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Erik acordou dolorido de ter dormindo no sofá, já que Cecile e seu vestido enorme ocupou todo espaço da cama.

" Certo... Já não sei o que é vestido e o que é Cecile" o homem se levantou e viu um êmbolo verde na cama.

Descendo até a recepção, Carlotta estava sorridente ao ver o homem.

- Senhor Destler... Bom dia!

- Bom dia, senhora Carlotta. Como está passando?

- Bem... bem... oh, sim... chegaram as peças que o senhor encomendou. Aqui, elas chegaram cedinho, mas não quis interromper nada entre você e a senhora Destler.

Erik achou graça daquele comentário, pegou a caixa de peças e pediu para a senhora arrumar um café da manhã reforçado e remédios para dor de cabeça.

" É... Ela vai precisar de remédios. Ela, bebeu igual um pirata!" O homem subiu para o quarto.

Com muita destreza, Erik iniciou os últimos reparos da prótese, com aquelas peças tudo estaria pronto até a tarde.

Cecile se viu presa no tecido daquele vestido desconfortável, se não fosse seu sono, ela iria arrancar aquilo com suas próprias unhas.

- Merda de vestido!! A jovem gritou, espantando Erik que estava distraído com o conserto.

- Erik!!! Me ajuda. Eu estou presa!! A jovem balançou os braços em sinal de socorro.

O homem não aguentou ver os braços da jovem balançando sem parar, caminhou até a cama e puxou os braços de Cecile, fazendo ela imergir do tecido.

Cecile a olhou aliviada e suspirou.

- Pronto. Nada como uma ajudinha. Aqui... tome. Erik estendeu a bandeja com água e dois comprimidos.

- Hum, o que seria isso? Você está tentando me envenenar? A jovem ergueu a sobrancelha em receio.

- Estou tentando.... Senhorita, fazer com que essa cabeça dura e alcoólatra não dê mais problemas... com remédio, já que sua cara denuncia o estado seu... Ressaca. Erik deixou a bandeja no colo de Cecile e continuou a fazer seu conserto.

- Certo... O que eu fiz realmente ontem? Eu... fiz algo que eu possa ter me arrependido? Ou... Cecile estava desligada de tudo que houve aquela parte da noite.

- Nada... você apenas me lambeu e me mordeu... Como um cachorro. Erik não se abalou e nem olhou para Cecile.

" Lambi? Mordi? Como um cachorro?" A jovem piscou algumas vezes.

- Sim. Eu não sei como..., mas eu saí de perto de você por uns minutos e você me apronta essa.

- Você está mentindo... por que eu iria querer te morder? Conta outra vai...

- Sim. Conto, você me beijou... Deixando todos admirados com nosso "amor" e "cumplicidade". Erik fez aspas com a mão para enfatizar as palavras.

Cecile riu, o beijo ela lembrava muito bem... E se lembrava.

- Tá. Mas agora... O mais importante, você conseguiu?? Arrumou? A jovem tentou esconder o rosto corado.

- Quase lá. As peças estão todas aqui e com mais uns ajustes, você terá sua prótese novinha em folha.

" Finalmente... E eu irei voltar para Londres" a jovem se animou.

- Mas... eu tenho uma condição para que você volte a usar a prótese. Erik quebrou o silêncio no cômodo.

- Ah? Está maluco? O que você quer? A jovem estremeceu ao ver o homem caminhando até ela.

- Serei seu guarda costas, ou seja... Marido e protetor. Onde você for eu irei... E assim até quando eu achar necessário. Erik cruzou os braços lançando um olhar mandão para Cecile.

" Que? Que merda... Erik deve ter enlouquecido... porque isso, de repente? Será que... Ele está gostando de mim?" Cecile se prendeu a sua última alternativa, esboçando um sorriso e depois o desfazendo.

- Eu comprei um cão de guarda... então era o princípio dele estar próximo a mim... em todas as ocasiões. Cecile tentou ficar séria.

- Você disse que queria uma arma... E você a tem. Enquanto... o cão... bichinho de estimação... Senhorita Destler, isso... eu nunca serei. Erik odiava ser tratado como animal, e aquela jovem fazia de propósito.

- Já respondi sua pergunta. Então... vamos me dê seu prazo ... quero caminhar... não aguento depender de você. Cecile ficou irritada e socou a barra do vestido que insistia em ficar na sua visão.

- Que violência com um pobre vestido... certo, a prótese ficando pronta. Eu... estarei por perto sempre. Erik se aproximou da jovem, e tira seu sapato.

- Eu dormi... com sapato! Céus... você nem para me acordar, me deixar mais livre com uma daquelas camisolas medonhas? Cecile viu que o homem caminhou até o armário e tirou um vestido leve amarelo com detalhes nas mangas e na cintura em azul claro.

- Sim, certo ... iria te despir era isso que você queria? O homem riu ao ver o rosto da jovem corar.

- NÃO! Claro que não ... você poderia ter me acordado .... eu não estava tão mal assim ... e esqueça o que eu disse. Cecile balança a cabeça nervosa com o que ela estava pensando.

"Eu preciso realmente parar de fantasiar essas coisas com ele! "

- Hora do banho... E vejamos... Nossa lua de mel está uma maravilha, não é? Mordidas... Lambidas... Erik riu ao ver Cecile corada novamente.

"Ela está corando muito esses dias ... talvez seja o clima de Paris ... ou ela está simpatizando comigo ..." O homem percebeu a jovem mudar de expressão para um sorriso debochado.

- Tentativas de assassinato... Cecile provocou o homem.

- Você sempre muito bem humorada. Aqui, vou te ajudar... você está parecendo um sapo com esse vestido todo em sua volta. O homem pegou a jovem no colo.

- Sapo?? Eu .... Me.... pareço... com um sapo!! Cecile gritou e encarou o homem que ria.

- Sim... um sapo com uma boca muito suja. Isso sim. Erik colocou a jovem na cadeira do banheiro e começou a afrouxar o corset da jovem.

- Hey... Calma! Já está querendo essas liberdades? Eu posso tirar o vestido. Só encha a banheira e prepare tudo. Cecile apontou para as roupas e depois para a toalha.

Erik caminhou até a mala de "lua de mel" tirando um conjunto de seda de lingerie vermelho. Arqueando as sobrancelhas o homem ergueu o conjunto e esperou que Cecile notasse.

- O que... Merda Erik! O que você está fazendo!? Me dê isso. Cecile gritou ao ver a lingerie na mão do homem.

- Ok. Aqui. Só estava examinando. Só isso. Erik se divertiu ao ver Cecile escondendo a lingerie.

Erik se retirou deixando Cecile sozinha com seus pensamentos.

" Não é nada demais. Ele te provoca e você a ele, é apenas uma atuação e um contrato" Cecile relembrava o beijo que tinha dado em Erik, aquilo sim era algo bom para se lembrar.

Já vestida, Cecile deu seu melhor grito e esperou Erik.

- Seus gritos são dignos de uma ópera! Eu vou ficar surdo deste jeito. Erik colocou a jovem no sofá.

- Reclamações tende a ser seu ponto forte, não é? Cecile cruzou os braços esperando algum resmungo.

- Você me deixa assim... Reclamão. Erik deu de ombros, fazendo os últimos ajustes na prótese.

- Certinho. Aqui. Deixa-me te ajudar. Veremos.

Erik encaixou a prótese na perna de Cecile. A jovem não poderia reclamar porque estava realmente bem colocada e consertada.

- Espera! Se só faltava isso... porque você me fez ir ao banheiro e ... você está brincando comigo?? Cecile apontou para ela mesma.

Erik soltou uma gargalhada e assentiu.

- Gosto de ver isso como uma vingança, de tudo que você me fez passar. Erik caminhou até a jovem a encarando.

- É... Está certo. Estou faminta! E eu irei caminhar até o restaurante. Porque estou com minha liberdade!! A jovem sorriu e nem se abalou com o comentário do homem.

Me liberteOnde histórias criam vida. Descubra agora