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Erik não queria estar no quarto de Cecile, aquilo não era certo. Mas, eles tinham que atuar e se passar por um casal, não é mesmo?

A jovem voltou para o quarto, já estava de camisola e se deitou na cama.

O homem encarou a jovem que vestia uma camisola simples, mas ao mesmo tempo tão bonita ... mesmo sendo com mangas e longas, Cecile parecia tão frágil e inocente.

" É ... talvez não tão frágil e inocente ... ela parece uma ninfa provocadora, isso sim" O homem ficou encarando a jovem que ficou irritada com aqueles olhares.

"O que esse homem tanto me olha ... deve ter ficado tanto tempo preso que agora está admirando a primeira mulher que fica diante dele assim ... de camisola" Cecile percebeu que a camisola era longa, mas com certeza fina demais ...

"Merda, porque eu gosto desses tecidos tão finos ..." A jovem correu até a cama e se cobriu.

- Hum... você vai ficar aí? Cecile observou o homem ainda de pé.

- Não, eu... preciso me trocar. Já volto.

Cecile hesitou em olhar o homem, mas não pode reparar que ele ficava bem de pijamas.

" Ah, sim... Agora estou tendo esses tipos de pensamentos... Justo dele? Francamente..."

A jovem fechou os olhos, e evitou olhar mais para o homem.

- Se você quiser... pode ficar mais à vontade, eu me refiro... sua perna. O homem se deitou e percebeu que a jovem estava encolhida.

- Apenas durma, eu ... eu estou bem. Cecile ficou de costas para o homem.

A noite foi diferente, para Erik que passou tanto tempo naquela jaula, aquela cama era tão aconchegante e a jovem que estava deitada ao seu lado era mal-educada mas via que era apenas um disfarce que ela usava, por ter que se validar com tantas dificuldades entre a sociedade.

"Nada se parece ela de Christine. Sua tão bela musa, era loira com belos olhos azuis". O homem fechou os olhos e imaginou estar com a mulher, sua voz, ele poderia ainda ouvir sua bela voz.

A manhã clareou o quarto, e sem ao menos um aviso prévio, Cecile estava tão próxima do homem, ali deitada ela estava sentindo um doce aroma amadeirado, aquele cheiro era novo para ela.

Ao abrir os olhos, a jovem percebeu que estava cara a cara com Erik, com um pulo rápido a jovem bateu seu braço no rosto do homem e gritou.

Cecile não estava acostumada a acordar com alguém a olhando, ou mesmo acordar tão perto de alguém. Tinha esquecido, com toda aquela cena a jovem caiu no chão.

- O que... Por Deus, o que houve!?? Erik arrumou a máscara no rosto, pego de surpresa com o ataque, viu que a jovem estava no chão.

- Eu... eu me esqueci, de você. Eu me assustei.

- Assustou? Eu estava sem a máscara? É isso?

- Não, você está com ela. Não foi por esse motivo, eu apenas... me esqueci que você estava comigo. Agora, me ajude aqui!

Erik viu que ela estava sem a perna, e cabulada estava tentando esconder o rosto.

- Realmente... essa é nova, você se esqueceu que sou seu marido? Erik pegou a jovem nos braços, e a provocou.

"Marido? Ele deve estar atuando ... não sai do papel de "marido" Cecile ficou encarando o homem que ria ao ver a reação da jovem.

Na mesma hora, a empregada que sempre acordava a jovem entrou, e paralisou ao ver o homem com a jovem no colo.

- Oh... eu... sinto muito, senhorita... eu volto mais tarde!!

Cecile olhou para a empregada que correu e sumiu do quarto, deveria estruir os empregados agora que tinha Erik em seu quarto.

- Me solta ... eu preciso ir trabalhar. Se você me permitir, já que não me larga!

- Ok... sinto muito. Aqui. Fique à vontade, vou me trocar em meu quarto.

Cecile estava envergonhada, agora a cena entre eles seria replicada por todos os empregados, teria que responder por diversas perguntas.

" É Cecile, você é uma burra. Como pode esquecer que estava dormindo com Erik? Não era como ele fosse difícil de se notar"

Vestida, a jovem desceu e tomou seu café, sob olhares curiosos dos empregados.

- Preciso sair, hoje tenho que visitar a fábrica de enlatados, talvez fique até mais tarde por lá. Cecile se levantou e deixou Erik na mesa.

A jovem estava quase saindo, quando se deu conta que ela precisaria de Erik com ela.

" Droga, ele precisa assinar os documentos da fábrica a partir de hoje"

- Erik... Preciso que você venha comigo. Eu me esqueci dessa merda de contrato. A jovem estava transtornada, a cláusula da herança era clara, deveria tomar conta de tudo o marido, assim bem como as assinaturas.

- Eu acho que essa linguagem tão refinada. Aonde vamos? Erik acompanhou a jovem.

Cecile então partiu com Erik para sua rotina que era de visitas às fábricas que seu pai mantinha, para ela aquilo era sua paixão e orgulho, querendo ou não ela sempre foi muito boa em negócios, o que era completamente estranho diante a sociedade daquela época, onde mulheres não ocupavam cargos de diretoria. 

Me liberteOnde histórias criam vida. Descubra agora