- Mon chéri? Cecile repetiu aquelas palavras tão familiares a ela.
Erik estava se controlando para não a pegar e levá-la para longe, estava num perfeito momento para resgatá-la daquele lugar.
- Sim, você me conhece ... só não está se recordando ... podemos conversar um pouco sobre muitas coisas. Erik se senta na beirada da cama e observa Cecile, seu semblante estava tão triste seus olhos tão opacos.
"O que Raoul te fez?" Erik levanta a mão para acariciar o rosto de Cecile que não recua.
Sentir seu toque e ouvir a sua voz, o que aquele homem sabia dela?
- Soube que está um pouco confusa, não quero ser pego por ninguém pois acho que eu não sou bem-vindo aqui, mas ... quero te ver mais um pouco. Erik sorri, Cecile estava se mexendo na cama, suas memorias apenas a fazia se apegar por aquele homem.
- Cecile, você está sendo enganada ... tudo isso, é uma farsa. Tudo que aquele que diz ser seu marido fala, é mentira. Me sinto destruído em vê-la deste jeito. Você sempre cuidou de tudo em sua empresa, sempre foi tão ativa na sociedade ... acha que é certo aquele homem te prender neste lugar? Te tratar como uma boneca? Erik se levanta e depois observa o quarto em total penumbra.
"Boneca...? Cecile havia se recordado, ela nunca iria aceitar tais tratamentos como estava sendo submetida por Raoul.
- Eu não posso andar, eu ... preciso depender das pessoas, eu estou tão confusa! Cecile se enfurece.
Erik se aproxima da jovem, sentia seu coração despedaçar a vê-la daquele jeito, porque ele não poderia falar seu nome ... se ele falasse ela poderia se lembrar.
"Erik, não se revele ... Oto a fez acreditar que você foi o culpado dela estar sem caminhar, o que é uma ilusão. Cecile pode muito bem mexer as pernas e com a prótese pode caminhar normalmente"
- Mon chéri ... o que aquele homem te fez? Erik pegou ambas as mãos de Cecile e as beijou.
- Eu ... eu não me recordo, ele ... eu sei que ele me tocou, pois sempre que desperto me sinto ... suja. Cecile sussurra as palavras com dificuldades.
Erik estava se livrando de um desejo de vingança, logo que tudo estivesse certo na vida do casal, ele iria fazer Raoul pagar por todo o mal, mas agora diante aquela revelação, era difícil não achar que o visconde iria deixar a jovem sem ter o que ele realmente queria dela, ele sempre foi obcecado por Cecile, depois que Christine havia partido, aquele maluco se esforçou a fazer Cecile sua.
- Ele te sujou com o seu toque??! Aquele bastardo ... ele não tem esse direito, Cecile.... me escute, você não é casada com ele, tudo isso, é uma mentira, não acredite nele... Erik abraça a jovem aos prantos, estava desesperado. Apenas em pensar que Raoul tinha aproveitado de sua Cecile o fez tremer.
A jovem estranhou aquele comportamento de início, mas ao ser abraçada com tanto carinho, a fez refletir sobre a identidade daquele misterioso homem.
- Por que usa uma máscara? E porque está tão preocupado comigo ... Por que em meus sonhos é você que aparece para me salvar? Sua voz me deixa ... feliz. Cecile acaricia o rosto de Erik e num movimento rápido retira sua máscara.
A escuridão do quarto fazia com que as cicatrizes e marcas do rosto do homem ficassem escondidas, mas o toque sem perceber do lado desfigurado do rosto de Erik, fez Cecile inspecionar cada parte daquele rosto.
- Você nunca se assusta com isso, não é. Mon chéri? Erik sorri, perceber que o rosto da jovem havia mudado a deixando tão calma e zelosa.
- Eu já vi isso antes? A jovem questiona com a voz calma.
- Sim, e sempre tem a mesma reação. Invés de medo, você explora tudo que vê. Com coragem, o que você sempre foi ... uma jovem corajosa, além de bela. Erik entrega a mascara a Cecile que observa sua assinatura na parte de dentro do objeto.
"Eu fiz isso? Eu sempre gostei de fazer máscaras ... na minha infância eu sempre ocupei meu tempo nisso"
- A melhor máscara que tive, mesmo não querendo admitir quando você a fez. Erik recorda aquele tempo em que Cecile era tão teimosa e ele adorava provocá-la.
- Você tem mesmo um jeito de ser um pouco provocador. Pois essa máscara está realmente muito bem-feita. Cecile ri, aquela risada era a primeira de tanto tempo sem se sentir bem com alguém.
Erik concorda, talvez com aquilo ela recordaria de mais alguma coisa. Ele estava torcendo por isso.
- Provocador e um pouco teimoso ... não irei negar que nós dois formamos um bom time, já que a senhorita também não é de negar uma boa briga. Erik se aproxima da jovem, Cecile sorri novamente, estava feliz e num breve momento encostou seus lábios com os do homem.
Tamara estava avisando a todos que Cecile tinha mandado que ninguém a interrompesse seu sono, a jovem ficou no andar onde Cecile estava e vigia todas as entradas do cômodo, os empregados trabalhavam normalmente e não ousariam invadir o quarto antes do consentimento de Cecile.
"Ele deve estar com Cecile ... bem não ouço nada se quebrando o gritos ... Erik deve estar conversando com ela, espero que isso logo acabe" Tamara pensava em seguir sua vida com Oto, bem longe daquela situação.
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Me liberte
RandomCecile é uma jovem determinada, e sempre lutou para conseguir sua tão sonhada liberdade. Com a morte de seu pai, e um estranho contrato para a decisão da herança. A jovem parte em busca de uma alternativa para continuar trabalhando e não depender d...