Cecile passou a noite na casa de Leslie e Hugh. Erik tinha ficado ao seu lado zelando o seu sono, Cecile chorou até se cansar e adormecer.
- Pobre, Cecile. Tudo que aconteceu na vida dela é culpa dessa família maldita, o visconde sempre quis prejudicar a todos. Hugh deixou Leslie no quarto e se encontrou com Erik.
- Não sei como há pessoas assim, se bem que eu vivi um inferno quando criança, mas nunca irei entender como há maldades neste mundo. Erik cobre a jovem e sai do quarto junto a Hugh.
- Há pessoas ruins nesse mundo, eu sei muito bem. Eu tento fazer o meu melhor como advogado, em defender esposas destruídas por companheiros abusivos, famílias que se matam literalmente por conta de heranças... Tudo é como uma grandiosa e trágica realidade.
- Eu compreendo. Quero fazer o meu melhor, desta vez eu quero fazer Cecile feliz e a mim também. Quero ter o que eu sempre invejei quando pequeno. Erik suspira, era fato que o homem sempre sonhou em ter uma família.
- Você irá conseguir meu amigo. Temos um trabalho a fazer, não conte a Cecile, mas eu consegui algo muito interessante. Hugh entra com Erik até seu escritório.
Cecile e Hugh tinham trabalhado duro para mudar o testamento, tinham certeza de que aquilo foi uma ameaça ao futuro de Cecile, todos sabiam que os Belford nunca iriam deixar nada nas mãos dos Chagney.
- Foi um pouco difícil coletar todas as informações e subornar certas pessoas..., mas eu acho que isso vai dar a Raoul um pouco de juízo. Hugh abre um envelope e começa a ler.
" Durante três meses, o visconde foi diariamente a residência de um conhecido químico, responsável por misturar ingredientes para venenos potentes... Depois da morte de Gustave, a empregada chefe foi dada como morta e foi em encontrado em seus pertences um veneno muito raro. Gustave falecerá em decorrência a um infarto, mas depois de alguns estudos, o veneno encontrado com a empregada pode ser usado em doses mínimas durantes meses, os mesmos sintomas e agravamento de um infarto"
- Maldito! Erik pega o papel e termina de ler, tudo estava fazendo sentido, Gustave era saudável e nunca deve nenhuma doença.
- Isso seria para incriminar o pai de Raoul. É impossível usarmos para acusar o filho..., mas o que Raul faz com seu título e questão de tempo de ele fazer alguma merda e acabar se dando mal. Hugh se senta e retira os óculos, o homem estava com um olhar cansado, tinha buscado por tantas informações para ajudar Cecile que as últimas semanas o fez virar noites sem dormir.
- Vejo que você se importa com minha esposa. Estou realmente feliz em saber que tenho a sua ajuda. Erik percebe o cansaço do homem que sorri.
- Eu fui praticamente criado junto a essa louca da Cecile e a doida de minha esposa. Eu as protejo, ou tento.
Os dois homens conversam sobre como poderiam cuidar a partir do dia seguinte dos negócios da empresa de Cecile, iriam correr para não ter muitos investidores perdidos. Sabiam que o ataque de fúria de Erik e de conhecerem a fragilidade de Cecile muitos iriam tentar evitar negócios entre os Belford.
Raoul passou o dia comemorando com várias mulheres no hotel, tinha se renovado ao ver Cecile tão lamentável caída no chão.
Desde adolescente ele tinha fantasias com a jovem, sonhava com ela e se excitava ao saber que seu pai tinha desde cedo planos de casá-los." Meu filho, o futuro vai ser brilhante a você. Será poderoso, terá tudo e principalmente terá Cecile para você!"
Raoul relembrava das vezes que via a jovem nos eventos junto a seus pais, queria tê-la para ele. Depois de alguns anos, Christine apareceu, estava frágil e sozinha, sem o pai um lamentável homem que corria sempre para pedir empréstimos ao visconde.
Christine foi uma breve obsessão sua, gostava de ouvi-la cantar e em seu camarote se masturbava imaginando a soprano com ele.
Foi um ultraje ao saber que a bela Christine tinha se apaixonado por um monstro, um nada. Alguém que não era nem perto digno de tê-la.
Sentia-se impotente, ele tinha tudo e poderia ter Christine ao seu lado e Cecile, como não?" Meu pai sempre deve três ou mais mulheres a ele, eu poderia ter as duas para mim. Elas seriam tratadas como rainhas..." Raoul gostava de se imaginar com as duas jovens em sua cama.
Com a morte de Christine, Raoul não sentiu nada ao ver a jovem agonizar no chão, enfim sentiu que a soprano foi apenas um passatempo, que agora estava morta.
Só queria se livrar daquele monstro, o visconde tinha raiva e somente se alegraria ao ver Erik preso numa jaula, como o animal que era.Depois de confirmar sobre o paradeiro de Erik, Raoul decidiu que iria voltar sua força a Cecile. Seu pai sempre prometera a jovem e estava na hora de reclamar a pose para ele.
Vê-la de longe e depois quando Cecile era uma adolescente naquela festa sempre divertia Raoul. Lembrar que aquela jovem tão pequena pode marcar a sua pele o mordendo. Levava aquela cicatriz com carinho, queria sentir novamente aquela fúria, mas agora iria aproveitar tirando prazer de Cecile.
Seu pai naquele baile quis retomar o caso com Celeste, tinha prometido o mundo a mulher, mas nada iria mudar a cabeça daquela prostituta Barata.
Naquela noite, Raul e seu pai tramaram em capturar mãe e filha num acidente de carro. O que não iriam contar era a chuva torrencial que caiu, dificultando todo plano.
Ao longe, Raul via o carro queimar. No fundo se sentiu bem a ouvir gritos, queria ficar mais, porém seu pai o obrigou a ir embora.
Agora, Raoul queria apenas sentir aquela sensação novamente, queria ouvir os gritos de Cecile. E poderia relembrar tudo aquilo, se pudesse matar Erik e fazer de Cecile sua para sempre.
Cecile sentiu o aroma de Erik a abraçando depois de ter dormido um pouco, o homem estava aninhando a jovem em seus braços e a observava com um olhar tenro.
- Mon chéri, perdão eu te acordei.
A jovem não disse nada, apenas trouxe o rosto do marido para perto dela com as mãos e o beijou.
- Não peça perdão por coisas pequenas, eu sei que você se preocupar comigo e sei que está se culpando pôr o que aconteceu. Mas saiba que nada disso é sua culpa. Cecile deu uma leve mordida no lábio de Erik e sorriu.
- Se eu estivesse mais atento, iria pegar esse crápula e o mataria. Poderia sair daqui preso, mas daria o fim nele. O homem estava com a voz alterada, pensava que estava tão perto de acabar com essa ameaça, deixaria Cecile livre e segura.
- Não quero que você vá preso, iria me sentir só, sem ninguém para enlouquecer com minhas loucuras. Cecile se deita sobre o peito do homem e entrelaça seus dedos ao dele.
- Iria odiar ficar sem você. Vamos pensar num meio em acabar com isso de forma ética. Não vou me arriscar e nem você, amanhã irei arrumar sua prótese, não se preocupe.
Cecile relaxou nos braços de seu marido, tinha certeza de que ele iria conseguir resolver tudo, acreditava que poderia aguentar mais um pouco ser dependente dele, porém via que Erik a queria disposta e como sempre tão ativa nas empresas.
- Eu confio em você. Mas agora que todos sabem disso, não quero me esconder. Vamos dar a essa sociedade um pouco de emoção, vamos dar a Raoul o troco, ele não irá se vangloriar em ter sido tão baixo assim em suas ações.
Erik sorri, Cecile era uma jovem forte e destemida. Tinha suas fraquezas como todo ser humano, mas ele se orgulhava em vê-la sempre positiva e disposta a enfrentar todos os obstáculos de cabeça erguida.

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Me liberte
AcakCecile é uma jovem determinada, e sempre lutou para conseguir sua tão sonhada liberdade. Com a morte de seu pai, e um estranho contrato para a decisão da herança. A jovem parte em busca de uma alternativa para continuar trabalhando e não depender d...