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Algo estranho surgiu dentro de Cecile, era como algo amargo entrando em sua alma, uma dor estranha invadiu seu coração, ao ouvir Erik chamando quem quer que fosse de "querida" aquilo a machucava de uma maneira estranha, e ela não queria sentir aquilo, não com ele.

- Quem era? Carlota que não era, porque ... você nunca a chamou de querida. A jovem cruzou os braços e olhou para Erik.

- Uma amiga ... ela também irá ao espetáculo, e eu pensei. Porque não a acompanhar. Erik tinha traçado um plano muito bom, pela manhã ao sair para comprar o vestido para a festa, convenceu a vendedora a ligar meia hora antes, fingindo que era uma amiga de longa data, ele sabia que Cecile não iria aceitar tão fácil ir ao teatro com ele.

- Não! Como ousa? Hein? Você é meu marido, e vai acompanhado por outra mulher? Isso não é correto. Cecile estava vermelha de raiva.

- Venha comigo. Não irei fazer nada de errado com a moça, mas se você não acredita em mim... Erik deu de ombros e esperou a jovem se decidir.

- Inferno! Você me paga Erik! Venha me ajudar... então. Cecile esperou que o homem viesse, caminhando com um sorriso vitorioso.

A jovem estava pronta, aquele vestido era tão chamativo.

"Vou ser o centro das atenções... Não vejo a hora" Cecile olhou para o outro lado do quarto, e Erik estava com um novo terno, era realmente feito para seu corpo, tudo tão bem distribuído.

" Cecile... Já não basta os sonhos estranhos com ele... Agora você está igual uma adolescente encarando-o!"

- Ah... O que... Cecile percebeu que a gravata do homem e o lenço era do mesmo tecido de seu vestido.

- Atuação, Cecile. Um casal em perfeita harmonia que até usam roupas semelhantes. Erik piscou para a jovem.

" É... Atuação... ele está certo é tudo... Atuação"

Chegando ao teatro, Erik pegou Cecile no colo e rapidamente entrou na ala reservada.

A jovem estava tentando disfarçar seu desconforto em seu colo, mas não conseguia se conter, e ao invés de se concentrar foi pega cheirando seu cangote várias vezes.

" Cheiroso... Como cedro fresco" Cecile estava perdida em pensamentos.

Sem perceber Cecile já estava quase chegando no camarote.

- Número 5? A jovem foi devidamente sentada na poltrona.

- Exclusivo. Ninguém pode usá-lo, se não a mim... Erik deu um pequeno sorriso.

- Exibido. E mesmo assim, parou numa jaula. Cecile provocou o homem.

- Desventuras, senhorita. E certo, quer um pouco de champanhe. É o seu favorito. Erik balançou a garrafa para a jovem, que o olhou animada.

- Talvez... uma taça. Eu... olha, isso!! Que coisa linda!! Cecile não tinha reparado no teto do teatro, com as pinturas e o robusto lustre.

- Calma, não vá cair desta altura. E não grite... que deselegante... Erik segurou o braço da jovem, que estava inclinada olhando cada centímetro do teatro.

O espetáculo começou, aquela noite o conde de Hill tinha preparado um pequeno encontro com os seus amigos próximos. Todos estavam entretidos com o balé e depois com a atuação perfeita de Hannibal.

Erik ficou admirado ao ver Cecile tão concentrada assistindo ao espetáculo, que parecia que nem piscava de tão envolvida estava.

- Cecile ... Por que está chorando? O espetáculo tinha terminado e a jovem estava em prantos.

- Foi muito lindo! É isso ...

Erik sorriu, se a jovem não fosse uma maluca sem controle, acreditaria que ela era uma donzela inocente.

- Erik Destler, meu amigo. Uma voz conhecida invadiu o camarote, era o conde que estava tão feliz ao ver o homem

- Que saudades, conde. Me pergunto como o senhor viveu sem meus projetos durante todo esse tempo? Erik abraçou o senhor.

- Não vivi! Isso sim... simplesmente desisti de encontrar um arquiteto tão genial quando você. E falando nisso... quem é a senhorita?? O senhor olhou de relance para a jovem.

- Minha esposa ...me casei recentemente. Estamos em lua de mel, então ... isso foi tão rápido... mon cher, esse é o conde Eugene Hill, quase um pai para mim.

- Muito prazer, senhor. Cecile olhou para o conde, Erik e ele estavam se dando muito bem.

- Que linda senhorita, Erik. Fico feliz em saber que você está feliz. O conde sorriu.

- Cecile está impossibilitada de andar, veja bem a nossa lua de mel foi um pouco... selvagem. Erik cochichou para o homem, fazendo Cecile ter o melhor dos seus ataques de vergonha.

- Oh... sim... bem, não se preocupe. Nossa pequena reunião será breve, iremos conversar e beber um pouco. Cecile irá ficar bem, irei pessoalmente arrumar um lugar muito confortável, com sua licença. O conde fez uma referência e saiu.

- Precisava falar .... Aquilo. A jovem olhou irritada para Erik.

O homem riu, e pegou a jovem no colo, descendo com cuidado as escadas, Cecile estava admirando cada detalhe, e Erik as vezes dava uma breve explicação sobre cada estátua e quadro.

- É muito lindo esse lugar. Não imagino um lugar mais lindo do que esse... é perfeito! Cecile entrou no hall do teatro, que estava arrumado para a reunião.

Erik sentou a jovem e se sentou ao seu lado, estava sorrindo e acenando para cada pessoa que se aproximava.

- Quem diria ... que meu bichinho de estimação teria tantos amigos influentes... Cecile sussurrou no ouvido do homem.

- Engraçadinha. Bem, eu trabalhei com cada um deles. E sim, tenho muitos amigos influentes aqui. Erik lançou o olhar para o conde que estava agora acompanhado com a esposa.

- Veja, Marguerite, Erik está casado e com uma bela esposa. O conde estava de mãos dadas a uma senhora, que vestia um vestido azul claro e muitas joias.

- Oh... que notícia maravilhosa. Erik, ela é tão linda! Muito prazer, senhorita. A senhora se aproximou e abraçou a jovem.

- O prazer é meu em conhecer os amigos de meu esposo. Obrigada por cuidar dele. Cecile deu seu sorriso mais inocente para o casal.

- Oh .... Não nos agradeça. Erik é uma joia rara, um homem muito inteligente e com muito bom gosto, Cecile é uma flor de tão bela. A senhora sorriu e deu um tapinha no ombro de Erik.

- Foi uma grata surpresa encontrar Cecile. Ela é uma dama muito formosa. Erik segurou o riso, ao ver Cecile entortar o lábio.

" Eles...acham que... que Erik me encontrou!? Que eu .... Ah, é muita audácia desse descarado, e eu nem posso revidar"

- Erik, eu não vi você beijar sua esposa nenhuma vez. Veja a carinha dela, está tão deslocada. Vá até ela, não se preocupe em conversar conosco. O conde percebeu que Cecile estava sozinha sentada, e com um pequeno desconforto.

" Ela com certeza está pensando numa forma de se vingar, uma gracinha" Erik sorriu para o casal e se sentou ao lado de Cecile.

- Não vou falar nada. Só aviso, se prepare. Eu não vou deixar barato isso tudo... Cecile sorriu e disfarçou, acariciando o rosto de Erik.

- Pode colocar todas as suas armas para a guerra, eu aguento. Afinal, eu fiquei dois anos numa jaula, posso lidar com você. Erik sussurrou no ouvido da jovem, e deu um beijo rápido em seu lábio.

" Hum ... Já que ele odeia a ideia de ter calorosos beijos comigo, posso me aproveita disso, hoje" Cecile observou que o conde e a esposa olhavam esperançosos por uma cena romântica.

- Querido, você realmente beija tão mal. Vou te ensinar como fazer um pequeno show. Cecile sorriu, e beijou o homem, com paixão e velocidade, suas mãos acariciavam as costas do homem, era um beijo demorado e com muito desejo.

Me liberteOnde histórias criam vida. Descubra agora