A noite passou sem nenhum tipo de incidente, depois do ocorrido com o sonho Cecile se revirou na cama e pedia para tirar aquela imagem de sua cabeça, era tão vergonhoso sonhar com Erik daquele jeito, e o pior era que ela estava o admirando dormir, depois dele ter a provocado.
"Sou uma louca, porque não paro de observar ele dormindo? Mesmo sem a máscara ele agora me parece tão ... bonito" A jovem virou para outro lado da cama, irritada por ser traída por seus pensamentos.
Cecile tinha acordado com um barulho, virando viu Erik com sua prótese, analisando cada peça.
- Bom dia, Cecile. O homem percebeu que a moça estava já acordada, era cedo... cedo até demais, ele tinha pegado para consertar aquela prótese logo, não iria aguentar mais malcriações da jovem.
- Você... não acha que é um pouco cedo para você fazer isso, não acha? A jovem se endireitou na cama.
- De fato, quase não dormi. Mas isso é importante, não é? Se não fosse por você ter a quebrado... Erik não tirava os olhos das peças, pensativo sobre como iria consertar.
- Eu?? Eu que quebrei? Certo... Cecile olhou incrédula.
- Se você não tivesse jogado longe ela, com certeza iria ser mais fácil arrumar ...
- Para começar .... Você deveria ter evitado de me matar. Se você ficasse quieto nada disso iria acontecer... E eu estaria em Londres, trabalhando.
- Sim ... Sim. É tudo culpa minha. Entendido. Está com fome? Quer ajuda para ir ao banheiro? Champanhe? Erik provocou a jovem.
- Vejo que o bom humor está presente em sua pessoa hoje. Pois bem, você pode me ajudar a ir ao banheiro... e dessa vez, seja mais cuidadoso, você tem braços fortes, tenho certeza que pode comigo. Cecile lançou um olhar de repreensão para o homem, que apenas assentiu.
Já em Londres...
- Visconde... A senhorita não está respirando... O que... O mordomo da casa estava apavorado vendo a moça no chão, com diversas cicatrizes.
- Que isso! Ela está bem... Só está cansada. Olhe, está respirando sim... não tenho culpa se as vadias de atualmente são tão frágeis... Raoul deu de ombros e saiu do quarto.
- Senhor... A moça... O que faremos com ela?
- Dê dinheiro a ela, e se livre o mais rápido ... eu realmente não tenho tempo para bancar o homem carinhoso com elas...
O visconde de Chagney era temido por todos, tinha mantido sua fortuna com esquemas sujos, junto com o seu pai. Aquilo fazia dele, um dos mais ricos da cidade.
"Se não fosse aquela Belfond, com certeza eu seria o homem mais poderoso daqui" o homem se sentou na poltrona em seu escritório.
- Oh... minha graça... esqueci que você está aqui, venha ... sente no meu colo. Raoul viu uma jovem com olhos verdes e cabelos loiros, que caminhou delicadamente para o colo do homem.
- Que obediente, hoje iremos nos divertir muito, não é?? Vou te fazer gemer muito ... será divertido. Raoul sussurrou no ouvido da jovem.
Era comum Raoul ter várias mulheres, em sua casa sempre havia duas ou até seis de uma vez, ele cuidava de ser carinhoso no início, mas a noite ele colocava em prática todos seus fetiches obscuros.
- Seja boazinha, e tire a roupa, depois sente-se no chão, como uma boa cadela que é, sim?? Raoul empurrou a jovem que o olhou espantada.
- Que foi? Achou que seria carinhos durante todo o dia? Me poupe... faça o que mando e será muito bem recompensada. Raoul sorriu e começou a trabalhar nos livros de contabilidade.
" Elas são tão estúpidas..., mas eu gosto quando são submissas ... Me dão o poder suficiente, e posso facilmente quebra-las" o homem sorriu para si, era excitante ter tudo que ele queria, e se não pudesse ter, destruía para que ninguém tivesse.
De volta a Paris...
Pela tarde, Erik foi surpreendido por um convite na recepção, o fato dele ter retornado tinha se espalhado rápido, não era de se espantar, já que Erik estava no hotel mais famoso da cidade, pessoas iam e vinham, deste jeito o homem voltou a ser assunto nas rodas de conversas de seus antigos clientes.
O conde, um dos mais fiéis clientes estava dando uma recepção no Opera naquela noite, e estaria feliz rever seu arquiteto favorito.
- Vamos ao Ópera, hoje. Erik passou a manhã e à tarde inteira na prótese da jovem, estava quase certo que até outro dia estaria concertada.
- Que? Você ... vai me levar a sua casa de novo? Nem pense, não vou. Cecile estava lendo um livro, que agora estava pousado na mesa.
- Não, iremos a uma apresentação. Você nunca visitou o teatro, então ... é uma oportunidade...
- Como irei? Estou sem minhas próteses, oh... você consertou? Cecile olhou esperançosa para Erik.
- Não ... não ainda. Mas em breve estará novinha em folha, e respondendo à sua pergunta. Eu tenho um camarote exclusivo no teatro, e tenho meus meios de chegarmos até lá, sem nenhum transtorno. Acredite, eu sei o que digo.
" Convencido..." Cecile revirou os olhos e voltou para sua leitura.
- O que me diz? Seria bom sairmos daqui um pouco... Erik olhou para a jovem que apenas deu de ombros.
- Bem... Como seu marido eu tenho total controle sobre você... então, eu nem deveria ter perguntado se você queria ir... Erik foi interrompido com um grito.
- Que? Controle sob o que? De mim?? Francamente... você não controla nem seus sonhos ou ataques ... E quer me controlar. Olhe para mim, intérprete isso como um: Vá se ferrar! Cecile gesticulou e voltou para seu livro.
- Estava com saudades dessa boca suja..., mas é sério, às 20h quero você pronta... Erik se levantou e tirou um vestido do armário.
- Que. Merda. É. Essa? Cecile não estava prestando atenção, mas ao perceber o enorme vestido cheio de brilho ela encarou o homem.
- Hoje o espetáculo será mais formal, depois terá uma pequena recepção no hall dele. Fui convidado, você sabe eu... conheço as pessoas. e...
- E você quer que eu vista isso? E mais uma pergunta para o gênio, como vou andar, se minha prótese está quebrada!! Cecile sentiu um arrepio ao ver o vestido na cor verde, com enorme saia e camadas e camadas de tecidos, com um decote ombro a ombro e grandes bordados que poderiam ser fios de ouro. O vestido não era feio, mas era muito chamativo.
- O conde que dará a festa é um de meus amigos, e ele não se importará em me ver te carregando de um lado para o outro. Erik abafou uma risada.
- Você tem amigos? Que surpresa é essa! E alias eu não vou, aproveite seu amigo e vá sozinho. Cecile empurrou o livro e descansou o rosto nas mãos.
- Ok. Fique sozinha. Se você precisar de algo, eu não estarei aqui... Erik voltou a atenção na prótese.
" Esse homem é tão atrevido, eu só queria ter paz e ao invés disso... " A jovem ficou irritada.
Já era de noite, Cecile estava sentada na cama e ouviu o telefone tocar.
- Olá querida, oh sim... estou pronto, você pode me esperar no hall, já descerei. Erik estava no telefone, falado de forma descontraída.
"Que... Ele ... ah, ele não vai fazer... não assim, na frente de meu nariz!" Cecile viu que Erik tinha desligado o telefone.
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Me liberte
RandomCecile é uma jovem determinada, e sempre lutou para conseguir sua tão sonhada liberdade. Com a morte de seu pai, e um estranho contrato para a decisão da herança. A jovem parte em busca de uma alternativa para continuar trabalhando e não depender d...