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O fim de semana de Cecile e Erik estava prestes a terminar, passando os dias deitados sobre o calor de seus corpos, o casal poderia esquecer por hora tudo que estavam prestes a enfrentar.

- Gosto daqui, podemos ficar mais um pouco se quiser meu amor. Erik prende a jovem com os braços e a beija.

Cecile estava no jardim, tinha ficado admirada por ver tantas plantas e flores.

- Tentador.... Mas devemos voltar a vida real, querido. A jovem colheu uma flor e colocou atrás da orelha.

- Minha linda.... Como posso ter sorte em ter te encontrado?? Erik beija a mão da jovem que sorri.

Cecile se sentiu amada e esqueceu tudo que estava passando, a única coisa que ela estava curiosa era do passado de seu marido, ela tinha descoberto tão pouco.

- Erik... Posso lhe perguntar algo?

O homem percebeu a mudança de humor de Cecile. Porém assentiu para ela.

- Como Christine morreu? E como você parou preso naquele lugar? Eu sinto que estou me abrindo com você mas não tenho o mesmo de você. Cecile se senta no banco do jardim e observa o homem em pé.

Erik sabia que tinha que falar sobre seu passado, explicar tudo que passou e como o visconde era interligado a sua vida.

- É uma longa história, eu tenho um passado bastante complicado. Mas podemos começar quando eu fui para o Opera, estava sem nenhum lugar para ir ao fugir dos ciganos.

Cecile estava presentando atenção, Erik estava contando sobre os abusos que ele sofria e como seus pais o abandonaram com os ciganos.

- Meus pais eram comerciantes. Quando nasci, eles me esconderam. Tinham certeza que eu era algum castigo, ao ouvir o padre dizendo que eu era fruto do pecado, meu pai me levou até os ciganos. E me deixou lá, eu tinha uns seis anos. Erik suspira, relembrar aquilo era uma tortura.

- Como eles podem achar que você era um castigo? As pessoas não escolhem nascer deste jeito. Ninguém pode dizer isso... Eu... Nenhum pai ou mãe deveria achar que o filho é uma maldição. Cecile tocou no rosto do homem que esboçou um sorriso.

- As pessoas de onde nasci tinham a mente pequena. Eu pude aprender muito sozinho, antes de ir para o show de aberrações. Depois por doze anos eu fiquei viajando com os ciganos. Pude traçar um plano para me esconder e fugir, quando retornamos a Paris.

- Por favor, continua. A jovem secou uma lágrima que caiu do rosto de Erik.

- Eu fugi e descobri uma passagem secreta que levava ao subterrâneo do Ópera. Comecei a estudar e conheci Persa, Meg e Christine. Passei anos incríveis com eles, eu tinha entregado muitos projetos a pessoas poderosas, tinha uma noiva ... Mas tudo mudou quando ela foi tirada de mim. Erik relembrou a noite em que viu sua amada sendo morta.

- Christine era a Prima-dona do teatro, era famosa e muitos homens corriam atrás dela. Um em especial era obcecado por ela. Eu a salvei de um ataque dele e foi aí que eu a conheci.

O homem lembrou que Christine despertou assustada ao se ver no subterrâneo do teatro. De primeira a jovem não soube como reagir a ver Erik com sua máscara, mas com o tempo ela sentiu uma forte conexão com ele. Desde o seu primeiro encontro até o pedido de namoro, tudo estava indo bem.

- Oh. Christine deve ter sido maravilhosa, eu sinto muito que ela tenha ido embora tão cedo. Você não merecia isso... Se eu pudesse, eu mudaria essa parte de sua vida. Cecile encara o homem com um sorriso fraco.

- Christine está feliz em saber que eu estou bem com você. Sinto ela em meus sonhos, dizendo que eu preciso seguir minha vida e voltar a amar. Erik acaricia a mão da jovem.

- Todos devem estar nos observando no céu. As estrelas, cada uma delas estão felizes em ver que estamos seguindo em frente. E tentando ser feliz. Me desculpe por ter que relembrar essas coisas.... Eu...

- Não se desculpe. Vou continuar a contar a minha história. Christine e eu estávamos noivos e comemorando, junto a Meg e Persa. Seu fã obcecado soube onde eu vivia e invadiu o subterrâneo com vários outros homens, eu não vi quando ele com a escada ataca a minha noiva. Eu corri para ajudar, mas a vi morta, seu rosto pálido e aquele maldito rindo! Erik cerra o punho e se enfurece.

- Você não teve culpa, como você iria imaginar que algo deste tipo aconteceria!?

- Aquele visconde.... O mesmo que está tentando te machucar, aquele louco! Ele é o culpado de eu estar naquela jaula, ele me drogou! Meg e Persa tiveram que sair às pressas pois senão estariam mortos. Eu não pude reagir... Erik se levanta e coloca a mão na cabeça.

Cecile arregala os olhos, Raoul tinha a ver com a morte de Christine? Estava por trás de ter aprisionado Erik?

- Erik... Raoul? Ele... Fez tudo isso?

- Aquele desgraçado! Ele sempre foi um estúpido! Um lixo, um paria! Ele tirou de mim a minha Christine e agora quer te ferir! Ele quer tirar tudo que eu amo! Eu acho que eu sou uma maldição, um castigo... Erik quebra alguns vasos que estavam próximo dele e se vira para Cecile.

- Você não é nada disso!! Você é meu marido, você é muito especial para mim. Você não pode pensar nessas coisas ruins, você não merece sofrer. Cecile se levanta a se aproxima de Erik.

O homem estava com um olhar furioso, o toque de Cecile tinha sido uma dose de calmaria.

- Cecile, a minha história não é bonita. O meu passado é esse, e não tem como mudá-lo. Erik se ajoelha e começa a chorar.

A jovem se abaixa e abraça Erik, sentia que homem estava se culpando por coisas que não era sua culpa.

- Você não pode mudar o passado, mas está traçando um presente e futuro tão melhores. Você é um homem bom, você me amou com meus defeitos... Você me entende e me ajuda ... Por favor, não me faça chorar também. A jovem sorri e abraça o homem.

Erik e Cecile passaram um tempo abraçados. Sentir a união e cumplicidade de ambos os tranquilizava.

- Está chovendo querido, vamos entrar. Cecile sente as gotas da chuva caírem e puxa o homem para dentro do chalé.

Erik estava enrolado em uma coberta, enquanto Cecile preparava um chá.

- Obrigada por me contar tudo. Vamos juntos passar por tudo isso. Tenho alguns planos para que Raoul não faça mais mal a ninguém. Cecile entrega uma xícara para Erik e entra por debaixo de sua coberta.

- Eu vou te proteger, serei seu cão de guarda. Como você dizia antes... Erik esboça um sorriso.

- Você será meu protetor, mas não duvide de mim, eu também tenho meus planos. Cecile beija o homem.

O casal passa a noite no chalé e pela manhã retornam para Paris.

Me liberteOnde histórias criam vida. Descubra agora