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O navio tinha encostado ao lado do porto de uma das cidades litorâneas, Raoul tinha até esquecido de importunar seus guardas ou até mesmo ameaçar Oto, que tinha retornado a cabine junto à Tamara. Agora no deck do navio, o visconde sorria com aquela ótima tarde que fazia.

- Amor! Chegamos, irá se sentir melhor depois de desembarcamos. O homem tomou a jovem nos braços.

Cecile tinha dormido durante todo aqueles dias, tinha ficado fraca e pedia a Raoul que não a procurasse, mentia que estava com enjoos e muita dor de cabeça.
Raoul tinha aceitado aquilo, tinha conseguido o que ele estava atrás de ter, e dois ou três dias de recusas não o iria ficar bravo.

- Agora, em terra firme... podemos nos acomodar em nossos aposentos. Irei lhe dar lindas joias e flores. Irei lhe encher de coisas lindas, minha amada. O visconde beijou a jovem de forma agressiva, sem pedir permissão, sua língua invadia a sua boca.

- Raoul... por favor, as pessoas elas ... Estão nos vendo. Cecile se envergonhou em estar no meio daquela cena tão depravada.

- Perdão, querida. Sei que é uma jovem tímida, o que não foi mesmo em nossa cama, você se deleitou e me deu um prazer jamais visto. O homem entre risos conversava sobre a noite de amor que passará com Cecile.

Com um carro à espera de Raoul e Cecile, o visconde conduziu o veículo até uma grande muralha, que dividia a Porto e o vilarejo.

O castelo era imponente e se destacava entre a paisagem de casas mais simples, depois de alguns minutos de viagem, Cecile estava diante ao portão de ferro do castelo.

- Iremos passar uma temporada neste lugar, não é incrível? Raoul conduziu o carro até a entrada.

Diante da grandiosa porta de pedra, Cecile viu os empregados alinhados a espera deles.

- Quero que tenha as melhores memórias neste lugar. Iremos ser felizes e iremos formar uma família, e quem sabe essa temporada não nos renda um filho. Raoul parou o carro e retirou a jovem de dentro dele.

Uma empregada estava empurrando uma cadeira de rodas e parou em frente a Raoul, fazendo uma referência.

- Raoul!! Não!! Eu não vou me sentar nisso... Eu ... Eu posso ... Eu tenho certeza de que posso caminhar. Se você me ... Cecile olhou apavorada para o homem.

- Querida ... Tentamos de tudo, infelizmente você terá que se acostumar. Irei te levar para onde quiser, não fique brava. O homem acariciou o rosto da jovem que se sentiu impotente.

" Estou sendo tratada como uma boneca... Sem vontades ... Só estou deixando levar por um marido, eu nunca iria me permitir estar deste jeito" a jovem estava pensativa, aquilo não fazia sentido a ela, como uma jovem tão independente tinha ficado assim.

- Vamos, o castelo é lindo. Irei mostrar cada pedaço para você. Raoul empurrou a cadeira de rodas e entrou no castelo.

Afastados da movimentação, Erik observava Raoul e Cecile, sentiu-se mal ao ver sua esposa naquela situação, achou estranho o comportamento de da jovem, mas não quis dar nenhum passo em falso.

" Reymond irá ter acesso ao castelo, assim irei também estar mais próximo de Cecile"

Oto e Tamara tinham sido levados até a ala dos empregados, os homens de Raoul trancaram o casal no quarto e estavam sozinhos, sem saber seu destino.

- Amor, não fique assim por favor ... O que você fez a jovem não é sua culpa, se você não fizesse... Você e eu estaríamos mortos. Tamara tentava consolar o amado que ultimamente estava depressivo e muito quieto.

- Foi o que precisei fazer, eu não iria permitir que te fizessem mal... Eu prometi a sua mãe que iria te proteger, céus ... a pobre jovem não merecia isso. Oto se sentou no chão, desanimado refletia suas ações.

- Não mesmo, a jovem parece ser uma boa pessoa. Mas vamos rezar para que isso acabe logo e bem, para todos. Tamara se aconchega no peito do homem.

Cecile tinha visto todo o jardim do castelo, que tinha imensas árvores e campos de flores. Um chafariz em mármore branco era o que mais se destacava daquele lugar. Já no Hall pode ver a luxuosa arquitetura daquele lugar.

- Vou te dar uma criada exclusiva para você, ela te fará tudo. Não se preocupe. Raoul pegou a jovem pelos braços e subiu as enormes escadarias.

- Não gosto que tratem os empregados como criados, eles estão aqui exercendo suas funções. Não são inferiores a nós... Cecile não gostava daquele comportamento mesquinho de Raoul.

- Se você diz, amor... Está bem. Somos da realeza, claro que somos superiores a eles..., mas, não vou te contrariar. Raoul passou por um enorme corredor, e entrou no quarto em que iriam ficar.

Cecile suspirou, sozinha naquela enorme cama pode pensar e ter um momento de paz. Sempre que fechava seus olhos uma voz tão melodiosa a chamava outra vez cantava para ela, estava sozinha e não poderia sair sem que Raoul notasse.

" Se eu conversasse com Leslie... Ela poderia confirmar tudo isso..., mas sempre que falo sobre meus amigos, Raoul desconversa"

A jovem retirou seu casaco e seu lenço que envolvia seu pescoço, tentou movimentar seus pés, mas eles não a obedeciam.
A voz de Oto sempre invadia sua mente, sua incapacidade de andar, de se lembrar de sua própria vida, tudo aquilo era um mistério.

Raoul caminhou alegre entre as centenas de cômodos do castelo, tinha feito um grande negócio com o conde, e iria aproveitar todo aquele luxo enquanto seus homens não conseguissem buscar por Reymond. Tinha notícias do homem que interceptou alguns mercenários, mas ele não poderia fugir para sempre, mais cedo ou tarde ele iria cair em alguma armadilha e seria entregue a grande multidão que o queria morto.

- Oh, vejo que estão todos bem... Vejam, eu cumpro minha palavra. Raoul abriu a porta onde estavam Oto e Tamara.

- O que você quer desta vez? Tamara estava impaciente, olhar no rosto daquele homem dava asco.

- Oh, a gatinha tem garras. Oto você deve gostar de ter essa vadia na cama... Eu iria gostar. Raoul se aproximou da jovem e acariciou seu rosto.

- Não toque nela! Pode me bater ... Faça o quiser comigo. Mas não toque nela. Oto se colocou entre Raoul e sua namorada com os braços abertos.

- Que corajoso... Bem, eu gosto de homens assim também, na verdade para me satisfazer nunca foi um problema estar com um homem... podemos nos divertir um pouco você, ela e eu... Sei ótimos jogos. Raoul ri e dá as costas para o casal.

Ajeitando a postura, Raoul se vira e olha com superioridade para Tamara, a jovem era educada e poderia servir para algo, assim teria a jovem controlada e Oto não teria ideias para fugir.

- Seja grata, a partir de amanhã você será a criada de minha esposa. Irá cuidar de todas as necessidades dela e a fará companhia. Não é necessário falar que você deve fazer seu trabalho sem citar nada sobre isso tudo... Não é? Raoul sorri.

- O que você está tentando fazer? Acha mesmo que irei ficar calada... Tamara se enfureceu e tentou confrontar o visconde que a segura pelos pulsos.

- Escute bem... Se você tentar uma gracinha qualquer, eu corto esse seu namorado, posso até deixar você viva, pois é muito linda para morrer..., mas você não iria gostar de trabalhar em um de meus empreendimento, não é? Raoul traz a jovem para perto e a beija, rasgando seu lábio pela força de ato.

Oto tenta atingir Raoul, mas tudo em vão. O visconde atinge o homem com uma faca em uma de suas pernas.

- Eu sempre me divirto com vocês. Sempre é um prazer vê-los desesperados. Acho que dei toda informação, irei me retirar. Raoul ri e deixa o homem caído no chão.

" Francamente, posso estar amolecendo diante esses dois..., mas, eles são úteis, se algo acontecer posso usá-los para minha vantagem"

Raoul tinha um plano, poderia ter feito um bom início a sequestrar Cecile, mas sabia que Erik iria encontrar uma maneira de achá-los, o mesmo seria aplicado ao mascarado, com Oto ele poderia muito bem condicionar aquele homem a se tornar o monstro que sempre foi.

" Erik... Irei adorar tê-lo aqui. E irei adorar fazê-lo a fera para Cecile, que pobre jovem... Irá morrer desesperada ao te ver... Você será a ruína de Cecile. E assim, poderei tê-la por completo" Raoul retornou ao quarto, estava sorridente e deu um beijo casto na jovem, que o observou trocar de roupa.

Me liberteOnde histórias criam vida. Descubra agora