Me liberte

81.

Cecile estava aliviada em estar longe de Raoul, toda aquela encenação a estava a enojando, agora junto de Erik ela se sentia bem e poderia finalmente respirar.

- Sinto muito por você ter esperado tanto por mim, eu juro que fiz de tudo para encontrá-la rapidamente, mon chéri. Erik explicará tudo que aconteceu depois de seu desaparecimento, a jovem estava aos prantos ao saber que Hugh perderá uma das visões.

- Eu me sinto culpada por isso, eu confidencializei a Hugh sobre tudo. Eu sabia que ele como meu amigo iria fazer algo. Cecile estava nos braços de Erik que a acalmava.

Persa e Reymond chegaram rapidamente depois de ver a movimentação do castelo, naquele momento Raoul deveria estar louco atrás de pistas de Cecile. Depois de ver Tamara e Oto bem, fingindo que estavam feridos e tentando falar sobre a invasão, os dois homens voltaram para a cabana onde estava Cecile e Erik.

- Esta uma tremenda confusão lá no castelo, o visconde está louco ... bem ele já era louco antes ... Reymond retira o capuz de sua capa e sorri para o casal.

Persa tinha recebido uma carta de Hugh naquela manhã e tinha guardado para abrir com todos os presentes, na carta o homem falará sobre o nascimento da filha, uma adorável menina muito saudável e chorona.

- Oh, Leslie, minha amiga ... eu perdi o parto de minha melhor amiga, por conta dessa filha da puta! Ela vai ter que ter outro bebê porque eu quero estar presente para apoiá-la. Cecile queria ir embora daquele lugar rápido, queria estar em Londres para mimar sua afilhada.

- Podemos ir embora, até Raoul nos achar podemos estar em Londres... seria o mais correto na verdade... Persa tentou convencer Erik e Cecile, mas mesmo com a saudade de casa, o casal queria acabar com aquilo de uma vez por todas.

Depois de revirar as passagens secretas em busca de pistas, Raoul não pode mais segurar a sua raiva, matará cinco dos seguranças chefes de uma vez, gritava a pleno pulmões por pistas e tentou alertar mais alguns amigos dele para fazerem uma busca na área.

Tamara e Oto estavam tentando ajudar o visconde, a jovem chorava e se sentia culpada por tudo e temia pelo bebê, o que ela não imaginava era ver o visconde tão descuidado em relação e ela e a Oto.

"Reymond me passou o endereço onde eles estão, talvez mais tarde quando Raoul finalmente se cansar e dormir, eu e meu namorado ... podemos fugir" A jovem estava esperançosa por aquela ideia, que não viu um dos soldados conversar com Raoul.

Parecia que nem todos os soldados estavam no castelo e nas torres, aquele único soldado tinha ficado a uma distância razoável dos portões do castelo, e via de longe alguma movimentação, sabendo que o visconde estava enlouquecido o pobre rapaz rapidamente falou o que tinha visto.

- Visconde... eu quando achei que era alguma invasão rapidamente corri até os portões, mas quando cheguei todos estavam correndo de um lado a outro, não pude ver mais nada, apenas duas pessoas com capuzes que estavam caminhando muito próximo do castelo. O soldado estava tremendo ao ver o homem se aproximar.

- E você não achou que seria bom matar quem quer que fosse que estava rodeando o castelo?? Você é bobo!? Sabia que tinha ordens para matar desconhecidos ... Raoul avançou no homem com um faca e o feriu no braço.

- Avisem a todos, coletem pistas nos arredores, pegadas o que for necessário para achar minha esposa!! Vão, seus inúteis! Raoul gritou e se virou, saindo e entrando em seu escritório.

Descontrolado o homem destruiu tudo que viu pela frente, depois pegou um dos revólver que deixava no cômodo e saiu pelas passagens secretas, tinha certeza de que Erik tinha deixado algo para trás.

Ao ver as pegadas mais adiante na saída que dava para os jardins, Raoul pode ver que Erik havia deixado um rastro até a estrada principal que dava acesso ao castelo. Sem mais direções Raoul voltou para onde estavam os seguranças e parte dos empregados realizando uma busca, furioso o visconde apenas pegou o bilhete que Erik havia deixado e o amassou sabia que amanhã ele encontraria Erik e o mataria o quando antes, em seu íntimo Raoul estava receoso por Cecile, não queria perdê-la, tinha feito tudo aquilo para finalmente ter a vingança completa da família Chagney para a família Belfond.

Ao entrar a noite, Cecile pode descansar finalmente com tranquilidade. Vivendo sob o mesmo teto de Rauol sempre a fizera temer pela sua vida. As vezes imaginava estar com Erik, sonhava com o toque dele e se vigiava para não chamar pelo seu nome enquanto estivesse com Rauol na cama.

- Não sabe o quando senti de saudades de você, meu amor. De sua teimosia e até de suas provocações. Cecile abraçou o homem que estava a aninhando nos braços.

- Eu também senti muito a sua falta, dessa sua boca suja e desse rosto inocente, que enganou até Raoul em ser tão boa em atuar.

- Fui muito bem nessa missão, quem iria achar que essa carinha iria ser tão calculista. Cecile se levanta e coloca as mãos sobre o rosto com um olhar doce.

- Ninguém iria desconfiar, mon chèri. Erik riu, Persa e Reymond estavam no outro quarto, e o casal não quis fazer nenhum barulho, apenas se deitaram e adormeceram juntos.

Muito antes de amanhecer Erik acordará, tinha saído do local onde estava com Cecile e seus amigos, refletia em tudo que acontecerá em sua vida. Uma tragedia desde que ele era um bebê, sofrendo nas mãos daqueles ciganos, cresceu diante todo abuso possível, mas pode se reerguer ao encontrar refúgio no teatro. Queria ter tido uma vida feliz ao lado de Christine, que foi a primeira a olhar para ele com amor, sonhava em ter uma família e se casar com a soprano, acreditava que sua vida era perfeita, mas com Raoul obcecado por Christine, a sua vida retornou a uma profunda e dolorida jornada, sem sua amada, drogado e sofrendo agressões, tinha desistido de sua vida e logo mais cedo ou mais tarde iria dar o fim dela com suas próprias mãos.

E então, Cecile apareceu. Erik no início a via como um meio para fugir daquele lugar, mas ao conhecer a jovem tão destemida e boca suja, ele se afeiçoou pela jovem. Não acreditava que estava amando novamente, mas Cecile o fazia bem, se sentia vivo e amado.

Depois de tantas coisas, depois de saber que Cecile tinha um passado com a família Chagney e que aqueles desgraçados fizeram de tudo para matá-la, tirando tudo que ela já amou, seus pais e a ameaça de perder o que seu pai construiu com tanto esforço, fez com que Erik voltasse a ter sua sede de vingança, não queria apenas entregar o visconde as autoridades, ele queria fazer com que ele sofresse, queria dar a ela uma amostra de tudo que ele sofreu ao longos dos anos. Erik sabia que Cecile queria a mesma coisa, mesmo com os conselhos de Persa, o homem sabia o que iria fazer depois de encontrar Raoul cara a cara.

"Irei lhe dar uma amostra de tudo que ele me fez passar, vou fazê-lo se lamentar e se arrepender de tudo que fez não só a mim, mas para tantas pessoas inocentes" Erik fechou os punhos, estava preparado para fazer a vida de Raoul um inferno.