12.

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- Por que você me beijou? Erik tentou soar discreto.

- Porque somos casados, e eu estava a fim... E também odeio pessoas curiosas, se eles queriam algo para ver, eu dei a eles algo realmente interessante. Cecile se virou para o homem e deu de ombros.

- Um quarto por favor, senhor e senhora Destler. Estamos viajando porque nos casamos!! Estamos em lua de mel. A jovem piscou para a mulher na recepção.

Erik olhou aquilo apavorado, como aquela jovem poderia mudar tanto. Ela deveria ter algum transtorno, só podia.

- Bem...bem-vindos. Aqui a chave. A senhora se assustou com Erik, e se atrapalhou toda.

Cecile pegou a chave das mãos da senhora, e subiu até o quarto.

- Rosas... E champanhe!! Bem, é isso que uma suíte de lua de mel deve se parecer. Cecile se sentou, estava cansada.

- Não sei o que foi tudo aquilo... Cecile ... você está bem?

- Sim!! Estou. Olha, eu odeio ver as pessoas encarando coisas tão banais. Você por exemplo! Eu te entendo, você não pode esconder seu rosto... O que é pior que minha perna, que eu posso esconder e ninguém irá me encarar ou fazer comentários de merda sobre.

- Você fez aquilo tudo para?? Erik não entendia o que a jovem queria dizer.

- Tirar a atenção de você, e trazer toda para mim... ou para nós, tanto faz. De nada. Cecile se joga na cama fazendo com que as pétalas voassem para fora da cama.

Erik apenas olhou a jovem, que estava deitada na cama, as pétalas de rosa agora estavam grudadas em seu cabelo, outras no chão, Cecile era descuidada, e tão convencida.

- Certo. Vejo que você está cansada. E bem .... Já é tarde. Vamos tomar banho? Erik desfroixa o nó da grava e retira o casaco e caminha até o banheiro.

- Vamos? Você só fala coisas desnecessárias.... Eu irei tomar banho, com a sua licença. Cecile se levanta e ficou próxima ao homem, que ainda estava em pé a encarando.

- Sim, foi o que quis dizer. Erik tirou uma pétala de rosa que estava no topo da cabeça da jovem.

- De nada, hein!! Erik gritou ao ver a jovem corar e correr para o banheiro.

Cecile balançou a cabeça, aquilo era encenação. Pura e simples encenação. Não era real, nada aquilo era.

" É apenas um meio para que eu consiga trabalhar, sem dar satisfação a macho escroto. Nada disso é real" Cecile estava na banheira, questionando tudo aquilo.

A jovem então terminou seu banho, enrolou uma toalha no corpo, e abriu a mala para se vestir. Era estranho, a enorme mala da jovem, só tinha lingeries e mais lingeries... Camisolas transparentes e nada mais.

" Susie, aquela incompetente!!" Cecile estava queimando de ódio.

" Calma, Cecile ... É fácil, é só colocar seu vestido, e dormir com ele... E.... "

A jovem percebeu que o vestido estava molhado, no chão do banheiro... E agora... O que ela iria fazer. Nada daquela mala seria adequado... não tinha nada adequado naquela maldita mala!!

Cecile respirou fundo, olhou novamente para a mala. Deveria ter algo decente, alguma camisola mais fechada, algo.... Oh, não. Aquela empregada, tinha noção do que seria uma viagem de lua de mel!?? Por Deus.... Não era apenas... Cama!!

Erik estava sentado numa poltrona, esperando a jovem sair do banho, era estranho pois Cecile estava a mais de uma hora trancada no banheiro.

- Cecile?? Você está bem? O homem bateu na porta do banheiro.

- Argh... Sim!! Eu estou... eu só... Só... estou me vestindo, e ... Erik... porque você não desce, e vai pedir algo!? Sim? Estou morrendo de fome.

- Hum. Tudo bem, já volto.

Cecile suspirou aliviada, pegou um conjunto de lingerie branca de renda, aquilo tinha... Meias? E colocou, e depois uma camisola transparente, ela era comprida, mas ... O que adiantava, dava para ver todo seu corpo.

"Susie deve ter tido todo esse trabalho, para comprar tudo isso ... Em menos de duas horas... E.... Era da manhã, por Deus onde ela tinha conseguido tudo aquilo"

Cecile saiu do banheiro, passou pelo quarto, e encheu uma taça de Whisky, na sala. Distraída, não percebeu que Erik estava ao telefone.

"Um pouco de bebida e depois eu corro para cama, Erik voltará e eu estarei enrolada nas cobertas, isso Ceci, um plano infalível" A jovem degustou o liquido devagar e depois ouviu uma voz conhecida.

Erik estava prestes a descer, mas viu que o quarto tinha um telefone e resolveu fazer o pedido através dele. O homem estava de pé, esperando alguém o atender, quando viu Cecile entrar, a jovem estava usando apenas lingerie... E uma fina camada de tecido.

Sem perceber sua presença a jovem apenas encheu uma taça com Whisky e bebeu devagar.

- Oh, boa noite. Gostaria de serviço de quarto.... Erik limpou a garganta e então foi atendido pelo telefone e a jovem paralisou.

" Merda.... Ele...ele .... Está me vendo, desse jeito!!" Cecile com o susto, derruba a taça no chão e se vira, se cortando com os cacos de vidros.

- Cecile!! Não se mexa!! Você vai se ... Erik largou o telefone, e corre..., mas era tarde demais, os cacos de vidros estavam agora presos no pé da jovem.

- Eu ... olhe para o outro lado!! Erik, não se aproxime mais!! A jovem tentou se cobrir.

- Eu... Claro que não vou olhar para outro lado, você está machucada. Se der mais um passo, você vai se machucar mais!

Cecile deu outro passo, sua perna mecânica, apenas passou pelos cacos, mas a sua outra perna... O seu pé estava vermelho, com o sangue.

- Merda! Tudo culpa daquela imprestável da Susie!! Cecile gritava, e estava apavorada, aquele homem estava chegando perto... perto demais.

- Eu disse... você irá se machucar, mas não .... É teimosa, e não ouve ninguém!! Erik levantou a jovem do chão, colocando-a no colo.

- Não Erik... não faça isso.... Por favor. Cecile agora estava chorando e envergonhada.

- Você disse por favor, pela primeira vez! Que grata surpresa. Bem, eu não irei te fazer nada. Erik sorriu e deitou a jovem na cama, a cobrindo.

Cecile se enrolou na coberta, tentando se esconder. De Erik e do mundo, aquilo era humilhação demais.

- Certo, me dê seu pé. Erik se sentou na beirada da cama e esperou pacientemente.

A jovem piscou algumas vezes, e tirou da coberta apenas a perna mecânica.

- Não esse, o outro... O de carne e osso.

- Vá a merda! Cecile odiava que as pessoas falassem aquilo. Ela tinha uma perna mecânica, mas não era para fazer certas brincadeiras.

- Ok. Me perdoe, fui um tremendo de um idiota ..., mas é sério, eu preciso ver a situação de seu pé, cuidar e enfaixar.

Cecile olhou furiosa para o homem, e tirou o pé ferido para que ele olhasse.

- Realmente... se eu soubesse que iria bancar a babá, eu nunca aceitaria isso... você é tão impulsiva.

A jovem ficou em silêncio, aquilo era tudo culpa da Susie.

- Ok. Irei rapidamente buscar o kit de primeiros socorros e resolverei isso.

O homem procurou pelo kit, achando num dos armários da enorme sala do quarto.

- Cheguei. Sério, esse quarto é enorme. É quase uma casa! Mas.... Deixa-me cuidar disso. Erik cuidou que cada caco fosse retirado e com cautela limpou o ferimento, e aplicou uma pomada.

Cecile continuou em silêncio, nem reclamou da pomada ou quando Erik enfaixou seu pé. Estava apenas enrolada na coberta, distraída em seus pensamentos.

- Você está bem?? Oh, sim!! Comida... A gente não comeu há algum tempo. Já volto. Erik bate a mão na testa, e corre ao telefone.

" Essas coisas... Só acontecem comigo..." Cecile viu o homem se retirar do quarto e se enrolou ainda mais na coberta.

Me liberteOnde histórias criam vida. Descubra agora