que houve? Raoul abraçou por trás a jovem que sorria timidamente.

- Sinto muito ... eu não fui a esposa que você sonhou que eu seria ... Cecile se aninhou nos braços do homem que a consolava.

- Não é verdade, amor. Você é tudo que sempre sonhei ... minha linda e adorada esposa. Raoul beijou os lábios da jovem com ternura, mas ao passar do tempo seu beijo foi ficando mais agressivo que fez com que Cecile recuasse.

- O que foi, amor? Eu te machuquei?

Cecile toca os lábios e vê sangue, porque ele tinha feito aquilo ... ele estava a machucando, aquilo não era certo.

- Nada ... está tudo bem. Cecile sorri e percebe Raoul limpando seu lábio com a ponta do dedo.

- Me desculpe, eu te amo tanto ... não quis te machucar. O homem levanta a jovem para seu colo e a beija com ternura.

- Não precisa ficar assim, eu ... eu sei que você me ama. Cecile toca no rosto do homem e se sente mal.

"Esse rosto ... eu não o reconheço" A jovem pensa, tudo que ela se recordava era de um outro rosto, coberto por uma máscara, um rosto que trazia paz a ela.

- Eu te amo, muito... Você irá me permitir que eu te visite hoje em sua cama, querida? Raoul a olha com desejo e luxuria.

Cecile estremece, ela não recordava em ter tido intimidade com ele, mas se ele era seu marido era normal ... ter aquele comportamento.

- C... Claro, você pode dormir ao meu lado hoje ... afinal você é meu marido. Cecile força a falar aquilo, mas era o correto a se falar ... ela achava.

Raoul abre um lindo sorriso, ainda com a jovem no colo ele a levanta e rodopia feliz, a beijado sem parar, Cecile tentava se alegrar, mas no fundo tudo que ela sentia era medo. 

Me liberteOnde histórias criam vida. Descubra agora